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Google Shopping atrai marcas, mas falta consolidar

Próximo passo é se posicionar melhor no mercado, onde também é visto como catálogo virtual

Serviço já é a segunda maior ferramenta de comparação de preço do país (Getty Images)

Serviço já é a segunda maior ferramenta de comparação de preço do país (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2012 às 11h49.

São Paulo - O Google Shopping foi lançado em setembro de 2011 e atrai empresas com seu serviço grátis. A inteligência do maior buscador do mundo não pode ser ignorada pelas marcas que querem que os internautas achem seus produtos mais rapidamente. Mas ele está funcionando? E qual será o futuro desta plataforma?

Segundo uma pesquisa da ComScore de março deste ano, o Google Shopping já é a segunda maior ferramenta de comparação de preços no país, atrás apenas do brasileiro Buscapé, que tem quatro vezes mais visitantes únicos. A chegada da concorrente e algumas de suas práticas levaram o grupo E-Commerce Media, dono da Buscapé Company, a fazer uma denúncia formal contra a Google Brasil, a acusando de favorecer seu próprio cotador de preços no Google.com. Mas os serviços são excludentes?

“Não considero o Google Shopping um comparador de preços apenas, mas também um catálogo virtual de produtos e rico de informações. Google Shopping e Buscapé são serviços complementares, as empresas devem fazer os dois”, diz Alexandre Soncini, diretor de cendas e marketing da VTEX.

Outra questão é a intenção de compra, quesito no qual o Google Shopping deixa a desejar, pelo menos atualmente. “Existe espaço para serviços similares e isso é até bom para o varejista, porque diminui os preços dos buscadores. Concorrência é sempre positiva. Os consumidores visitam o Google Shopping mais para pesquisar do que para comprar, o que ocorre no Buscapé”, diz Rodrigo Tavares, diretor de E-commerce da Toymania.

Relevância

A relevância segue o sistema da pesquisa no buscador normal. Os resultados que integrarão o site serão compostos somente por produtos que podem ser vendidos pela internet. Para conseguir um bom posicionamento na página, portanto, é preciso seguir as famosas regras de SEO.


Estará mais evidente no Google Shopping a marca que seguir os três pilares básicos: boas práticas da plataforma, conteúdo e riqueza das informações e mais links em sites relevantes. Além disso, o preço também faz diferença, com a tendência dos mais baratos estarem melhor indexados.

Gratuidade é a maior vantagem

Com atuação recente no mercado, o serviço ainda não é notado por todos. Mas marcas como Carrefour, Extra, Ponto Frio, Americanas.com, Netshoes, entre outras, já estão presentes na página. Sua maior vantagem, por enquanto, é ser gratuito.

“O Google Shopping é um canal para divulgar o catálogo de produtos. Se a empresa vender apenas um deles já é lucro, porque o serviço é grátis. Quanto antes o varejo entrar, mais cedo se diferenciará da concorrência. Quem ainda não está na plataforma já está defasado e perdendo tempo”, diz Soncini.

Apesar de seu maior trunfo não ser a venda, pelo menos por enquanto, a plataforma já traz algum retorno, principalmente na compra por impulso. “Com certeza o Google Shopping agregou à venda diária. Ainda está em movimento, não é o principal canal de vendas online para a empresa, mas já é importante para a receita”, diz Tavares.

Um caminho à frente

Para as marcas, o Google Shopping já não passa mais em branco. A imagem geral da ferramenta, no entanto, ainda não deslanchou no mercado brasileiro e entre os consumidores. Os usuários estão aprendendo a utilizar a página e a Google parece estar atuando como se ainda estivesse testando a ferramenta.


“O Google Shopping precisa se firmar ainda. Mas a Google é uma empresa que sempre vem devagar para depois estourar. Em relação a buscas, eles são muito fortes. Acho que a própria companhia não busca uma representatividade maior do que a atual, ela está analisando o mercado brasileiro, vendo como se adaptar, para então entrar com mais força. Acredito que no segundo semestre do ano a ferramenta já terá uma representatividade maior”, diz Sonicini.

Entre os pontos que precisam ser melhorados estão a própria divulgação, maneiras de atrair pequenas e médias empresas, e não apenas os grandes players, e uma questão de posicionamento. A Google ainda tem um caminho à frente para deixar claro para os consumidores e varejistas qual é o papel essencial do Google Shopping.

Como será o futuro

As previsões são de que, como a maioria dos serviços da gigante norte-americana, o Google Shopping ganhe cada vez mais relevância no Brasil. Atualmente, as marcas investem na página principalmente pelo porte da Google e para se diferenciar da concorrência, cada vez mais forte no e-commerce. A vantagem maior é que o serviço é gratuito, mas pode ser que nem sempre seja assim.

“Acredito que o Google Shopping vá evoluir para um serviço pago que oferece opções a mais e produtos patrocinados. A usabilidade também deve melhorar, junto com a interface”, acredita Soncini.

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