Casual

Como criar ambientes de trabalho que sejam menos hostis para as mulheres em posições de liderança?

A verdade é que ter mulheres no topo não é apenas bom para elas, mas para todos, pois mulheres trazem uma visão nova para a mesa e são essas soluções que precisamos em um mundo em crise

Mulheres Executivas: Empatia entre mulheres é a chave da sororidade (nortonrsx/Getty Images)

Mulheres Executivas: Empatia entre mulheres é a chave da sororidade (nortonrsx/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 15h34.

Última atualização em 15 de maio de 2023 às 16h48.

Chegar à liderança não é um caminho simples para as mulheres. E a renúncia da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, após seis anos de liderança marcados por desafios como a pandemia de covid-19, ajuda a ilustrar o peso que a presença feminina em cargos de poder ainda carrega. Embora as mulheres tenham conquistado mais espaço em posições de liderança em todo o mundo, ainda enfrentam barreiras únicas na jornada, incluindo a discriminação de gênero, a falta de apoio para equilibrar carreira com vida pessoal, e expectativas diferenciadas.

Quando comecei a Free Free, ecossistema de impacto que trabalha pela liberdade física, emocional e financeira da menina e da mulher, não imaginei passar por três burnouts e a constante sensação de "tanque vazio", como disse estar Jacinda Ardern quando renunciou.

A pergunta é como podemos criar ambientes de trabalho que sejam menos hostis para as mulheres em posições de liderança?

Em um estudo realizado pela Stanford Graduate School of Business em 2011, documentou-se que as mulheres que se comportam de forma feminina não são vistas como líderes, mas como fracas. Se são muito masculinas, são vistas como agressivas. O estudo concluiu que as mulheres precisam aprender quando e como alternar comportamentos percebidos como masculinos, tais como assertividade e confiança (Johnson-Freese). Além de piadas sobre maternidade, corpo, roupa, microagressões.

A verdade é que ter mulheres no topo não é apenas bom para elas, mas para todos, pois mulheres trazem uma visão nova para a mesa e são essas soluções que precisamos em um mundo em crise. Você sabia que 70% das mulheres querem se tornar líderes para fazer a diferença ou de alguma forma contribuir para sua comunidade (Sands et al.)? Sei que esse foi meu caso quando fundei a Free Free.

O problema é que a vontade e a paixão de seguir em frente impactando positivamente a sociedade não é suficiente. A gente cansa, então cabe a todos nós pensarmos como deixar essa jornada menos pesada para as mulheres. Para a mulher se manter no topo precisamos de políticas de igualdade de gênero e de uma melhor conciliação da vida pessoal e profissional, como licenças parentais remuneradas e a flexibilidade da jornada de trabalho.

Além disso, a formação de mentores e o estabelecimento de redes de apoio para mulheres em posições de liderança podem ajudar a superar barreiras e ainda promover o desenvolvimento profissional.

É também importante mudar a cultura organizacional para aprimorar a inclusão de gênero e a igualdade de oportunidades para mulheres. Isso inclui a promoção de uma cultura de igualdade de gênero, a implementação de cotas e a remuneração equitativa para mulheres e homens em posições semelhantes. No final das contas, a retenção de mulheres em posições de liderança é uma questão para além de igualdade e Justiça. É sobre crescimento e segurança pública.

Conheça a newsletter da EXAME Casual, uma seleção de conteúdos para você aproveitar seu tempo livre com qualidade.

Acompanhe tudo sobre:FeminismoMulheresLíderes Extraordinários

Mais de Casual

Arquitetos são substituídos por marcas e prédios se tornam grifes para morar

Voos internacionais em 2025 devem ter Ásia como destino principal

6 dicas para aproveitar Fernando de Noronha em qualquer época do ano

Os presentes mais populares deste Natal, segundo o ranking de apps da Apple