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6 dicas de ouro para fazer uma boa gestão do caixa da sua empresa

Excedente de caixa deve ser distribuído com foco no equilíbrio financeiro. Entenda

Fundo de reserva: a recomendação é ter reservas equivalentes a um  mês e meio de faturamento (Natee Meepian/Getty Images)
Jorge Cardoso

Colunista

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 12h44.

Sempre recomendo que, prioritariamente, tenha-se foco no equilíbrio financeiro, ou seja, que a geração de caixa seja suficiente para, não só pagar o serviço da dívida, como também amortizar as parcelas correntes do principal da mesma.

Após esta premissa, a geração de caixa pode ter vários destinos e estes dependem de fatores diversos como perfil da dívida, obsolescência da estrutura empresarial, consolidação societária e apetite ao risco, entre outros. Entretanto, o excedente de caixa deve, normalmente, ser distribuído entre os seguintes destinos abaixo:

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1. Fundo de Reserva

Esta normalmente é a primeira etapa após o equilíbrio de contas. Nela, recomenda-se que se tenha reservas equivalentes a um  mês e meio de faturamento. Este critério adotado é uma referência de cobertura de lucro cessante em caso de sinistro ou imprevistos.

Número cabalístico, mas que, em geral, representa uma segurança ao empresário em caso de desequilíbrio momentâneo, seja por efeitos internos, como externos, no cenário atual.

2. Amortização Reversa da Dívida

À medida que temos equilíbrio de contas e fundo de reserva, o próximo passo recomendado é acelerar a amortização da dívida caso os juros sejam superiores às taxas da aplicação financeira.

Neste caso, deve-se escolher as piores taxas de juros tomados (após negociação) e realizar amortização reversa das últimas parcelas com taxa de desconto de juros composto superior às taxas da aplicação financeira realizada no fundo de reserva para o mesmo período. Se a parcela da dívida é fixa, considere que, originalmente, foram introduzidos juros no montante.

3. Distribuição de Dividendos

A distribuição de dividendos precisa ser definida no Acordo Societário e, normalmente, fica em torno de 20% a 30% do Lucro Líquido das empresas de capital fechado. Entretanto, em situação societária estável, recomendo que a distribuição de dividendos ocorra após a geração do fundo de reserva e a Implantação do programa de Amortização Reversa da Dívida.

4. Investimentos

A política de investimentos deve seguir alguns critérios não só de mercado como também de equilíbrio financeiro das empresas. Com relação a este último, recomendo que a dívida líquida total anual da empresa não ultrapasse três vezes o EBITDA do último ano. E que, também, a dívida anual seja limitada a percentual da Receita Líquida que não ultrapasse o saldo líquido após o equilíbrio financeiro mencionado no início deste artigo.

Ou seja, o limite seria que esta nova dívida mensal, adicionada à já contratada, não ultrapasse o saldo líquido de lucro após o equilíbrio financeiro. Este ponto é oscilante, pois depende de custos de oportunidades, obsolescência dos ativos, redução de custos fixos e variáveis, etc.

5. Consolidação Societária

A Consolidação Societária é sempre um tema delicado, mas necessário. Este fato ocorre principalmente à medida que novas gerações de herdeiros iniciam sua atividade na empresa. A consolidação pode se dar por várias formas: por decisão voluntária de algum sócio ou por proposição - normalmente da maioria - pela fatia de outro membro da sociedade.

A compra pode ocorrer com recursos próprios do(s) proponente(s), recursos da empresa, ou mesmo externos, como fundos de investimento. O proponente precisa saber que o sentido inverso também é válido, ou seja, aquele que recebeu a proposta de vender tem o direito de comprar a parcela do proponente nas mesmas bases.

Em grupos pluri-societários, a prática é frequente à medida que os fundadores saem de cena e os herdeiros tomam a operação. Por isso, recomenda-se que o Acordo Societário tenha critérios mínimos de Valuation da operação e de seus ativos.

6. Oeração financeira

Esta operação não deixa de ser investimento, entretanto vem ao encontro com gestão de patrimônio. Empresas sólidas - com estrutura de governança e critérios claros de gestão de patrimônio e caixa - têm iniciado operações diferenciadas, como as financeiras.

Isto se dá não só pela diversificação dos negócios, como também para criar formas de fazer a melhor aplicação para os recursos excedentes.

O Family Office tem esta finalidade. Entretanto, em alguns casos, pela gestão competente principalmente dos ativos líquidos dos sócios, inicia-se, em função de escalabilidade, operações abertas para outros agentes físicos ou, até, jurídicos. Nesta etapa, está se constituindo uma operação financeira da família empresária e que acaba gerando um novo negócio.

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