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Opportunity quase zera posição no Brasil com eleição no radar

Para o fundo macro, os preços dos ativos locais às vésperas da eleição ainda não compensam os riscos

Opportunity: fundo desmontou ao longo de junho a posição em ações de commodities (Germano Lüders/Exame)
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Bloomberg

Publicado em 1 de julho de 2022 às 12h36.

Última atualização em 1 de julho de 2022 às 12h45.

O fundo macro multimercado da Opportunity está praticamente zerado em posições no Brasil, disse o responsável pela estratégia de gestão, Marcos Mollica. Para ele, os preços dos ativos locais às vésperas da eleição ainda não compensam os riscos.

O Opportunity Total FIC FIM, que tem retorno acumulado de 7% em 2022, desmontou ao longo de junho a posição em ações de commodities no país e ficou apenas com uma pequena exposição nesses papéis, com perspectivas de desaceleração da atividade global em meio à alta de juros promovida no mundo desenvolvido.

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Além disso, a desaceleração doméstica esperada, riscos fiscais e a volatilidade do processo eleitoral deixam a gestora, que tem R$ 81,65 bilhões emativos sob gestão, receosa de elevar as apostas dos multimercado nos mercados locais.

“Não vejo cenário para ter posições no Brasil no momento”, afirmou Mollica, em entrevista. “Há muita incerteza e os preços dos ativos estão em linha com os riscos. Os prêmios atuais não atraem.”

Commodities

A preferência é ter exposição a commodities via mercados internacionais, onde estão as oportunidades mais claras, disse Mollica. O fundo também tem hoje uma aposta vendida nas bolsas dos Estados Unidos e da Europa, diante da perda de vigor da atividade nesses países, e comprada em ações da China, com sinais de retomada da economia asiática.

O Opportunity Total reduziu a um terço da posição original as apostas tomadas em juros internacionais e mantém posições nas taxas curtas americanas e nos juros europeus, com a visão de que a reprecificação dos yields está na “reta final”.

De volta ao Brasil, o fundo também possui posições pequenas aplicadas na parcela intermediária da curva de juros reais, em meio à inflação qualitativamente negativa. “A visibilidade para o fim do aperto do BC é baixa”, afirmou Mollica. A gestora projeta, atualmente, uma última alta da Selic em agosto, de 0,50 ponto percentual, para 13,75%.

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