Selic a 10,75% e o Ibovespa não engatou: ‘Kit Brasil’ pode ser a solução
Apesar de a queda dos juros, em tese, beneficiar as ações, o efeito da redução da Selic não foi imediato
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Publicado em 1 de abril de 2024 às 11h29.
Última atualização em 1 de abril de 2024 às 12h09.
Quase uma semana após a segunda reunião do Copom em 2024, que decidiu por mais uma redução de 0,50 p.p. na Selic, o Ibovespa continua no “ zero a zero ”.
A decisão de levar a Selic a 10,75% ao ano não foi uma grande surpresa para os mercados. O curioso mesmo foi que, no dia seguinte ao Copom, o índice operava em queda e fechou o pregão negativo em 0.75%.
Aliás, desde que o Banco Central deu início ao ciclo de corte de juros, esperava-se uma reação mais positiva dos ativos de risco brasileiros. Entretanto, mesmo após seis cortes consecutivos na taxa Selic, o Ibovespa cai 5% no ano.
Nesse cenário, a pergunta que fica é:
Por que o Ibovespa não ‘sai do lugar’?
Na edição especial do Giro do Mercado desta quinta-feira, 21, o analista da Empiricus Research, Matheus Spiess apontou que alguns fatores contribuem para o desempenho aquém das expectativas nos ativos de risco em 2024.
1. Ruídos do governo
Entre os fatores internos citados pelo analista está a postura do governo. A interferência na distribuição dos dividendos da Petrobras ( PETR4 ), a expansão dos gastos, bem como as falas do presidente têm causado muitos ruídos que acabam aumentando a percepção de risco em relação à bolsa.
2. Resgates de fundos de investimento
Matheus explica que, com a Selic batendo nos 13,75% ao ano, como aconteceu neste último ciclo de alta dos juros, houve uma “sangria" nos fundos de investimento.
Com isso, os investidores institucionais precisaram se desfazer de suas posições na bolsa para honrar os resgates de seus investidores.
O analista aponta que com a queda da Selic esses resgates diminuíram, mas ainda não acabaram pois os juros continuam altos, mesmo que o novo patamar seja de 10,75% ao ano.
Na prática, isso significa que os fundos de investimento ainda estão vendendo mais do que comprando ações, o que contribui para a queda do Ibovespa.
3. Saída dos investidores estrangeiros
Spiess também destacou fatores externos que têm contribuído para o desempenho fraco da bolsa brasileira, por exemplo, a saída do capital estrangeiro.
Assim como no Brasil, nos últimos dois anos outros países elevaram os juros. Nos Estados Unidos a taxa vem sendo mantida entre 5,25% e 5,50% desde julho de 2023.
Diante disso, os yields dos Treasuries de 10 anos (títulos do tesouro americano) estão oferecendo prêmios de 4,3% ao ano.
Essa dinâmica acaba fazendo com que os investidores estrangeiros deixem o Brasil, Afinal, se eles podem ter retorno de quase 5% ao ano, no ativo mais seguro do mundo e em dólar, por que se arriscar em um mercado emergente como o do Brasil?
4. Oboomda IA e ações degrowth
Um dos fatores que costumam atrair investidores internacionais para os mercados emergentes são ações de growth (crescimento). Ou seja, ativos que podem entregar valorizações exponenciais no curto espaço de tempo.
Contudo, com o boom das empresas de tecnologia e especialmente de inteligência artificial, o analista aponta que, neste momento, as melhores oportunidades estão nos EUA.
Spiess explica que nesse cenário, o custo de oportunidade acaba sendo mais um motivo para o investidor estrangeiro deixar a bolsa brasileira.
A junção de todos esses fatores é o que pode estar atrapalhando a bolsa de engatar em um primeiro momento, aponta o analista acredita. Contudo, ele continua defendendo a tese de que vale a pena apostar no ‘Kit Brasil’ para os próximos 12 meses .
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Em algumas ocasiões, os analistas da Empiricus Research reforçaram que, além dos fatores externos, o padrão de queda do Ibovespa nos meses seguintes ao início do ciclo de cortes é um comportamento que já aconteceu em outros períodos.
Veja só a imagem abaixo, ela mostra o desempenho do Ibovespa em dez ciclos de queda da Selic entre 1999 e 2020.
Em todos os ciclos, é possível observar o comportamento da bolsa em um período de 12 meses antes dos cortese até 24 meses após o início do afrouxamento da economia.
Perceba que, na coluna do mês seguinte ao início do ciclo de cortes na Selic, o Ibovespa teve desempenho médio negativo em 2%. Contudo, avaliando a faixa dos 12 meses o retorno médio do Ibovespa é de 21%.
Por esse motivo, Matheus Spiess reforça que a expectativa para os próximos 12 meses ainda é positiva. Além do histórico da bolsa, o analista enxerga outros pontos positivos como gatilho: balança comercial favorável, crescimento do PIB e o mercado de trabalho ativo.
Ele reforça que não será um passeio no parque. Ou seja, haverá altos e baixos ao longo do caminho e a carteira do investidor precisa estar preparada para atravessar esses períodos.
Assim, o analista considera que o investidor terá a chance de buscar lucro investindo no que ele chamou de “Kit Brasil”. São ações de qualidade, de diferentes setores, inclusive aquelas beneficiadas pelo ciclo de juros.
Nesse sentido, a Empiricus Research, selecionou as 10 melhores ações para investir e buscar valorização agora.
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* Este conteúdo é apresentado por Empiricus