Com o grau de investimento concedido pela agência Standard & Poor´s ao Brasil no último dia 30, ações de setores ligados ao consumo interno, bancos e construção civil entraram no radar dos investidores, ao lado das sempre recomendadas Vale, Petrobras e siderúrigicas. Na avaliação das corretoras, a melhora na nota de risco do país deve reduzir o custo de captação das empresas e impulsionar a concessão de crédito - o motor desses setores. As ações das instituições financeiras, por exemplo, estão atrasadas em relação ao mercado, de acordo com a Socopa. "Consideramos que a crise financeira enfrentada pelas instituições americanas tenha deixado os investidores apreensivos em relação ao setor. No entanto, os bancos brasileiros apresentam fortes fundamentos", afirma a corretora.

Nas carteiras sugeridas para o mês de maio, papéis do Bradesco, Unibanco, Itaú, Banco do Brasil, B2W, Pão de Açúcar e MRV dividem espaço com as tradicionais Petrobras e Vale do Rio Doce, que apesar de já não serem consideradas as de maior potencial de valorização, continuam na lista das favoritas dos analistas. Para o Banco Real, as ações da Vale são uma boa pedida devido à demanda forte a apertada por minérios, além de não estarem descartadas novas aquisições no futuro. Em relação à Petrobras, as corretoras destacam a alta probabilidade de novas descobertas de campos de extração nos próximos meses.

Entre as mudanças nas recomendações, a Alpes decidiu trocar as ações da Vale do Rio Doce (VALE5) pelos papéis da Bradespar (BRAP4). "Estamos trocando VALE5 por BRAP4, por acreditar na forte capacidade de crescimento das duas empresas que ela possui investimentos (Vale do Rio Doce e CPFL Energia) e pelo atual desconto que ela está operando em relação a CPFE3 e VALE", justifica a corretora.

Já a SLW substituiu as ações da Eletrobrás (ELET3) pelas da Light (LIGT3) e as da Gerdau (GGBR4) pelas da Usiminas (USIM5). A corretora retirou de sua carteira as ações da Brasil Telecom (BRTP4) e incluiu as da Lojas Renner (LREN3), TAM (TAMM4), Duratex (DURA4) e Net (NETC4), promovendo maior diversificação de setores.

No caminho oposto, a Souza Barros cortou pela metade suas indicações de papéis, e deixou apenas cinco ações em sua carteira. Foram retirados os papéis de Localiza (RENT3), Unibanco (UBBR11), Bradesco (BBDC4), Natura (NATUR3), Vale do Rio Doce (VALE5), B2W (BTOW3) e Cemig (CMIG3) e incluídos os da Tractebel (TBLE3) e Telesp (TLPP4).  A Socopa trocou os papéis da Suzano Papel e Celulose (SUZB5) pelos do Unibanco (UBBR11).

Apesar das boas perspectivas para o mercado acionário brasileiro, os especialistas aconselham os investidores a não fazerem mudanças bruscas em seus investimentos. "O Brasil, como todos os países, está sujeito ao que ocorre ao seu redor, e a economia americana permanece em crise", lembra Roberto Apelfeld, da Legg Mason.

Confira abaixo as recomendações de 11 corretoras para o mês de maio.