Vai viajar para fora em julho? Saiba driblar a alta do dólar
Com o dólar em alta, estratégias podem reduzir o prejuízo nas férias de julho
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2015 às 17h18.
São Paulo - Com a alta do dólar , viajar para o exterior fica cada vez mais distante no sonho do brasileiro, como mostram os recentes dados sobre o déficit externo brasileiro, que recuou depois das despesas com viagens internacionais caírem 33,2% em abril.
Especialistas afirmam que o cenário deve melhorar no segundo semestre de 2016, quando o dólar deve se estabilizar e a atividade econômica retomará o crescimento.
Mas, por enquanto, para quem já tem viagens marcadas e não tem como fugir dos gastos a mais, algumas dicas são fundamentais para não extrapolar o orçamento.
Para o professor do Ibmec e estrategista da gestora de recursos Simplific Pavarini, Alexandre Espírito Santo, a faixa entre R$ 3,05 e R$ 3,10 é o câmbio a ser perseguido pelo comprador.
“Essa é uma área boa para se comprar devagar, não comprar tudo de uma vez”, diz ele. Espírito Santo, que também viajará para o exterior em julho, afirma que foi comprando aos poucos quando o dólar chegou a R$ 2,90 há alguns meses.
“Eu tenho dúvidas de que o dólar vai voltar para essa faixa, o fundamento macroeconômico não permite um dólar abaixo dos R$ 3,00 hoje”, afirma. “Qualquer melhorada que dê, e isso pode acontecer por conta do acordo com a China, é ponto de compra.”
Outra sugestão do economista é levar o dinheiro vivo para a viagem. “Se você viaja e compra com o cartão de crédito, o boleto será pago com a cotação do dia e você não pode prever aonde a taxa estará”, diz ele.
Para aqueles que não querem correr o risco de andar com o dólar físico, existe a opção dos cartões multimoeda. “É preciso ter confiança em quem você está comprando, porque você pode precisar de auxílio em caso de roubos e assaltos e eles têm que estar devidamente preparados para essas condições”, afirma Espírito Santo.
Uma das empresas que oferece esse tipo de serviço é a ContaSuper, plataforma digital de contas pré-pagas com cartões MasterCard.
O sistema consiste em depositar um valor, por meio de TED ou DOC do próprio banco, em uma conta digital.
O dinheiro pode ser gasto no exterior com o cartão internacional. A conta oferece dez moedas estrangeiras: dólar americano, euro, libra esterlina, iene, yuan chinês, dólar australiano, dólar canadense, dólar neozelandês, peso chileno e guarani paraguaio, além do real.
“Quem vai fazer intercâmbio, por exemplo, a mãe vai mandando dinheiro para o filho com muito menos risco”, afirma Luiz Almeida, diretor de marketing da Super. Na hora de comprar, o consumidor pode ver qual a moeda mais vantajosa para fazer o câmbio.
Sobre o atual cenário, o diretor afirma que a maior preocupação é a instabilidade do dólar. “O problema não é ser baixo ou alto, é a instabilidade que é complicada, eu posso comprar agora de manhã e de tarde ele subir, o que pode atingir tanto a nós quanto aos consumidores”, diz.
“Nossa dica para nossos clientes é ir comprando aos poucos, fazer o dólar médio, porque assim no final não terá muita diferença.” Atualmente, cerca de 30% nas transações na MasterCard são internacionais.
Dinheiro vivo
Para quem apostar em dinheiro vivo, o economista Alexandre Espírito Santo recomenda avaliar as opções de câmbio com o real nos próprios países, especialmente em alguns da América Latina.
“Em alguns lugares você consegue fazer boas trocas com o próprio real”, diz.
"Na Argentina, por exemplo, os próprios argentinos estão evitando a moeda deles e o real é mais valorizado”, diz.
“Quando você faz a conversão para o dólar e depois para a outra moeda, você perde nas duas pontas, porque tem que pagar a taxa de câmbio”, lembra. “Se for possível trocar direto, é mais interessante.”
Cenário futuro
Para o especialista, a desaceleração atual da procura ainda não é muito importante, pois as empresas e agências de viagem estão enxugando suas margens para garantir promoções.
“Mas uma hora se atinge a margem mínima e essa hora vai vir em conjunto com a consequência de outros problemas, como o aumento do desemprego e a perda nas recomposições salariais que estão abaixo da inflação”, afirma Espírito Santo.
Com isso, ele acredita que as férias do final do ano podem estar ainda mais comprometidas que as férias de julho, já que muitas pessoas já haviam se planejado e feito reservas. A melhora, acredita ele, deve vir apenas no segundo semestre de 2016.
São Paulo - Com a alta do dólar , viajar para o exterior fica cada vez mais distante no sonho do brasileiro, como mostram os recentes dados sobre o déficit externo brasileiro, que recuou depois das despesas com viagens internacionais caírem 33,2% em abril.
Especialistas afirmam que o cenário deve melhorar no segundo semestre de 2016, quando o dólar deve se estabilizar e a atividade econômica retomará o crescimento.
Mas, por enquanto, para quem já tem viagens marcadas e não tem como fugir dos gastos a mais, algumas dicas são fundamentais para não extrapolar o orçamento.
Para o professor do Ibmec e estrategista da gestora de recursos Simplific Pavarini, Alexandre Espírito Santo, a faixa entre R$ 3,05 e R$ 3,10 é o câmbio a ser perseguido pelo comprador.
“Essa é uma área boa para se comprar devagar, não comprar tudo de uma vez”, diz ele. Espírito Santo, que também viajará para o exterior em julho, afirma que foi comprando aos poucos quando o dólar chegou a R$ 2,90 há alguns meses.
“Eu tenho dúvidas de que o dólar vai voltar para essa faixa, o fundamento macroeconômico não permite um dólar abaixo dos R$ 3,00 hoje”, afirma. “Qualquer melhorada que dê, e isso pode acontecer por conta do acordo com a China, é ponto de compra.”
Outra sugestão do economista é levar o dinheiro vivo para a viagem. “Se você viaja e compra com o cartão de crédito, o boleto será pago com a cotação do dia e você não pode prever aonde a taxa estará”, diz ele.
Para aqueles que não querem correr o risco de andar com o dólar físico, existe a opção dos cartões multimoeda. “É preciso ter confiança em quem você está comprando, porque você pode precisar de auxílio em caso de roubos e assaltos e eles têm que estar devidamente preparados para essas condições”, afirma Espírito Santo.
Uma das empresas que oferece esse tipo de serviço é a ContaSuper, plataforma digital de contas pré-pagas com cartões MasterCard.
O sistema consiste em depositar um valor, por meio de TED ou DOC do próprio banco, em uma conta digital.
O dinheiro pode ser gasto no exterior com o cartão internacional. A conta oferece dez moedas estrangeiras: dólar americano, euro, libra esterlina, iene, yuan chinês, dólar australiano, dólar canadense, dólar neozelandês, peso chileno e guarani paraguaio, além do real.
“Quem vai fazer intercâmbio, por exemplo, a mãe vai mandando dinheiro para o filho com muito menos risco”, afirma Luiz Almeida, diretor de marketing da Super. Na hora de comprar, o consumidor pode ver qual a moeda mais vantajosa para fazer o câmbio.
Sobre o atual cenário, o diretor afirma que a maior preocupação é a instabilidade do dólar. “O problema não é ser baixo ou alto, é a instabilidade que é complicada, eu posso comprar agora de manhã e de tarde ele subir, o que pode atingir tanto a nós quanto aos consumidores”, diz.
“Nossa dica para nossos clientes é ir comprando aos poucos, fazer o dólar médio, porque assim no final não terá muita diferença.” Atualmente, cerca de 30% nas transações na MasterCard são internacionais.
Dinheiro vivo
Para quem apostar em dinheiro vivo, o economista Alexandre Espírito Santo recomenda avaliar as opções de câmbio com o real nos próprios países, especialmente em alguns da América Latina.
“Em alguns lugares você consegue fazer boas trocas com o próprio real”, diz.
"Na Argentina, por exemplo, os próprios argentinos estão evitando a moeda deles e o real é mais valorizado”, diz.
“Quando você faz a conversão para o dólar e depois para a outra moeda, você perde nas duas pontas, porque tem que pagar a taxa de câmbio”, lembra. “Se for possível trocar direto, é mais interessante.”
Cenário futuro
Para o especialista, a desaceleração atual da procura ainda não é muito importante, pois as empresas e agências de viagem estão enxugando suas margens para garantir promoções.
“Mas uma hora se atinge a margem mínima e essa hora vai vir em conjunto com a consequência de outros problemas, como o aumento do desemprego e a perda nas recomposições salariais que estão abaixo da inflação”, afirma Espírito Santo.
Com isso, ele acredita que as férias do final do ano podem estar ainda mais comprometidas que as férias de julho, já que muitas pessoas já haviam se planejado e feito reservas. A melhora, acredita ele, deve vir apenas no segundo semestre de 2016.