Que haverá uma desaceleração na demanda por aço em função da crise internacional, ninguém discute. Mas, apesar do cenário menos promissor para as siderúrgicas, a corretora Planner mantém sua recomendação de compra para as ações da Usiminas e destaca: a companhia é a mais bem preparada do setor para enfrentar a crise.

Em relatório, a Planner informa que reduziu de 80,30 reais para 50,00 reais o preço-alvo das ações da empresa, derrubando a previsão de ganhos com os papéis até o final de 2009 de 194% para 83%. No entanto, a corretora afirma que devido à maior diversificação de receita, foco no mercado interno, gestão conservadora e contas desalavancadas, a empresa conseguirá se posicionar bem mesmo durante a crise.

Ainda é esperada uma redução de 10% nos preços médios do aço, além de novos cortes de produção decorrentes da expectativa de queda de 3,2% nas vendas em 2009. As expectativas negativas para o curto prazo, porém, não impediram que as ações da Usiminas fossem consideradas uma oportunidade de investimento a médio e longo prazo. O preço atual, segundo a Planner, reflete o estresse da crise e não os fundamentos e a competitividade da siderúrgica.

Com uma produção diversificada e ativos em mineração, a Usiminas reduz seu risco ao mesmo tempo em que ganha estabilidade e previsibilidade de fluxo de caixa. A provável queda nas margens de lucro não deve criar dificuldades para a empresa, avalia a corretora. "A Usiminas está em situação muito confortável para enfrentar eventuais restrições de capital advindas da crise
atual e manter o seu programa de investimentos de longo prazo", diz.

A recuperação das vendas já é projetada para 2010, com um crescimento de 2,9%. Em 2011, o ritmo de expansão deve ganhar força, com a companhia elevando em 5% seu volume de vendas. Os preços, entretanto, devem se manter estáveis e a desvalorização do real frente ao dólar não será suficiente para compensar a forte queda dos preços do aço e a desaceleração da demanda.