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Títulos atrelados à inflação ainda são boas pedidas após queda de juros

Prefixados já perderam o brilho e pós-fixados são boa opção para os mais conservadores; medida do BC foi neutra para a Bolsa

Aplicações indexadas à inflação ainda são uma boa pedida na renda fixa (Getty Images)

Aplicações indexadas à inflação ainda são uma boa pedida na renda fixa (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 19h06.

São Paulo – O Banco Central optou mais uma vez por uma redução na taxa de juros, de 12% para 11,5% ao ano, num cenário em que a inflação ainda é ameaçadora. Numa situação como essa, em que as incertezas rondam a Bolsa e até as opções entre a renda fixa suscitam algumas dúvidas, especialistas aconselham os investidores a preferirem produtos indexados à inflação e fundos ativos de renda fixa. Os mais arrojados devem considerar a entrada gradual na Bolsa; já os mais conservadores podem olhar para os produtos indexados à Selic.

Renda fixa

Uma perspectiva de queda de juros combinada com inflação alta, que deve permanecer em 2012 acima do centro da meta, requer que o investidor em renda fixa fique atento. Para preservar seu poder de compra, especialistas recomendam produtos atrelados à inflação, como as NTN-Bs, compradas via Tesouro Direto, ou fundos que investem nesse tipo de papel. Esses títulos pagam uma taxa de juros prefixada mais IPCA, mas que podem ter uma alta volatilidade no longo prazo.

Por isso mesmo, o investidor deve priorizar papéis de prazos mais curtos. O BC está contando que um desaquecimento na economia mundial irá arrefecer a inflação por aqui, mas caso isso não ocorra, os juros provavelmente serão elevados novamente, o que irá impactar negativamente os preços das NTN-Bs. “Esse cenário favorece os títulos com vencimento em até cinco anos”, diz Luciana Pazos, chefe da divisão de gestão de fortunas da Mirae Asset Securities.

Para a especialista, o momento dos títulos prefixados, como as LTNs, já passou. “O ganho mais expressivo desses títulos se deu após a redução de juros da reunião anterior. Agora já houve uma queda grande dos prêmios”, diz Luciana.

Os investidores que não se sentirem seguros para investir diretamente, por conta das futuras possíveis mudanças de cenário, podem optar ainda por fundos ativos de renda fixa, que podem investir nos papéis mais adequados ao momento econômico, independentemente se são indexados à inflação, pré ou pós-fixados.


Já para os mais conservadores, que quiserem o mínimo de risco na carteira, os especialistas recomendam os produtos indexados à Selic, como CDBs que paguem ao menos 100% do CDI, os fundos DI e as Letras Financeiras do Tesouro, as LFTs. “Mesmo nesse cenário de queda de juros, a Selic projetada para o ano que vem é de 10,5%, o que, descontando-se IR e a inflação projetada [de 5,61%] ainda garante um ganho real para o investidor que conseguir 100% do CDI”, explica Edson Franco, superintendente executivo de investimentos do Santander.

Para conseguir 100% do CDI com CDBs, por exemplo, o investidor pode optar pelos papéis emitidos por bancos pequenos e médios e ter sua aplicação garantida num valor de até 70.000 reais. Outra opção são os CDBs sem liquidez diária, com vencimento em dois ou três anos. Mas Franco orienta aos donos de uma boa quantidade de recursos para investir em CDBs que tentem negociar o percentual do CDI com a instituição financeira. “Diversificar é bom, mas cuidado para não pulverizar demais os recursos. Procure concentrar seus investimentos em poucos produtos e instituições, para conseguir negociar taxas melhores”, lembra.

Renda variável

Segundo Luciana Pazos, da Mirae, o resultado da redução de juros para a Bolsa foi neutro, uma vez que o mercado já precificava a medida. Ela lembra que a Bolsa brasileira está “sem tendência” em função do cenário externo, e que a decisão do BC traz aspectos tanto positivos quanto negativos. Por um lado, a redução da Selic aumenta a atratividade da Bolsa e privilegia o crescimento econômico; por outro, a inflação ainda preocupa, pois pode aumentar os custos das empresas e impactar negativamente seus resultados.

“Os preços estão atrativos para a entrada em bolsa. É interessante começar a construir posições para o longo prazo, mas a perspectiva é de volatilidade e perda de capital no curto e médio prazo”, orienta Luciana. Ela diz que o cenário para as empresas brasileiras é favorável e que é bom entrar aos poucos, mas desde que o investidor esteja ciente de que, a princípio, pode ver seu patrimônio severamente reduzido. O foco deve ser em empresas com maior exposição à demanda interna, evitando-se as empresas mais afetadas pelo cenário externo, como o setor de commodities.

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