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Seis corretoras indicam ações da Vale após fracasso com Xstrata

Papéis devem ser beneficiados no curto prazo e podem subir até 55,7% em 12 meses

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Pelo menos no curto prazo, o fracasso da Vale em sua tentativa de comprar a Xstrata não será lamentado no mercado. Apesar de a empresa perder a chance de se tornar a maior mineradora do mundo e diversificar sua carteira de produtos, seis bancos e corretoras (Brascan, Itaú, Deutsche Bank, Espírito Santo, Prosper e Ativa) divulgaram relatórios nesta quarta-feira em que afirmam que as ações da empresa devem se valorizar nas próximas semanas.

A mais incisiva recomendação de compra foi divulgada pela Brascan Corretora. O analista Rodrigo Ferraz revisou para 74,09 reais o preço-alvo das ações preferenciais da empresa (VALE5), o que significaria uma valorização de 55,7% sobre a cotação da última segunda-feira. Essa alta refletiria o aumento de 86,7% obtido pela empresa para o preço das pelotas e também a alta de 65% a 71% para o minério de ferro, além da forte demanda por commodities na China. Ainda entre os pontos positivos do negócio, a corretora Ativa lembra que, sem a Xstrata, acaba o risco de a Vale se endividar demais e perder o grau de investimento das agências internacionais. E a Itaú Corretora diz que a Vale mostrou disciplina ao desistir da compra, o que deve ser bem-percebido pelo mercado.

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A equipe de analistas do Banco Espírito Santo recomenda compra apenas das ações preferenciais da Vale. Com a expectativa de que a empresa fizesse uma megaemissão de papéis preferenciais para comprar a Xstrata, as ações ordinárias (VALE3) acabaram registrando um resultado melhor nos últimos dias - o que já não se justifica. O banco estabeleceu um preço-alvo de 71,80 reais para as ações preferenciais e lembra que a Vale é a grande mineradora com menor exposição a turbulências no mercado, já que seu principal produto, o minério de ferro, tem preços fechados anualmente com os clientes - sem as flutuações diárias de outros metais, como cobre, níquel ou ouro.

Nova oferta

Pela legislação britânica, ao encerrar as negociações com a Xstrata, a Vale deverá esperar ao menos seis meses para apresentar uma nova proposta. Esse prazo não precisará ser respeitado, entretanto, caso outra empresa apresente uma oferta de compra à Xstrata ou então se o conselho de administração da mineradora anglo-suíça recuar e decidir aceitar a proposta que havia sido rejeitada.

A corretora Prosper acredita que os acionistas minoritários da Xstrata poderiam pressionar a controladora, a trading Glencore, para fechar o negócio, já que as ações da empresa chegaram a cair 12% nesta quarta-feira na Bolsa de Londres. A possibilidade de que a Glencore ceda, entretanto, é considerada bastante pequena, segundo os analistas do Banco Espírito Santo. A Glencore gostaria de manter o direito de comercialização dos minérios produzidos pela Xstrata caso a empresa fosse vendida para a Vale, e essa foi um dos motivos que levou a empresa brasileira a desistir do negócio.

O Deutsche Bank lembra que outras empresas poderiam virar alvo da Vale, além da Xstrata. O banco acredita que mineradoras com boa participação nos mercados de cobre e carvão interessam à empresa brasileira e que um negócio com um valor de até 50 bilhões de dólares poderia ser anunciado no médio prazo.

O Unibanco, que dá preço-alvo de 74 reais para as ações preferenciais da Vale, concorda e diz que a consolidação no setor de mineração deve continuar, inclusive com a possibilidade de uma nova proposta da BHP para a compra da Rio Tinto - outro negócio que fracassou neste ano. As grandes empresas, entretanto, devem esperar a melhoria das condições de mercado para se aventurarem em novas propostas.

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