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Júlia Lewgoy
Publicado em 1 de julho de 2018 às 07h00.
Última atualização em 1 de julho de 2018 às 18h31.
Pergunta do leitor: Tenho 16 anos, sou estudante e gostaria de investir em imóveis. Por onde começar?
Resposta de Marcela Kawauti*:
Investir em um imóvel requer que uma quantia muito elevada fique imobilizada no bem. Assim, esse tipo de investimento é recomendável só para quem já possui uma reserva financeira considerável.
Se esse não for o seu caso, é interessante começar investindo em instrumentos mais democráticos, como fundos de investimento ou títulos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs. Apesar de estarem remunerando menos em relação a anos recentes, devido à queda da taxa Selic, são papéis seguros e mais rentáveis do que a poupança.
Por bastante tempo, comprar imóveis foi uma forma de investimento vantajosa. Em períodos de hiperinflação, era uma maneira segura de proteger seu dinheiro. Além disso, os valores dos imóveis estavam em constante valorização nas décadas passadas.
Entretanto, assim como os demais segmentos da economia, o mercado imobiliário foi impactado pela crise recente, e vimos o valor das propriedades e dos aluguéis caírem. Também vimos muitas pessoas tentarem vender seus imóveis sem sucesso.
Por outro lado, hoje existe uma série de opções de aplicações financeiras que não existiam antigamente e podem ser bastante vantajosas. Diante deste cenário, será que continua valendo a pena comprar um imóvel para investir?
Em primeiro lugar, é importante deixar claro que comprar um imóvel para sua própria moradia não é sinônimo de investimento. É o que chamamos de bem de uso. Muitas pessoas fazem essa confusão, mas a compra da casa própria deve ser considerada, antes de tudo, um custo.
Se sua intenção é comprar um imóvel para alugar, deve levar em conta que você pode demorar para encontrar um inquilino e que corre o risco de ficar com ele vazio, tendo que arcar com contas básicas, condomínio, manutenção do imóvel e IPTU.
Se o seu objetivo for comprar uma casa ou um apartamento para revender depois, pode demorar para conseguir fechar negócio. Se for comprar o imóvel diretamente na planta, também vale uma atenção especial: apesar de ser mais barato, há risco de quebra da construtora, atrasos e problemas na obra.
Ainda assim, investir em imóveis pode ser vantajoso, mas possui riscos como qualquer outro investimento. É preciso fazer uma projeção do quanto se espera ganhar com a futura venda ou aluguel, levando em conta a valorização do local.
Além disso, deve-se considerar os custos envolvidos e a chance de ficar com uma quantia significativa de dinheiro “parado”. Lembre que um investimento desse tipo possui uma liquidez muito baixa e, portanto, não é bom negócio alocar todas as suas reservas nele.
*Marcela Kawauti é economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e colabora com o portal Meu Bolso Feliz
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