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Prepare o bolso: com carros mais caros, IPVA de 2022 deve subir até 30%

Com carros novos e seminovos mais caros, os proprietários de veículos devem se preparar para pagar um IPVA mais caro em janeiro. Entre os 10 modelos mais vendidos no país, a diferença de valor chega a 31%

Onix, da Chevrolet, está entre os modelos que devem pagar um IPVA maior em 2022 (Chevrolet/Divulgação)
BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 12h41.

Última atualização em 14 de outubro de 2021 às 11h04.

Janeiro é a época em que as despesas batem à porta do brasileiro. É o mês em que a fatura do final do ano (presentes de Natal, ceia e viagens de Ano Novo) dá as mãos para os gastos do início do semestre ( IPVA, IPTU, matrícula escolar e tantas outras ).

Com tantas contas chegando, é importante fazer um planejamento financeiro para que a grana não fique curta. Esse planejamento será ainda mais importante em 2022, pois diversas contas devem aumentar, em razão da pressão inflacionária.

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Uma das despesas que deve ficar mais salgada é o Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) . Embora a alíquota do tributo seja a mesma do ano passado, o preço dos carros usados disparou até 50% desde o início da pandemia.

Carro mais caro, IPVA mais salgado

A EXAME Invest levantou o preço dos 10 carros mais vendidos no país e fez uma estimativa para o valor do IPVA do ano que vem. A diferença entre o imposto a ser pago em janeiro de 2022 e o imposto que foi pago em janeiro de 2021 passa dos 30%. Os donos do Chevrolet Onix, por exemplo, deverão arcar com um IPVA 31% mais caro no próximo ano.

Por contarem com um volume de troca maior, os carros mais vendidos tendem a ter uma variação menor de preços. Quando a comparação vai para modelos mais caros e menos negociados, como as picapes e SUVs, a diferença de preço pode chegar a 50%, como mostra esta matéria. Para esses proprietários, a fisgada no bolso deve ser ainda maior.

Metodologia: A maior parte dos estados considera a tabela Fipe do mês de setembro do ano anterior para calcular o IPVA do ano seguinte, então foi esse o valor utilizado na estimativa realizada pela EXAME. A alíquota de base foi de 4%, válida para veículos a gasolina ou flex em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.de

Para acompanhar a evolução dos preços e do cálculo do IPVA, foi considerada uma mesma versão de cada modelo, com fabricação em 2019.

Preços em alta

A disparada dos preços dos veículos novos e seminovos não afeta só quem pretende trocar o modelo da garagem. Carros mais caros implicam em custos mais altos de manutenção e IPVA para todos os proprietários.

Mas o que explica os preços em alta?

Quando a pandemia estourou, a indústria automotiva suspendeu a fabricação de veículos. Já era esperado que, algum tempo depois, haveria uma escassez de modelos à venda. Mas a pandemia tornou a escassez maior do que a esperada. Isso porque, com medo, muitas pessoas que já haviam desistido de ter um carro voltaram atrás, buscando a segurança do transporte privado.

Há também uma escassez de componentes, dos quais os principais são os semicondutores. A escalada da demanda global para outros setores, como os segmentos de games, de smartphones e de notebooks, também contribuiu para a crise na cadeia de suprimentos de montadoras.

A escassez de modelos novos e a alta da demanda levaram consequentemente à escassez de modelos seminovos e usados. Consequentemente, modelos que já estavam no mercado tiveram uma forte valorização. Atualmente, quem quer ter um carro 0 km precisa esperar meses para poder comprá-lo. Muitos consumidores que comprariam novos optaram por seminovos ou usados.

O que fazer?

O IPVA é um tributo anual, cobrado sempre em janeiro. A maioria dos estados oferece opções de parcelamento e desconto para quem opta por pagar à vista. O desconto, no entanto, costuma ser de 3% -- valor insuficiente pra fazer frente ao reajuste causado pelo encarecimento dos modelos.

Seja qual for a opção de pagamento, é importante se planejar para essa e outras tantas despesas de início de ano. O ideal é, desde já, fazer um "pé de meia" para evitar a dor de cabeça em janeiro. Aqui vale a velha dica de usar o 13º salário ou as férias para ajudar com essa despesa.

Mas se mesmo assim a grana ficar curta, é recomendável parcelar o débito do IPVA para reduzir o impacto da despesa maior. É melhor parcelar a conta ao longo do primeiro trimestre de 2022 do que começar o ano com a corda no pescoço e endividado.

Por fim, o preço mais alto dos seminovos pode ser uma boa oportunidade para avaliar se você realmente precisa do carro na garagem. Com a maior adesão ao trabalho remoto, muitos brasileiros deixaram de usar o veículo para se deslocar diariamente, o que mudou completamente o planejamento de transporte das famílias.

Além disso, não é só o IPVA que tem pesado mais no bolso. O encarecimento dos combustíveis deixou outras alternativas, como o transporte público e os aplicativos de transporte privado, mais competitivos.

Por isso, vale a pena colocar as despesas com o carro (IPVA, seguro e manutenção) na ponta do lápis e comparar com planos alternativos, para saber o que vale mais a pena, financeiramente. Aqui vale, inclusive, considerar o possível ganho com a revenda do veículo, já que os preços continuam em alta no mercado.

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