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Poupança tem depósitos de quase R$2 bi e supera saques depois de 2 meses

Apesar de resultado ser o primeiro positivo nos três meses iniciais do ano, representa queda de 53,4% sobre março do ano passado

Poupança: investimento apresentou mais entrada que saques em março (PM Images/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2019 às 15h39.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 15h50.

Brasília - Após os saques registrados em janeiro e fevereiro, os brasileiros voltaram a colocar dinheiro na poupança em março. Dados do Banco Central mostraram que, no mês passado, R$ 1,853 bilhão líquidos entraram na caderneta poupança . Foi o primeiro mês de saldo positivo em 2019. O resultado, no entanto, ficou abaixo dos R$ 3,978 bilhões em depósitos líquidos registrados em março do ano passado.

No mês passado, foram R$ 183,200 bilhões em saques, contra R$ 185,052 bilhões em depósitos. Considerando os rendimentos de R$ 3,004 bilhões na poupança em março, o saldo global da caderneta chegou aos R$ 792,790 bilhões.

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No acumulado do primeiro trimestre de 2019, as retiradas líquidas da poupança somaram R$ 13,400 bilhões. O montante é resultado de saques de R$ 575,122 bilhões contra depósitos de R$ 561,721 bilhões.

Recuperação

Em função da crise econômica, a caderneta registrou saídas líquidas em 2015 e 2016, mas iniciou um processo de recuperação no ano seguinte. Em 2018, em meio à relativa retomada do emprego e da renda, a poupança fechou o ano com captação líquida de R$ 38,260 bilhões.

Esta procura maior pela poupança no ano passado ocorreu apesar de a rentabilidade ser, atualmente, inferior ao visto em anos anteriores. Hoje a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está próxima de zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros da economia). A Selic, por sua vez, está em 6,50% ao ano desde março de 2018.

Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Esta remuneração, mais elevada, deixou de valer em setembro de 2017, quando a Selic passou para abaixo do nível de 8,50%.

Brasil

Apesar dos resultados positivos da caderneta em 2017 e 2018, os brasileiros ainda não têm o hábito de guardar dinheiro. Dados do Banco Mundial mostram que, em 2017, apenas 32% dos brasileiros com mais de 15 anos de idade guardaram alguma quantia de dinheiro - seja na caderneta, seja em qualquer outra aplicação financeira. A média global é de 48% e nos países de alta renda o porcentual é de 73%.

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