Parcela do financiamento de imóveis fica mais barata. Confira por segmento
Contudo, menos compradores conseguem arcar com o custo na cidade de São Paulo, segundo pesquisa do Datazap
Marília Almeida
Publicado em 19 de abril de 2021 às 17h21.
Apesar do valor das parcelas do financiamento de imóveis estarem menores, a renda das famílias sofreu impacto com a pandemia, reduzindo o poder de compra da população da cidade de São Paulo. É o que conclui a DataZAP, braço de inteligência imobiliária de ZAP+.
Segundo a simulação, todas as categorias de imóveis estudados apresentaram uma queda no preço da primeira parcela, em teoria, ficando mais acessíveis na comparação entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019.
Para demonstrar a queda no preço a pesquisa dividiu os imóveis em quatro categorias, de acordo com seus preços na capital paulista no 3º trimestre de 2020: econômico popular, de R$ 330 mil; médio padrão, de R$ 465 mil; médio-alto padrão, de R$ 750 mil; e alto padrão, de R$ 1 milhão. Os preços foram corrigidos com base no índice FipeZAP.
A diminuição do valor foi mais acentuada para as unidades mais caras: enquanto o preço no imóvel econômico popular caiu R$ 86, o médio padrão reduziu R$ 123, o médio-alto passou a valer R$ 264 a menos e o de alto padrão ficou R$ 353 mais barato.
Pesquisa Datazap sobre preço de 1ª parcelaAs premissas que permitiram calcular a primeira parcela foram: taxa de juros média das operações de financiamentos de 7% ao ano, entrada média de 20% (ou seja, financiamento de 80% do valor total do imóvel), e prazo de 30 anos para o pagamento. Na simulação o sistema de amortização é constante e os juros são pré-fixados.
Já para avaliar o número de pessoas com capacidade de compra a simulação usou os dados de renda disponíveis na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) dos últimos anos e considerou a renda familiar estável em cada trimestre avaliado
A partir dos valores da primeira parcela simulada, da premissa que as famílias têm reservas financeiras o suficiente para arcar com a entrada e admitindo que os consumidores comprometem no máximo 30% da renda mensal com a compra de um imóvel, estimou-se a quantidade de pessoas em domicílios capazes de arcar com o financiamento.
Os valores desse exercício são cumulativos, de modo que quem consegue adquirir um imóvel de alto padrão também consegue comprar um de médio-alto padrão, e assim por diante.
Segundo Danilo Igliori, economista do FipeZap, uma parcela menor permite maior acesso ao mercado de compra; mas, em compensação, uma redução da renda das famílias pode mais do que contrabalancear o efeito da queda do preço da parcela. "Mesmo com a baixa histórica da Selic e taxas de financiamento convidativas, que resultam em parcelas mais acessíveis, percebemos na verdade uma queda na quantidade de pessoas com capacidade de arcar com o custo de imóveis de médio-alto e alto padrões'', conclui.