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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Simon Johnson, professor do MIT Sloan School of Management e ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional, argumenta que aprovação do Congresso é um passo para estabelecer a confiança dos mercados. Veja abaixo os principais trechos de entrevista a EXAME
EXAME - Você acha que o programa de salvamento do governo americano para os bancos vai ajudar a destravar o crédito no país?
Simon Johnson - Acredito o plano poderá estabilizar a confiança nos Estados Unidos e globalmente. Se bem implementado, o pacote poderá colocar a situação sob controle. Mas esse é só o começo, ainda há muito o que fazer. Os bancos precisarão ser capitalizados e o problema das hipotecas ainda terá que ser resolvido. Temos que encontrar maneiras de diminuir o número de casos em que os mutuários são obrigados a devolver suas casas aos credores. Esse tema vai dominar a agenda política nos Estados Unidos nos próximos dois ou três anos.
Então essa não é uma solução de longo prazo?
Não, mas o importante é que o governo demonstrou sua vontade de ajudar o sistema financeiro -- e essa é a atitude certa.
A população americana tem reclamado do valor destinado ao programa de resgate aos bancos. Você também acha que é muito dinheiro?
O dinheiro não irá para o bolso das pessoas em Wall Street, vai para o sistema financeiro. Eu não diria que é muito dinheiro. Essa é uma crise confiança e quando a confiança está abalada, você tem que tomar uma decisão de fôlego para consertar.
Ao todo, quanto o governo deverá gastar com a crise?
Não acho que dinheiro seja um problema para os Estados Unidos. A solução estará dentro dos limites fiscais, apesar de esse ser um ponto de polêmica.