São Paulo – Os títulos públicos continuaram a liderar o ranking de investimentos no mês de novembro, e ocuparam as quatro primeiras posições da lista, beneficiados pelo aumento de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), para 11,25%, no final de outubro.
As Notas do Tesouro Nacional (NTNs) registraram as maiores rentabilidades no mês. A NTN-B Principal com vencimento em 2035, que teve alta de 8,07% no mês, seguida pela NTN-B com vencimento em 2050, que rendeu 6,89% no período, lideraram a lista.
Clodoir Vieira, diretor da consultoria Compliance, afirma que a rentabilidade dos títulos deve continuar crescendo. Isso porque a nova equipe econômica, anunciada nessa quinta-feira (27) indicou que deve continuar controlando a inflação com rigor.
Para atingir o objetivo, o ritmo de aumento dos juros será acelerado, o que valoriza essas aplicações financeiras. "Essa medida deve beneficiar principalmente títulos com prazos de vencimento mais curtos", diz Vieira.
Mas a tendência é que os títulos com juros mais longos caiam e percam rentabilidade. O novo ministro da Fazenda Joaquim Levy sinalizou que será possível cortar os juros de forma gradual após um período de ajustes.
Veja na tabela a seguir o ranking do desempenho de algumas das principais aplicações financeiras em novembro e no acumulado do ano:
Aplicação | Desempenho em novembro | Desempenho no ano |
---|
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* | 8,07% | 28,76% |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* | 6,89% | 22,71% |
NTN-B (vencimento em 15/05/2035)* | 4,33% | 20,48% |
NTN-F (vencimento em 01/01/2025)* | 4,20% | ---- |
Ouro | 3,21% | 6,96% |
Dólar | 2,55% | 7,00% |
Fundos Multimercado Macro* | 1,83% | 7,09% |
Fundos de ações Ibovespa Ativo* | 1,80% | 1,43% |
Fundos de ações livre* | 1,74% | 3,93% |
LTN (vencimento em 01/01/2018)* | 1,64% | ---- |
Fundos de ações dividendos* | 1,50% | 5,49% |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | 1,48% | 9,14% |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* | 0,97% | 11,52% |
LFT (vencimento em 07/03/2015)* | 0,97% | 9,82% |
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) | 0,97% | -0,94% |
LTN (vencimento em 01/01/2015)* | 0,91% | 9,66% |
LFT (vencimento em 07/03/2017)* | 0,90% | 9,70% |
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* | 0,88% | 10,70% |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* | 0,88% | 10,75% |
IGP-M (estimativa do Banco Central)** | 0,85% | 2,90% |
Selic* | 0,84% | 9,84% |
Fundos de Renda Fixa* | 0,84% | 10,45% |
CDI* | 0,79% | 9,71% |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 0,75% | 9,42% |
Fundos referenciados DI* | 0,72% | 9,79% |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,57% | 5,65% |
Poupança antiga* | 0,55% | 5,85% |
Poupança nova* | 0,55% | 5,85% |
Ibovespa | 0,07% | 6,13% |
Fundos de ações Small Caps* | -1,18% | -5,85% |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de novembro e para o acumulado em 2014 até novembro, segundo o Banco Central.
À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 28 de novembro.
As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 26. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI, ouro e dólar foram fechados no dia 27. Já as rentabilidades do Ibovespa, IFIX e títulos públicos se referem ao fechamento do dia 28.
Renda fixa
Dentre os investimentos de renda fixa, que têm sua forma de remuneração definida no momento da aplicação, as NTN-Bs, títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto que pagam uma taxa de juro pré-fixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA, se destacaram no mês.
A reeleição da presidente Dilma Rousseff , a incerteza sobre a economia e os nomes da nova equipe econômica mantiveram a atratividade dos títulos ao longo do mês.
Os títulos públicos não geram prejuízos, tampouco ganhos acentuados, se não forem vendidos antes do vencimento. Quando carregados até o final do prazo eles pagam o valor exato negociado no momento da aplicação.
A poupança foi o investimento de renda fixa menos rentável no mês. Apesar de isenta de imposto de renda, a remuneração da poupança é desvantajosa porque, enquanto títulos de renda fixa acompanham a alta da taxa básica de juros (Selic), a caderneta continua rendendo 0,5% mais a TR desde o momento em que a Selic passou dos 8,5% ao ano.
Renda variável
Novembro foi um mês de recuperação dos investimentos em renda variável. O ouro e o dólar foram as aplicações mais rentáveis no mês, e registraram alta de 3,21% e 2,55%.
O dólar continua se valorizando por conta da expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos. "Dependendo do que o Federal Reserve (banco central americano) sinalizar na próxima reunião, em dezembro, essa tendência pode mudar", diz Perfeito.
O desempenho da Bolsa, medido pelo Ibovespa, ficou praticamente estável e perdeu apenas para os fundos de ações de small caps, que registraram queda de 1,18% em novembro.
Mas Perfeito aponta que o mercado acionário deve se valorizar em dezembro. "Em novembro a Petrobras pressionou o índice para baixo por conta da alta do petróleo. Mas já houve sinalização da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de que os preços devem diminuir".
Mas o índice se manteve estável por conta da valorização das ações de bancos, que apresentaram bons resultados financeiros no último trimestre, na visão dos analistas.
- 1. Para inspirar
1 /10(SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos . Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro.A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento . Conheça as principais lições:
2. Tenha um objetivo sustentável 2 /10(REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
3. Use os altos e baixos a seu favor 3 /10(Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros , de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
4. Esteja à frente de recomendações 4 /10(Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
5. Saiba administrar os riscos 5 /10(Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
6. Diversifique na medida certa 6 /10(Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos ), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
7. Seja racional 7 /10(Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet , Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
8. Fique atento a taxas 8 /10(Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
9. Seja discreto ao investir 9 /10(Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor 10 /10(4FR/Getty Images)