Os 5 erros mais comuns no planejamento da aposentadoria
Especialista lista os equívocos mais comuns que alguém pode cometer na hora de planejar a tão sonhada aposentadoria
Gabriela Ruic
Publicado em 21 de outubro de 2010 às 17h56.
São Paulo - Para a maioria das pessoas, aposentar-se significa o fim de uma vida de trabalho, compromissos com horário, terno e gravata. É o início de uma fase na qual a única obrigação é manter a vida financeira organizada para não ter problemas até o fim da vida.
Juntar dinheiro suficiente para aproveitar a liberdade que a aposentadoria pode proporcionar depende de uma série de medidas que devem ser tomadas ao longo da vida economicamente ativa. Ou seja, economizando e fazendo escolhas inteligentes de investimentos para turbinar a renda mensal é que se obtém uma aposentadoria tranquila.
E são nessas escolhas que a maioria das pessoas acaba por errar as contas. Muitas não conseguem parar de trabalhar na idade desejada ou precisam retornar à labuta diária para arcar com as despesas. Larry Swedroe, blogueiro do site Moneywatch.com, alerta para os cinco erros mais comuns cometidos na hora de planejar a aposentadoria.
1. Superestimar a alta da bolsa
Historicamente, o mercado de ações oferece taxa anual de retorno de cerca de 7%. Por isso, muitos investidores presumem que vão ganhar, no mínimo, essa porcentagem. Comportamentos passados podem ser bons subsídios para entender e estimar o que pode acontecer no futuro. No entanto, quando o assunto é mercado financeiro, a teoria, infelizmente, não se aplica.
O retorno real de ações vem de três fontes: dividendos, aumento nos dividendos e mudanças no índice preço/lucro. No entanto, no ano passado, por exemplo, dividendos registraram metade da média histórica, que é de cerca de 4,5%. Esse fato fez com que os economistas estimassem que o retorno real das ações ficasse entre 4 e 5%. Ou seja, quem organizou suas finanças baseando-se na média histórica de 7%, vai ficar sem dinheiro no seu bolso.
2. Não saber quanto de dinheiro irá precisar na aposentadoria
Um estudo conduzido pela Universidade da Geórgia (EUA), em associação com a AON Consulting, concluiu que a maioria das pessoas precisa de cerca de 80% a 90% da renda pré-aposentadoria para viver confortavelmente depois que parar de trabalhar. Já uma outra pesquisa analisou o quanto uma pessoa acredita que vai precisar de renda na aposentadoria e mostrou que 1 em cada 10 pessoas estima que vai precisar menos de 50% da renda antiga para viver confortavelmente, enquanto 3 em cada 10 projetam precisar de 50 a 70%. O ideal, aconselha Swedroe, é considerar que você vai precisar de 100% dos rendimentos obtidos enquanto ativo na fase da aposentadoria.
3. Errar no cálculo da expectativa de vida
Segundo Swedroe, esse é o erro mais comum. Lembre-se que ano após ano as pessoas estão vivendo mais e que a expectativa de vida cresce a medida que envelhecemos.
Ou seja, quando uma pessoa nasce, sua expectativa de vida pode ser de 74 anos, por exemplo. Mas quando esse homem chegar aos 65 anos, sua expectativa já terá saltado para os 81 anos.
4. Subestimar a inflação
Assim que uma pessoa se aposenta, a inflação torna-se muito mais perigosa para o seu pé de meia. Afinal de contas, a pessoa não pode mais contar com a renda integral que recebia enquanto ativo para compensar o aumento dos gastos no cotidiano. A dica é, portanto, investir em títulos públicos corrigidos pela inflação.
5. Ser conservador demais com a aposentadoria
Depois de aposentada, a pessoa tende a tornar-se cada vez mais conservadora em relação aos seus investimentos. No entanto, Swedroe lembra que é preciso diversificar os investimentos. Existem momentos nos quais títulos têm rendimentos ruins enquanto outros investimentos, de renda variável, por exemplo, podem trazer melhores retornos.
E Swedroe alerta que procurar investimentos mais seguros pode fazer com que uma pessoa confunda entre o que lhe é familiar e o que é seguro. Um exemplo são as pessoas que evitam colocar dinheiro em investimentos fora de seu país de origem, pois tem medo que sejam mais arriscados. Na verdade, explica Swedroe, adicionar investimentos internacionais ao seu portfólio pode reduzir o risco da carteira.