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Nível de emprego nos EUA cai pela primeira vez desde 2003

Economistas ligam queda à crise do mercado hipotecário; pressão por corte de juros aumenta

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Em agosto, os Estados Unidos cortaram 4.000 postos de trabalho. Trata-se da primeira queda do nível de emprego do país desde agosto de 2003. O resultado, que ficou na contramão das expectativas de um incremento de 112.000 vagas, disparou o alarme no mercado financeiro e de capitais. As bolsas americanas iniciaram o dia com forte queda. E a pressão para que o Federal Reserve, o banco central do país, corte a taxa básica de juros aumentou.

De acordo com o americano The Wall Street Journal, o fechamento de vagas ocorrido no mês passado foi liderado pelo setor de construção civil, o que sugere que a crise do mercado hipotecário começa a contaminar a economia real. "Para os que procuravam alguma evidência do impacto da crise do mercado subprime sobre a economia, não precisam procurar mais", afirmou o economista Rob Carnell, do ING Bank.

A taxa de desemprego, porém, permaneceu estável em 4,6% - a mais baixa dos últimos seis anos. Para o economista Ian Morris, do HSBC, porém, isso não é um mérito necessariamente. Segundo o especialista, a taxa só foi mantida, porque a população economicamente ativa (PEA - a soma de todas as pessoas que estão trabalhando ou em busca de colocação) dos Estados Unidos também encolheu, junto com o fechamento de vagas. Se a PEA tivesse se mantido no mesmo nível de julho, a taxa de desemprego seria de 5%, calcula Morris.

O Departamento do Trabalho também revisou, para baixo, os resultados dos meses anteriores, o que só piora a situação. Em julho, o total de vagas criadas foi de 68.000, e não de 92.000, como divulgado inicialmente. Em Junho, foram 69.000 postos, ante a estimativa inicial de 126.000. Com isso, a média mensal de postos abertos nos últimos três meses ficou em 44.000, bem abaixo dos 147.000 registrados entre janeiro e maio.

Pressão sobre o Fed

A queda do nível de emprego é mais um fator a pressionar o Federal Reserve. Em 18 de setembro, a autoridade monetária se reunirá para decidir o futuro da taxa básica de juros - chamada de fed funds rate. Por ora, o consenso do mercado é de que a situação levará a um corte de 0,25 ponto na taxa, baixando-a para 5% ao ano. Se isto ocorrer, será a primeira redução promovida em quatro anos.

Alguns economistas chegam a defender que, frente ao cenário de crise, há espaço para um corte de até 0,5 ponto. No mês passado, o Fed já havia cortado em meio ponto a taxa de redesconto, referência que usa para emprestar dinheiro aos bancos em troca de garantias como hipotecas imobiliárias. A medida foi uma das ações para combater a crise do mercado subprime e acalmar os mercados.

Bolsas em queda

O mau desempenho do mercado de trabalho pressionou as bolsas americanas, que iniciaram esta sexta-feira (7/9) com quedas acentuadas. O índice Dow Jones Industrial abriu o dia recuando 1,4%. O Standard & Poor';s 500 perdia 1,5% e a Nasdaq baixava 1,7%. No Brasil, com o feriado do Dia da Independência, a Bolsa de Valores de São Paulo não está operando.

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