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Lucro trimestral da Petrobras deve ser de até R$ 9 bilhões, prevêem analistas

Estatal deve se beneficiar do reajuste dos combustíveis, mas aumento de custos vai pressionar margem de ebitda

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Petrobras, maior empresa brasileira de acordo com anuário Melhores e Maiores de EXAME, deve divulgar os resultados do segundo trimestre nesta segunda-feira (11/8), após o fechamento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O lucro líquido esperado pelas corretoras oscila de 8,208 bilhões de reais (Fator) a 9,163 bilhões (Unibanco). No mesmo período do ano passado, a estatal lucrou 6,8 bilhões. Já entre janeiro e março deste ano, o lucro foi de 6,925 bilhões. Para a margem líquida, a expectativa mais positiva é a do Unibanco, que projeta margem de 18,15%, um incremento de quase dois pontos sobre os 16,27% do mesmo período do ano passado. A maioria das corretoras, porém, estima que a margem deve oscilar entre queda de cerca de um ponto, a estabilidade.

Os analistas prevêem um descompasso entre o forte aumento das receitas e uma expansão tímida, ou mesmo queda, das margens da companhia na comparação com o mesmo período do ano passado. A margem de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) será comprometida pelo aumento dos custos, a despeito de uma expectativa de que as receitas cresçam na faixa de dois dígitos.

Para a receita líquida, as corretoras de valores estimam uma expansão entre 20,8% - caso do Unibanco - a 29% (Itaú). Em números, isso significa uma receita entre 50,480 bilhões de reais no segundo trimestre, até 53,754 bilhões. No mesmo período de 2007, a Petrobras registrou 41,798 bilhões. O primeiro fator que sustenta previsões tão otimistas é a avaliação de que o mercado doméstico demandou mais combustíveis e petróleo nos últimos meses, devido ao ritmo ainda aquecido da economia. A Fator Corretora estima que a produção de petróleo da estatal subiu 2,7% sobre o segundo trimestre de 2007, para 1,972 milhões de barris por dia. A produção de gás natural avançou ainda mais - 8,7% - para 67,535 milhões de metros cúbicos por dia.

O segundo motivo que deve puxar a receita é o reajuste do preço dos derivados de petróleo em maio nas refinarias. A gasolina e o diesel subiram 10% e 15%, respectivamente.

Margem menos acelerada

A evolução do ebitda e das margens da empresa não deve acompanhar a forte expansão da receita. A previsão mais otimista é a do Unibanco, que espera uma melhoria de 1,9 ponto percentual na margem de ebitda, que passaria de 33,9% para 35,8%. O ebitda avançaria 27,4%, de 14,176 bilhões de reais para 18,061 bilhões de reais. Mas a maioria das corretoras projeta um incremento menor do ebitda, entre 19% e 21%. Neste cenário, há espaço para uma queda na margem de ebitda, que varia de 1,1 ponto percentual (Fator Corretora) a 2% (Banco Itaú).

O que deve corroer a margem da empresa, para esses analistas, é o aumento dos custos. O diesel, por exemplo, é vendido em descompasso com os preços praticados no mercado internacional. "O Brasil é um importador líquido de diesel. A demanda doméstica apresenta forte crescimento, o que força a companhia a elevar as importações, enquanto o produto é vendido no mercado local com 30% de desconto em relação à cotação mundial", explica relatório do Itaú.

Ações

Os analistas não esperam, também, um impacto significativo dos números da empresa sobre o valor de seus papéis na Bovespa. O principal motivo é o descasamento dos preços dos combustíveis praticados aqui e no mercado mundial. A Petrobras não acompanhou a disparada do petróleo no exterior, e vem segurando os preços. Há tempos, as ações da Petrobras reagem mais ao anúncio de novas descobertas de campos de petróleo que aos resultados.

O preço-alvo para dezembro de 2008, para as ações preferenciais da Petrobras (PETR4, sem direito a voto), varia de 50 reais - projeção do Fator - a 61,1 reais (Itaú). Isso indica um potencial de alta entre 49% e 82% sobre a cotação de fechamento desta sexta-feira (8/8), 33,55 reais. As corretoras mantêm a recomendação de compra dos papéis. Por volta das 13h10, os papéis recuavam 1,49%, para 33,05 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caía 1,81%, para 55.558 pontos.

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