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Já é possível comprar dólar e euro em espécie no cartão de crédito

Cotação, Treviso, Get Money e DG Câmbio oferecem a facilidade, que permite adiar o pagamento da compra em até 40 dias. Itaú também tem solução semelhante

Dólar: Moeda iniciou novembro em queda e terminou a quinta-feira abaixo de 3,70 reais (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Marília Almeida

Publicado em 12 de julho de 2018 às 15h58.

Última atualização em 13 de julho de 2018 às 08h32.

São Paulo - Em tempos de sobe e desce do dólar, uma nova forma de pagamento começa a ser oferecida por corretoras: a possibilidade de pagar a compra de moeda estrangeira em espécie no cartão de crédito . Dessa forma, é possível adiar o pagamento da compra em até 40 dias, dependendo da data de fechamento da fatura.

A Cotação, que tem 45 filiais pelo país, começou a oferecer a funcionalidade no início do mês. A Get Money, que tem cinco lojas em São Paulo e no Rio, passou a dar a opção de pagamento a seus clientes há cerca de um mês. Na DG Câmbio, uma rede com seis lojas no Rio de Janeiro, a compra com cartão de crédito foi implantada há cerca de dois meses. A Treviso, que tem 18 lojas pelo país, também passou a oferecer a opção de pagamento recentemente.

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Com o uso do meio de pagamento, é possível ganhar fôlego financeiro para arcar com os custos de uma viagem e aproveitar eventuais baixas da moeda, sem que seja necessário desembolsar todo o valor naquele momento. E, o mais importante, pagando um IOF de 1,1% pela operação.

Caso o viajante use o cartão de crédito para compras durante a viagem ao exterior, o valor do imposto sobe para 6,38%. E, além disso, a cotação da moeda será a da data de fechamento da fatura. Ou seja: a chance de ter prejuízo usando essa forma de pagamento, em tempos de alta volatilidade do câmbio, é grande.

É possível também pagar a recarga de moedas no cartão pré-pago com o cartão de crédito. Mas, nesse caso, o IOF é de 6,38%, e se assemelha ao custo de usar o cartão lá fora. Mas, nesse caso, ao menos a taxa de câmbio pode ser fixada.

O Itaú é o único entre os grandes bancos a oferecer uma solução de pagamento semelhante. O serviço de carregamento em dólar, euro ou libra nos cartões de crédito ou múltiplo da instituição financeira permite travar a cotação do dólar e pagar em até 40 dias, sem cobrança de juros, caso a opção seja pela compra no cartão de crédito.

Os valores carregados no banco têm uma comodidade a mais: já ficam armazenados no cartão de crédito e podem ser usados no exterior para pagar compras em estabelecimentos afiliados a bandeira do cartão, além de sites internacionais. Também é possível sacar os valores no exterior, mas, neste caso, será cobrada uma taxa sobre a operação.

O site Meucambio.com.br diz que optou por não oferecer o pagamento no cartão de crédito a clientes por conta do valor restrito da operação e também porque é necessário repassar aos clientes as taxas cobradas pela administradora do cartão. "Em uma compra sem parcelamento há incidência de taxas que podem superar 5,5%, o que faz com que compras no próprio banco do cliente sejam mais atrativas do que esta alternativa", diz, em nota.

A corretora do banco Daycoval declara que, no momento, não oferece a opção de pagar a compra de moedas em espécie no cartão de crédito. Mas que pretende, futuramente, aceitar esse meio de pagamento. A corretora, contudo, não tem uma previsão de implantação da facilidade.

Compra tem custos adicionais e limitações

Apesar da comodidade e segurança, há custos adicionais e algumas restrições na compra de moedas em espécie no cartão de crédito.

A Cotação diz cobrar de 1% a 2% de taxa para cobrir os custos adicionais da operação. Ou seja, com o IOF de 1,1%. a taxa total cobrada na compra pode ser de mais de 3%. "Mas, ainda assim, a operação fica mais barata do que usar o cartão de crédito durante a viagem", observao diretor da corretora, Marcelo Melsohn. Na DG Câmbio, a taxa para cobrir custos com o cartão é de 4%, fora o IOF de 1,1%.

Por questões regulatórias, a opção de pagamento de moedas com cartão de crédito só vale para compras de até 10 mil reais. Ou seja, cerca de 2,5 mil dólares, pela cotação atual. Em todas as corretoras, a funcionalidade está disponível apenas nas lojas físicas. Nenhuma permite parcelar os valores, mas todas dizem que estudam oferecer a facilidade, que depende da criação de normas regulatórias.

Vale a pena?

Ainda que seja mais barata e menos arriscada do que usar o cartão de crédito durante a viagem internacional, a compra de moedas com cartão de crédito exige planejamento: para o viajante não correr o risco de pagar juros, é necessário quitar a fatura na data de vencimento. Ou seja: ela só compensa no caso de quem não tem dinheiro suficiente para realizar a compra antes da viagem ou acredite que vale a pena adquirir um valor adicional para aproveitar uma oportunidade, como a queda da cotação da moeda.

Especialistas recomendam que a compra da moeda seja realizada aos poucos até a data da viagem. Dessa forma, é possível formar um preço médio, minimizando prejuízos com oscilações.

É recomendável ainda consultar qual corretora oferece um menor custo para a compra da moeda. O Valor Efetivo Total (VET) cobrado por cada corretora, taxa que inclui não apenas o custo da moeda estrangeira, mas também as tarifas e o IOF incidentes na conversão, pode ser consultado no site do Banco Central .

Contudo, os valores praticados pelas instituições financeiras hoje podem ser diferentes daqueles praticados no mês de referência da pesquisa. O ranking, portanto, deve ser utilizado apenas como uma sinalização sobre quais casas podem cobrar os menores preços.

Para chegar a uma conclusão mais precisa, é recomendável pesquisar os custos que as corretoras oferecem no dia em que será feita a conversão e, por fim, checar se a conversão é, de fato, a mais vantajosa em sites comparadores de preços , que mostram as cotações em tempo real, tomando o cuidado de verificar se todas as corretoras que cobram uma taxa de conversão melhor estão incluídas na listagem.

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