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Itaú corta juros do rotativo em média de 4 pontos percentuais

Medida anunciada hoje pelo banco é uma adequação à nova regra para a modalidade de crédito aprovada pelo Conselho Monetário Nacional. Veja o que muda

Juros: Cliente que ficar no rotativo do cartão poderá optar por financiamento do saldo devedor (Divulgação)

Anderson Figo

Publicado em 8 de março de 2017 às 13h53.

Última atualização em 8 de março de 2017 às 16h15.

São Paulo - O Itaú Unibanco vai cortar os juros do rotativo do cartão de crédito em 4 pontos percentuais, em média. A medida, que passa a valer para todos os clientes do banco a partir de 3 de abril, foi anunciada hoje (8) e vem depois de o CMN (Conselho Monetário Nacional) ter aprovado mudanças nas regras dessa modalidade de crédito.

O rotativo é uma linha de crédito pré-aprovada que é contratada pelo cliente automaticamente quando ele paga um valor abaixo do total devido no cartão de crédito —e pelo menos o pagamento mínimo (15%) da fatura.

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As nova faixa de juros dessa modalidade no Itaú passará a ser de 1,99% a 9,90% ao mês, dependendo do histórico de pagamentos de cada um dos clientes. É uma redução de até 7 pontos percentuais em relação aos patamares praticados hoje pelo banco.

Entre as novas regras aprovadas pelo CMN, está o limite de 30 dias para o uso do rotativo do cartão. Ou seja, se a pessoa pagar o mínimo da fatura ou um valor maior que esse, mas abaixo do total, ela só poderá pagar juros sobre o saldo residual que entrou automaticamente no rotativo por até 30 dias.

Depois disso, o cliente Itaú terá quatro opções. A primeira, e mais simples, é o pagamento integral do valor devido. A segunda é o pagamento do mínimo da nova fatura, que passará a ser composto pelo saldo utilizado no rotativo no mês anterior, acrescido de juros, mais 15% dos gastos da nova fatura. Antes, o mínimo seriam apenas os 15% dos gastos da nova fatura.

A terceira opção é o parcelamento comum da nova fatura em até 24 parcelas fixas com juros embutidos —modalidade que já existe desde 2012. O próprio cliente escolhe a quantidade de parcelas que quer pagar a fatura: em três, 12 ou 24 vezes, por exemplo.

No caso do parcelamento comum, o Itaú também anunciou que irá reduzir as taxas de juros cobradas em torno de 2 pontos percentuais, para a faixa de 0,99% a 8,90% ao mês, dependendo do histórico de bom pagador do cliente.

Financiamento

Já a grande novidade e a quarta opção do cliente Itaú será a possibilidade de financiar o saldo da fatura, com juros iguais aos praticados no parcelamento comum (de 0,99% a 8,90% ao mês), em 12 parcelas iguais.

A diferença é que no parcelamento comum a dívida integral será dividida em parcelas, enquanto no financiamento o cliente poderá pagar um valor que será considerado como uma entrada, diminuindo o saldo devedor sobre o qual serão aplicados os juros. O restante será dividido em 12 parcelas iguais, já considerando as taxas.

Essa entrada do financiamento será estipulada pelo banco em cada fatura. O mínimo será perto do valor de uma parcela no parcelamento comum e o teto será perto do pagamento mínimo da fatura.

"Nós imaginamos que o sistema de pagamento da fatura através do financiamento, em parcelas, melhora o controle financeiro dos clientes e, portanto, devemos ter uma queda na inadimplência", disse Marcos Magalhães, diretor executivo da área de cartões do Itaú Unibanco.

Carteira

O maior banco privado do país tem atualmente uma carteira de cartões de 59 bilhões de reais, com 29,3 milhões de plásticos titulares. Segundo o banco, cerca de 12% da carteira é composta por clientes no rotativo ou parcelamento das faturas.

Segundo Magalhães, as novas regras do rotativo atingem apenas uma menor parcela de clientes do banco que fazem uso dessa modalidade de crédito. “No Itaú, cerca de 85% dos clientes pagam o valor total ou parcelam suas faturas. É o maior índice do mercado. Acreditamos que essas medidas podem contribuir para que esse percentual aumente ainda mais."

Indagado sobre o elevado patamar de juros, mesmo após os cortes anunciados hoje, Magalhães disse que "caminhamos para taxas mais realistas". "O governo determinou, por exemplo, que todos estarão no cadastro positivo. Isso deve ajudar os bancos a determinar um limite de crédito aos clientes mais condizente com sua verdadeira situação financeira, ajudando a reduzir os juros."

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