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Investimentos com foco sustentável crescem no país

ISE acumula ganhos de 123% de janeiro até setembro, contra alta de 41% do principal índice da bolsa, o Ibovespa, no mesmo período

Bovespa: a eficácia dos produtos financeiros com foco sustentável também pode ser vista por meio do desempenho do ISE da BM&FBovespa (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 14h51.

São Paulo - Mais do que assegurar uma redução do risco dos investimentos , as análises em sustentabilidade têm se caracterizado no mercado como importante oportunidade para as companhias, tornando-se um impulso estratégico de crescimento.

Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceira com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), atualmente, 9% das carteiras dos bancos brasileiros já correspondem a empresas que consideram preocupações socioambientais em suas prioridades.

Na prática, a eficácia dos produtos financeiros com foco sustentável também pode ser vista por meio do desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

O indicador, que completa dez anos em dezembro deste ano, acumula ganhos de 123% de janeiro até setembro, contra alta de 41% do Índice Bovespa, a principal referência da bolsa local, no mesmo período.

Além disso, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que, nos últimos três anos, os fundos de investimentos com exigências de responsabilidade e governança na escolha dos seus ativos também superaram o Ibovespa .

Embora eles ainda totalizem menos de R$ 1 bilhão, seus avanços têm sido acompanhados com atenção pelos analistas.

Na visão da coordenadora de finanças do Centro de Estudos Sustentáveis da FGV (GVCes), Annelize Vendramini, o conceito sobre sustentabilidade é dinâmico e tem acompanhado essa nova maneira de pensar os negócios.

“De responsabilidade social e suitability com espaço limitado nas corporações, a questão agora tem mais a ver com o sucesso e a prosperidade das empresas”, afirma.

Por isso, levando com conta esse papel mais ativo da agenda sustentável nas companhias em momentos de crise como o atual, o risco de retrocesso de ações sócio-responsáveis é menor, pois as corporações têm dado mais peso ao assunto.

Um nova percepção e análise do risco

Diante dessa atual vantagem estratégica das opções sustentáveis, na visão da superintendente de crédito do Itaú Unibanco, Inês Silva, há uma mudança na percepção de risco do mercado.

No contexto de agente financiador, ela diz que o banco tem incorporado essa nova forma de pensar os negócios e enfrentado os desafios de avaliar projetos corporativos, considerando as exigências envolvidas na chamada economia verde.

Na prática

A asset do Itaú lançou seu primeiro fundo com temática sócio-responsável em 2004 e avalia hoje os aspectos responsáveis das companhias em oito dimensões: quatro ambientais e quatro sociais, diz o gestor de renda variável Luiz Felix Cavallari.

Do lado ambiental, os analistas acompanham temas como o uso da água, da energia e de materiais, biodiversidade, mudanças climáticas e manejo de resíduos. No social, são analisadas as relações com funcionários, clientes, fornecedores e comunidades.

A partir desse mapeamento, os analistas do banco traçam um panorama sobre quais questões terão mais impactos sobre determinada empresa ou setor, assim como tentam precificar essas situações, dimensionando quais riscos esses temas poderão trazer ao papel ou à imagem de determinada empresa.

Segundo o gestor, a ação sustentável que mais deve repercutir na avaliação das empresas brasileiras nos próximos dois ou três anos é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que pressionará riscos adicionais aos negócios de setores variados.

A Lei prevê uma responsabilidade compartilhada sobre o ciclo de vida dos produtos em geral e um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes.

Atualmente, a equipe de Cavallari cobre todas as companhias listadas no Ibovespa e no ISE.

No exterior, eles também estudam 50% do principal índice de ações do Chile e 60% do indicador de referência da Argentina, com planos de cobrir 100% desses mercados nos próximos dois anos, além de estender essas análises para outros países da região como Colômbia e Peru.

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São Paulo - Mais do que assegurar uma redução do risco dos investimentos , as análises em sustentabilidade têm se caracterizado no mercado como importante oportunidade para as companhias, tornando-se um impulso estratégico de crescimento.

Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceira com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), atualmente, 9% das carteiras dos bancos brasileiros já correspondem a empresas que consideram preocupações socioambientais em suas prioridades.

Na prática, a eficácia dos produtos financeiros com foco sustentável também pode ser vista por meio do desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

O indicador, que completa dez anos em dezembro deste ano, acumula ganhos de 123% de janeiro até setembro, contra alta de 41% do Índice Bovespa, a principal referência da bolsa local, no mesmo período.

Além disso, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que, nos últimos três anos, os fundos de investimentos com exigências de responsabilidade e governança na escolha dos seus ativos também superaram o Ibovespa .

Embora eles ainda totalizem menos de R$ 1 bilhão, seus avanços têm sido acompanhados com atenção pelos analistas.

Na visão da coordenadora de finanças do Centro de Estudos Sustentáveis da FGV (GVCes), Annelize Vendramini, o conceito sobre sustentabilidade é dinâmico e tem acompanhado essa nova maneira de pensar os negócios.

“De responsabilidade social e suitability com espaço limitado nas corporações, a questão agora tem mais a ver com o sucesso e a prosperidade das empresas”, afirma.

Por isso, levando com conta esse papel mais ativo da agenda sustentável nas companhias em momentos de crise como o atual, o risco de retrocesso de ações sócio-responsáveis é menor, pois as corporações têm dado mais peso ao assunto.

Um nova percepção e análise do risco

Diante dessa atual vantagem estratégica das opções sustentáveis, na visão da superintendente de crédito do Itaú Unibanco, Inês Silva, há uma mudança na percepção de risco do mercado.

No contexto de agente financiador, ela diz que o banco tem incorporado essa nova forma de pensar os negócios e enfrentado os desafios de avaliar projetos corporativos, considerando as exigências envolvidas na chamada economia verde.

Na prática

A asset do Itaú lançou seu primeiro fundo com temática sócio-responsável em 2004 e avalia hoje os aspectos responsáveis das companhias em oito dimensões: quatro ambientais e quatro sociais, diz o gestor de renda variável Luiz Felix Cavallari.

Do lado ambiental, os analistas acompanham temas como o uso da água, da energia e de materiais, biodiversidade, mudanças climáticas e manejo de resíduos. No social, são analisadas as relações com funcionários, clientes, fornecedores e comunidades.

A partir desse mapeamento, os analistas do banco traçam um panorama sobre quais questões terão mais impactos sobre determinada empresa ou setor, assim como tentam precificar essas situações, dimensionando quais riscos esses temas poderão trazer ao papel ou à imagem de determinada empresa.

Segundo o gestor, a ação sustentável que mais deve repercutir na avaliação das empresas brasileiras nos próximos dois ou três anos é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que pressionará riscos adicionais aos negócios de setores variados.

A Lei prevê uma responsabilidade compartilhada sobre o ciclo de vida dos produtos em geral e um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes.

Atualmente, a equipe de Cavallari cobre todas as companhias listadas no Ibovespa e no ISE.

No exterior, eles também estudam 50% do principal índice de ações do Chile e 60% do indicador de referência da Argentina, com planos de cobrir 100% desses mercados nos próximos dois anos, além de estender essas análises para outros países da região como Colômbia e Peru.

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