Invest

Gestor que investe em emergentes há 30 anos mira China e Brasil

Gestor veterano que investe em mercados emergentes há 30 anos diz que “tudo está se encaixando”

Bolsa: Os valuations estão baratos, o crescimento está começando a chegar em seu pior ponto e o posicionamento também é favorável (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: Os valuations estão baratos, o crescimento está começando a chegar em seu pior ponto e o posicionamento também é favorável (Germano Lüders/Exame)

Bloomberg
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2023 às 10h55.

Após uma semana em que as ações chinesas recuaram para o menor patamar do ano, um veterano que investe em mercados emergentes há 30 anos diz que “tudo está se encaixando” para uma recuperação do mercado acionário do gigante asiático.

John Malloy, que ajuda a gerir cerca de US$ 10 bilhões em ações como co-diretor de mercados emergentes e de fronteira na Redwheel, tem a China como seu maior overweight (exposição acima da média do índice de referência), e tem favorecido ações de empreas como Alibaba, Kuaishou Technology e Baidu.

“Os valuations estão baratos, o crescimento está começando a chegar em seu pior ponto e o posicionamento também é favorável”, disse Malloy, em entrevista em São Paulo. “É difícil determinar quanto há de espaço adicional para perdas, mas o risco-retorno é incrivelmente favorável para as ações dos mercados emergentes neste momento”.

A Redwheel, anteriormente conhecida como RWC Partners Ltd., começou a construir seu overweight em China por volta do final do ano passado, e Malloy segue confiante mesmo depois de as ações experimentarem sua maior queda para um mês de agosto em oito anos. Os preços irão se recuperar, diz ele, apontando para “bons” resultados corporativos, múltiplos favoráveis e o fato de o governo chinês estar focando mais em medidas pró-crescimento e menos na regulação das empresas.

Embora o fundo tenha montado a posição “sem dúvida” cedo, as suas posições apresentam um espaço para subir 50% em termos de preço-alvo, disse Malloy, que começou a investir em mercados emergentes em 1993, na Baring Asset Management.

O Redwheel Global Emerging Markets Fund, de US$ 1,6 bilhão, superou 60% dos seus pares este ano, com um avanço de 4%, segundo dados compilados pela Bloomberg. O fundo tinha uma exposição geográfica à China de cerca de 37% no fim de julho. Malloy também ajuda a administrar um veículo de investimento nas Ilhas Cayman para investidores offshore e outros fundos que exigem menos divulgação.

Brasil e Vale

A Redwheel também está overweight no Brasil, carregando nomes como Rumo e Localiza em sua carteira.

O país sul-americano oferece “grandes ativos” e companhias que desempenham papéis fundamentais na cadeia de abastecimento sustentável, protegendo a biodiversidade e fornecendo serviços essenciais, disse Ting Ang, gestora da Redwheel baseada em Nova York, na mesma entrevista.

Outros bolsões de oportunidade nos países em desenvolvimento incluem a Arábia Saudita — a Redwheel gosta de Aramco e Saudi National Bank — e Abu Dhabi e Dubai, onde vê ventos favoráveis para os desenvolvedores imobiliários. O fundo está underweight (exposição abaixo da média do índice de referência) na Índia e no México.

A Redwheel também está otimista em relação à mineradora brasileira Vale, cujas ações perderam quase um terço de seu valor desde o início do ano.

A Vale vendeu recentemente uma participação de 13% em sua unidade de metais básicos por US$ 3,4 bilhões para Public Investment Fund, Ma’aden e Engine No. 1.

“Estamos ganhando mais convicção no trade”, disse Malloy. “Quando você olha para o valor potencial da divisão de metais básicos, o seu Ebitda poderia ser 70% maior — considerando os preços atuais.”

Acompanhe tudo sobre:BloombergChinaValePaíses emergentesMercado financeiroBolsas de estudo

Mais de Invest

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2769: prêmio é de R$ 10,4 milhões

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 9,5 milhões

O que é taxa de câmbio e qual o impacto nos investimentos?

Banco Central volta a intervir no câmbio, após dólar bater R$ 5,69

Mais na Exame