Exame Logo

Friboi dispara na Bovespa com reabertura da Coréia do Sul à carne dos EUA

Acordo deve favorecer as operações da Friboi no mercado americano

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

As ações da JBS Friboi, maior produtora de carne do mundo, dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), nesta sexta-feira (18/4), após o anúncio de que a Coréia do Sul vai encerrar um embargo de cinco anos às importações de carne bovina dos Estados Unidos. Os papéis da Friboi (JBSS3) fecharam o dia com um salto de 7,19%, cotados a 8,20 reais. Enquanto isso, o Ibovespa, principal indicador da bolsa, encerrou com alta de 0,57%, a 64.923 pontos.

Em 2003, a Coréia do Sul suspendeu as importações de carne de boi dos Estados Unidos, após um surto de vaca louca no país. Desde então, os sul-coreanos usam o embargo como moeda de troca na negociação de um acordo de livre comércio com os americanos. Para assegurar que mercado de arroz continuaria fechado aos americanos, a fim de proteger seus próprios rizicultores, a Coréia do Sul estava disposta a liberar as compras de carne.

Veja também

Nesta sexta-feira (18/4), em meio à primeira visita oficial do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, aos Estados Unidos, apenas dois meses após ser empossado, representantes dos dois países anunciaram que chegaram a um acordo sobre o fim do embargo. "Isso significará um grande impulso aos pecuaristas e produtores que esperaram, pacientemente, desde 2003 pela retomada das exportações", afirmou Susan Schwab, representante de Comércio dos Estados Unidos, ao Wall Street Journal. Os efeitos da liberação serão sentidos a partir de meados de maio, segundo Susan. Serão liberadas as vendas de todos os tipos de carne bovina.

Em busca do lucro

O fim do embargo beneficia diretamente os negócios da Friboi na América do Norte. Em março, a empresa já havia demonstrado confiança quanto à reabertura do mercado sul-coreano à carne americana. A empresa possui uma grande estrutura implantada no país. Em maio de 2007, comprou a americana Swift por 1,4 bilhão de dólares, transformando-se na maior produtora de carne do mundo. Em março deste ano, o grupo reforçou sua posição ao adquirir a National Beef por 970 milhões de dólares, e a Smithfield Beef por 565 milhões.

Apesar da expansão, a Friboi ainda enfrenta dificuldades para tornar a operação americana lucrativa. A empresa chegou a trabalhar com margens próximas de zero e buscava, no início do ano, elevá-las para 3%. Em comunicado à imprensa, a companhia afirmou que "os sul-coreanos representam um mercado importante pelos produtos que importam, como costela e pescoço com osso, que agregam valor para as margens americanas."

No ano passado, o comércio bilateral Estados Unidos/Coréia do Sul movimentou mais de 80 bilhões de dólares. O acordo de livre comércio ficou mais próximo de um consenso, após a liberação das importações de carne. Segundo o Wall Street Journal, se concretizado, será o maior acordo do gênero assinado pelos Estados Unidos desde o Nafta - Tratado de Livre Comércio da América do Norte -, selado pelo país em 1994.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Minhas Finanças

Mais na Exame