Mercado imobiliário

Investimento em imóveis tende a cair, diz FipeZap

Tendência de desaceleração do preço dos imóveis está mudando o comportamento dos compradores


	Edifícios residenciais de luxo em construção no Morumbi, em São Paulo
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Edifícios residenciais de luxo em construção no Morumbi, em São Paulo (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 21h19.

São Paulo - A tendência de desaceleração do preço dos imóveis, que se confirmou pela oitava vez consecutiva em julho, segundo o Índice FipeZap, está mudando o comportamento dos compradores.

Pesquisa elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com o portal Zap, revela que a alta de 10,4% acumulada em 12 meses até julho deste ano - a menor desde 2011 - está desestimulando as compras realizadas por motivo de investimento.

O estudo "Raio X do comprador de imóveis" mostra que as intenções de investimento em imóveis caíram de 48% no primeiro trimestre, para 34% no segundo trimestre, o menor porcentual desde o início de 2013, quando a pesquisa começou a ser realizada.

"Verificamos que essa intenção de investimento vem diminuindo. Ainda não é preocupante, mas é reflexo do aumento da taxa de juros e da incerteza em relação ao cenário macroeconômico", explica o coordenador do Índice FipeZap, Eduardo Zylberstajn.

O economista avalia que a tendência de desaceleração do aumento do preço dos imóveis e a redução do apetite do investidor devem continuar nos próximos meses.

Apesar desta desaceleração, a alta no preço dos imóveis registrada nos últimos anos ainda faz com que os compradores acreditem na valorização dos seus investimentos.

Segundo a pesquisa, 41% dos entrevistados esperam que o preço do metro quadrado suba no prazo de um ano, 36% acreditam que o preço se manterá estável e 23% preveem queda.

Já no prazo de dez anos, a expectativa de 51% dos compradores é de que o preço do imóvel vai subir acima da inflação; 31% esperam aumento dos preços de acordo com o índice e 19% acham que o imóvel vai valorizar menos do que a inflação na próxima década.

Na avaliação de Zylberstajn, este é um cenário saudável.

"Não vemos um otimismo generalizado, o mercado está consciente. Apenas metade dos compradores espera valorização acima da inflação. Para ter uma referência, durante a bolha imobiliária dos Estados Unidos, 90% dos investidores tinham essa percepção", comentou.

O economista ressaltou que o estudo agora vai poder monitorar as expectativas do mercado.

"Vamos poder saber o que está efetivamente acontecendo com o sentimento do comprador", afirma.

Objetivo da compra

O estudo que entrevistou mais de três mil pessoas também revela que entre os que já compraram imóveis, 30% o fizeram por motivo de investimento.

Os imóveis mais baratos, que custam até R$ 200 mil, são o foco dos investidores - que compõe 53% dos compradores nessa faixa de preço. Por outro lado, 72% das aquisições feitas em valores acima de R$ 1 milhão foram destinadas à moradia.

A pesquisa ainda destaca que o desconto médio entre o preço do imóvel anunciado e o valor do negócio foi de 6,5%, e que mais de 40% dos compradores não obtiveram descontos.

As entrevistas também mostraram que apenas 13% dos entrevistados fazem questão de comprar um imóvel novo e 37% dão preferência a apartamentos usados.

Pesquisa

Para conclusão do estudo, foram entrevistadas 3.227 pessoas que pretendem adquirir imóveis ou já são proprietários, a maior parte nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além das localidades já acompanhadas pela pesquisa mensal de preços do Índice FipeZap.

O "Raio X do Comprador de Imóveis" será publicado trimestralmente.

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