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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A desistência do Banco do Brasil em estabelecer uma parceria com o sul-africano FirstRand Bank pode indicar que as conversas para a compra do Banco Votorantim estão em um estágio avançado, de acordo com a corretora Fator. Com o FirstRand, o BB pretendia criar um banco de financiamento de veículos no Brasil. O projeto se beneficiaria da grande rede de agências do BB e da experiência dos sul-africanos de operar no setor, já que, em seu país-natal, o FirstRand detém 40% do mercado de crédito automotivo. O fim da parceria foi anunciado nesta terça-feira (2/12).
Segundo o Fator, a desistência pode ser um sinal de que o BB está mais próximo de um acordo com a família Ermírio de Moraes. Entre os ativos do Votorantim, está a BV Financeira, que detém uma forte posição no mercado de financiamento de automóveis e crédito pessoal. No final de junho, sua carteira totalizava 17,9 bilhões de reais. "Isso é altamente complementar às operações do BB", afirma relatório da corretora.
Assim, a BV Financeira substituiria o FirstRand na estratégia do BB de avançar no mercado de crédito automotivo. Em setembro, a carteira de financiamento de automóveis do BB totalizava 5,6 bilhões de reais no BB. Para se ter uma idéia, o Itaú contava com 39,4 bilhões de reais nessa rubrica, e o Bradesco, com 31,3 bilhões, na mesma comparação.
No início de novembro, EXAME antecipou o interesse do Banco do Brasil em comprar uma fatia do Votorantim. As conversas avançaram até meados de novembro, mas desaceleraram quando as partes esbarraram em questões sobre o preço e o poder que o BB deteria na sociedade. O banco federal estaria disposto a aportar 7 bilhões de reais na instituição, em troca de uma gestão compartilhada - algo com que os Ermírio de Moraes não concordariam.