FecomercioSP envia a BC propostas para aumentar segurança no uso do Pix
Após o aumento de fraudes e crimes com a forma de pagamento, Fecomercio sugeriu medidas que dificultem ações criminosas
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 13h06.
Última atualização em 12 de janeiro de 2022 às 10h35.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo ( FecomercioSP ) enviou ao Banco Central propostas para aumentar a segurança na utilização do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo BC. Depois do aumento de fraudes e crimes com a ferramenta, a autoridade monetária já adotou novas regras, como a limitação a R$ 1 mil para transferências no período noturno, mas a FecomercioSP avalia que as medidas são insuficientes.
"Os criminosos utilizam contas laranja e/ou contas de aluguel/passagem para cometer atos ilícitos e direcionar rapidamente os recursos extraídos, de forma que não seja possível o rastreamento dos valores", disse a FecomercioSP, em nota.
Nesse sentido, uma das propostas é restringir transferências imediatas para contas que tenham sido criadas há menos de três meses, considerando que muitas delas são feitas apenas para realização de fraudes.
A federação também sugere combinar essa regra com a adoção de medidas para verificar a identidade de recebedores. A ideia é que, nas três primeiras operações, o usuário realize uma dupla checagem (confirmando, por exemplo, os dados via celular e e-mail ou inserindo um código de segurança), o que permitiria a rastreabilidade das informações.
A FecomercioSP ainda propõe aumentar os critérios para abertura de contas digitais, como confirmação da veracidade de documentos enviados via reconhecimento fácil, biometria ou código PIN.
O assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina, reconhece que as medidas não vão acabar com o problema, mas tendem a dificultar ações criminosas e/ou a facilitar a identificação de transações suspeitas, como quando uma conta fica parada por meses e, na sequência, começa a receber várias transferências por Pix.
Pina ainda frisa que as medidas são apenas sugestões para o BC, que tem mais informações sobre o modus operandi das fraudes e crimes, e, portanto, pode ter sugestões melhores para aumentar a segurança do Pix.
"O Pix é uma excelente ferramenta. É bom para consumidor e para empresário. Mas as operações entre pessoas físicas têm gerado insegurança. Então estamos propondo criar mais critérios de segurança. Naturalmente, tem um custo de transação para o cliente, que pode ter que ficar esperando mais para receber um Pix ou ter que ir a um caixa fazer a biometria, mas a solução tem que ser simples, maximizar o benefício e minimizar o risco", explicou em entrevista.