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Famílias ultrarricas dobram retornos anuais com alta de ações

São tempos emocionantes para os clãs mais ricos do mundo, impulsionados pela alta dos mercados de ações e do private equity

(Andrii Yalanskyi/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 15h45.

São tempos emocionantes para os clãs mais ricos do mundo.

Os family offices obtiveram retornos médios de 15,5% no ano passado, contra 7% em 2016 e 0,3% no ano anterior, segundo o UBS Group e a Campden Wealth. Os asiáticos lideraram com um retorno de 16,4% em 2017, impulsionado pela alta dos mercados de ações e do private equity.

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Esta é a quinta pesquisa anual do UBS e da Campden, e oferece uma visão de dentro do discreto mundo dos family offices que gerenciam fortunas, questões tributárias e, muitas vezes, o estilo de vida dos ricos. Embora a família Rockefeller tenha criado uma das primeiras versões nos anos 1800 e as famílias europeias tenham se apressado a seguir seus passos, os family office proliferaram neste século, em parte devido à explosão dos bilionários da tecnologia.

Paul Allen, cofundador da Microsoft, criou o Vulcan Capital em 2003. Alguns anos mais tarde, o presidente da Alphabet, Sergey Brin, fundou o Bayshore Global Management e o ex-CEO do Google Eric Schmidt montou o Hillspire. A firma de Brin, com sede em Los Altos, Califórnia, empregou ex-executivos bancários, especialistas em filantropia e um ex-SEAL da Marinha dos EUA para segurança. O family office de Schmidt, com sede em Palo Alto, controla uma participação de 20 por cento no fundo de hedge D.E. Shaw & Co. O trio tem uma fortuna combinada avaliada em quase US$ 100 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

O ritmo dos novos family offices acelerou especialmente na última década, impulsionado pela ascensão da riqueza asiática e o UBS estima que a cada dois dias surge um novo bilionário na China. A Ásia atualmente abriga um quarto dos participantes do ranking da Bloomberg das 500 pessoas mais ricas do mundo, atrás apenas da América do Norte.

Dos 311 family offices que responderam à pesquisa mais recente, 37 por cento foram criados depois de 2010. Os ativos médios mantidos pelos entrevistados somaram US$ 808 milhões e a fortuna média das famílias foi de US$ 1,1 bilhão. Pouco mais de um em cada cinco afirmou ter dois escritórios e alguns têm até cinco endereços.

“Esta tendência ainda é muito incipiente e precisa ser monitorada”, disse Sara Ferrari, chefe global de family office do UBS. “Os family offices dos EUA com mais de uma filial tendem a ter o segundo no país, e basicamente o mesmo acontece na Europa. Mas os family offices dos mercados emergentes e da Ásia tendem a se diversificar mais regionalmente.”

Provavelmente existem mais de 5.000 family offices em todo o mundo, disse a diretora de pesquisa da Campden, Rebecca Gooch. Três quartos das empresas que participaram da última pesquisa da empresa gerenciam a riqueza de apenas uma família.

O UBS, maior gestor de riquezas do mundo, descreve as famílias com mais de US$ 150 milhões como “candidatas ideais” a montar um family office. No fim de 2017, o banco administrava 120 bilhões de francos suíços (US$ 125 bilhões) por meio de seu programa de family offices.

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