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Especialista recomenda compra de dólar mesmo a R$ 4

Depois de bater os R$ 4,09 no mercado turismo esta semanal, a moeda americana não mostra sinais de queda no curto prazo

Câmbio: na opinião do consultor, quem tiver dinheiro para comprar dólares agora, essa é a hora, aos R$ 4 mesmo, antes que o cenário piore (Bruno Domingos/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 10h51.

O coração dos brasileiros com viagens internacionais marcadas para este fim de ano tem disparado nos últimos dias, no ritmo frenético das fortes oscilações de preço do dólar .

Depois de bater os R$ 4,09 no mercado turismo esta semana e acumular valorização de 46,39% este ano frente ao real, a moeda americana não mostra sinais de queda no curto prazo.

Na avaliação do consultor e especialista em investimentos do Banco Ourinvest, Mauro Calil, esse dólar “super-herói”, sempre para o alto e avante, pode subir ainda mais até fevereiro do ano que vem.

A recente perda do grau de investimento do Brasil aparece como primeiro fator de impulso desse avanço, por mais que o rebaixamento já fosse esperado pelo mercado. E outras agências podem rebaixar o Brasil, agravando ainda mais a situação.

Em segundo lugar, Calil aponta a melhora dos dados de desemprego nos Estados Unidos, o que ajudaria a consolidar a recuperação econômica do país e a alta da moeda local.

Por isso, na opinião do consultor, quem tiver dinheiro para comprar dólares agora, essa é a hora, aos R$ 4 mesmo, antes que o cenário piore.

Troca parcelada

Já Alexandre Fialho, diretor da maior distribuidora de câmbio turismo do país, a Cotação, empresa do Grupo Rendimento, explica que nessa fase de aumento da volatilidade, a orientação é que os viajantes dividam a compra da moeda antes de embarcar.

“Um tanto por semana”, exemplifica. Desta maneira, as pessoas diminuem a ansiedade e podem garantir uma taxa média de câmbio, nem a melhor, nem a pior do período.

Na distribuidora, ele conta que os operadores fazem um agendamento dessas compras “parceladas”, o que deixa o cliente mais tranquilo, sem medo de esquecer as datas.

Além disso, Fialho sugere que seja feito um planejamento de transferência dos gastos em cartão de crédito para o cartão pré-pago, que já garante o valor da moeda agora.

Outra opção é a compra de moeda do país de destino, que também permite fugir do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado nos cartões.

“A ideia é sair para viajar com a maior parte das taxas de câmbio já fechadas”, afirma, para evitar o risco de altas na hora de pagar a fatura do cartão depois da volta da viagem.

“Spread” duplo

E, finalmente, uma dica que vale para qualquer época do ano, mas que é frequentemente esquecida: é sempre melhor levar a moeda do país de destino, para evitar o custo do “spread” na hora de comprar a moeda local.

O spread é a diferença entre as cotações de compra e venda da moeda, e que representa o ganho da casa de câmbio e um custo a mais para o turista.

Segundo o diretor da Cotação, muita gente vai para o Japão com dólar ou para Londres com euros, por exemplo, chega lá e tem de troca por ienes e por libras.

“No fim, a pessoa acaba pagando dois “spreads” e, no exterior, as taxas são bastante abusivas para turistas, podem chegar a 15% da cotação”, alerta.

De acordo com ele, a diferença das taxas costuma ficar muito mais alta que qualquer volatilidade cambial, mas ainda assim, essa situação costuma acontecer com muita frequência sem que ninguém perceba.

Demanda e cenário econômico

A alta da moeda americana provocou uma retração na procura por viagens internacionais. Segundo uma filial da agência CVC Viagens na região metropolitana de São Paulo, a queda chegou a 30%.

Apesar disso, a agência informou que, por enquanto, não alterou suas condições de pagamento ou realizou promoções por conta do aumento do dólar.

Segundo a operadora, atualmente, a loja apenas repassa a promoção do dólar congelado em R$ 2,99 da MSC Cruzeiros, que teve início no meio de agosto.

No entanto, essa resistência em facilitar as condições das viagens pode ter seus dias contados, diante da futura demanda bem reduzida para o setor.

Na visão do diretor da Cotação, o aumento da procura pelo turismo internacional deverá depender da melhora da economia interna, caso contrário, mais pessoas continuarão cortando esses chamados gastos não essenciais.

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Depois de bater os R$ 4,09 no mercado turismo esta semana e acumular valorização de 46,39% este ano frente ao real, a moeda americana não mostra sinais de queda no curto prazo.

Na avaliação do consultor e especialista em investimentos do Banco Ourinvest, Mauro Calil, esse dólar “super-herói”, sempre para o alto e avante, pode subir ainda mais até fevereiro do ano que vem.

A recente perda do grau de investimento do Brasil aparece como primeiro fator de impulso desse avanço, por mais que o rebaixamento já fosse esperado pelo mercado. E outras agências podem rebaixar o Brasil, agravando ainda mais a situação.

Em segundo lugar, Calil aponta a melhora dos dados de desemprego nos Estados Unidos, o que ajudaria a consolidar a recuperação econômica do país e a alta da moeda local.

Por isso, na opinião do consultor, quem tiver dinheiro para comprar dólares agora, essa é a hora, aos R$ 4 mesmo, antes que o cenário piore.

Troca parcelada

Já Alexandre Fialho, diretor da maior distribuidora de câmbio turismo do país, a Cotação, empresa do Grupo Rendimento, explica que nessa fase de aumento da volatilidade, a orientação é que os viajantes dividam a compra da moeda antes de embarcar.

“Um tanto por semana”, exemplifica. Desta maneira, as pessoas diminuem a ansiedade e podem garantir uma taxa média de câmbio, nem a melhor, nem a pior do período.

Na distribuidora, ele conta que os operadores fazem um agendamento dessas compras “parceladas”, o que deixa o cliente mais tranquilo, sem medo de esquecer as datas.

Além disso, Fialho sugere que seja feito um planejamento de transferência dos gastos em cartão de crédito para o cartão pré-pago, que já garante o valor da moeda agora.

Outra opção é a compra de moeda do país de destino, que também permite fugir do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado nos cartões.

“A ideia é sair para viajar com a maior parte das taxas de câmbio já fechadas”, afirma, para evitar o risco de altas na hora de pagar a fatura do cartão depois da volta da viagem.

“Spread” duplo

E, finalmente, uma dica que vale para qualquer época do ano, mas que é frequentemente esquecida: é sempre melhor levar a moeda do país de destino, para evitar o custo do “spread” na hora de comprar a moeda local.

O spread é a diferença entre as cotações de compra e venda da moeda, e que representa o ganho da casa de câmbio e um custo a mais para o turista.

Segundo o diretor da Cotação, muita gente vai para o Japão com dólar ou para Londres com euros, por exemplo, chega lá e tem de troca por ienes e por libras.

“No fim, a pessoa acaba pagando dois “spreads” e, no exterior, as taxas são bastante abusivas para turistas, podem chegar a 15% da cotação”, alerta.

De acordo com ele, a diferença das taxas costuma ficar muito mais alta que qualquer volatilidade cambial, mas ainda assim, essa situação costuma acontecer com muita frequência sem que ninguém perceba.

Demanda e cenário econômico

A alta da moeda americana provocou uma retração na procura por viagens internacionais. Segundo uma filial da agência CVC Viagens na região metropolitana de São Paulo, a queda chegou a 30%.

Apesar disso, a agência informou que, por enquanto, não alterou suas condições de pagamento ou realizou promoções por conta do aumento do dólar.

Segundo a operadora, atualmente, a loja apenas repassa a promoção do dólar congelado em R$ 2,99 da MSC Cruzeiros, que teve início no meio de agosto.

No entanto, essa resistência em facilitar as condições das viagens pode ter seus dias contados, diante da futura demanda bem reduzida para o setor.

Na visão do diretor da Cotação, o aumento da procura pelo turismo internacional deverá depender da melhora da economia interna, caso contrário, mais pessoas continuarão cortando esses chamados gastos não essenciais.

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