É necessário repensar a poupança para que volte a ser atrativa para o setor imobiliário, diz Caixa
Maria Rita Serrano, presidente da Caixa, afirmou que o setor de construção enfrenta o desafio de conseguir se financiar por meio da poupança
Editora de Finanças
Publicado em 26 de setembro de 2023 às 15h18.
A Caixa divulgou nesta terça-feira, 26, que a carteira de crédito habitacional do banco alcançou a marca de R$ 700 bilhões, com 6,6 milhões de contratos, o que representa um crescimento de 9,56% em comparação com 2022. Os dados foram divulgados pela presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, em um evento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo (SP). “É uma marca histórica. A Caixa é protagonista no desenvolvimento do país."
O crescimento, segundo a CEO do banco, está relacionado ao aumento do valor do imóvel no Programa Minha Casa, Minha Vida e à ampliação do valor da renda familiar da Faixa 1. “70 mil famílias terão suas casas entregues este ano. Só por meio do FGTS e pelo Minha Casa, Minha Vida, a Caixa já emprestou mais de R$ 64 bilhões este ano, um aumento de 53% em comparação com o mesmo período do ano passado”, disse Serrano.
Desafios
Apesar dos dados positivos, a presidente da Caixa destacou os desafios do setor da construção civil nos últimos anos. Um deles é o financiamento com recursos da poupança. Segundo dados divulgados na última segunda-feira, 25, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em agosto, a captação líquida das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) teve uma perda de R$ 8,5 bilhões. Houve saídas líquidas de recursos em todos os meses deste ano, com exceção de junho, quando os depósitos superaram os saques em R$ 2,4 bilhões. No ano, a captação líquida está negativa em R$ 67,7 bilhões.
“Outro desafio é em relação ao funding por meio da poupança. O mercado vem perdendo muito em poupança nos últimos dias. E a poupança sempre foi um dos principais financiadores da habitação no país. É necessário repensar o produto poupança, para que ele volte a ser atrativo.”
Diante desse cenário, a sugestão da Caixa é que o Ministério da Fazenda e o Banco Central estudem maneiras de reduzir o compulsório bancário, visando abastecer os financiamentos de imóveis. “Nós propomos que seja liberado o compulsório vinculado ao financiamento habitacional. Não faz sentido manter a mesma regra de compulsório. O compulsório deveria ser diminuído com foco no financiamento habitacional.”