Cresce número de pessoas sem acesso a crédito ou compras a prazo
Dentre os motivos, estão a presença dos nomes na lista de inadimplência e a não comprovação de renda
Agência Brasil
Publicado em 5 de julho de 2017 às 13h41.
Aumentou de 21% para 25% a parcela dos brasileiros que tentaram efetuar compras a prazo ou obter algum tipo de financiamento no último mês de maio e não conseguiram, principalmente por estarem com o nome na lista de inadimplentes ou por não terem comprovante de renda.
Os dados são do Indicador de Uso do Crédito e de Propensão ao Consumo, divulgados hoje (5) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O levantamento é feito mensalmente em 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém.
Da enquete, participam 800 pessoas de todas as classes sociais, de ambos os sexos, com idade a partir dos 18 anos.
O objetivo é reunir dados sobre a evolução da utilização de crédito e consumo em geral pelos consumidores.
Para 46% dos consultados está difícil a obtenção de crédito.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, disse, em nota, que "crédito fácil e desburocratizado pode parecer algo positivo para quem precisa de dinheiro imediato, mas por envolver a aplicação de juros elevados pode levar este consumidor a uma situação de inadimplência e de desajuste do orçamento".
A pesquisa mostrou que seis em cada dez consumidores brasileiros (58%) não recorreram a nenhuma modalidade de crédito.
O restante (42%) indicou ter utilizado ao menos uma das opções do mercado.
As alternativas mais apontadas foram os cartões de crédito (35%) e os cartões de loja e crediário (16%). O cheque especial foi o recurso empregado por 7% dos sondados, 5% indicaram os empréstimos e 4% deles, os financiamentos.
Entre os que usaram os cartões de crédito, 65% o fizeram com compras em supermercados; 52% com remédios e outros produtos de farmácias; 37% com roupas, calçados e acessórios; 35% com combustível; e 28% em bares e restaurantes.