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Como escolher um bom fundo de renda fixa?

Internauta quer saber se deve considerar as taxas de administração ou o rendimento histórico do fundo

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 07h52.

Dúvida do internauta: Tenho visto muitas reportagens que falam que se deve buscar fundos de investimento (previdência e renda fixa) com taxas de administração abaixo de 1%. Mas, como a rentabilidade dos fundos é líquida da taxa de administração, o melhor não seria procurar um fundo com histórico de bons rendimentos? Histórico de bons rendimentos em renda fixa seria algo acima de 90% do CDI?

Resposta de Fernando Meibak*:

As taxas de administração de produtos de investimento (fundos e previdência) são em geral elevadas para o público comum. Essa indústria cresceu num ambiente de juros altos, onde o peso das taxas era mais diluído. Com a queda dos juros, o impacto da taxa de administração ficou muito relevante. A natureza da conta é relativamente simples:

Um exemplo de um investimento bruto com o parâmetro de 100% da taxa básica de juros (que é de 8% atualmente):

Assim, você investidor teria de rendimento 80% da taxa básica, depois do IR. Veja a conta esmiuçada:

O redutor da poupança é 30% da taxa básica. Ou seja, se a poupança rende 70% da taxa básica e um investimento em renda fixa rende 80% da taxa básica depois do IR (mas ainda sem descontar a taxa de administração), seu custo de investimento para continuar com vantagem em relação à poupança pode ser de no máximo essa diferença de 10%, numa conta simples.

Significa que se você investir em um CDB que renda, antes de IR, 85% da taxa do CDI por um ano, por exemplo, você perderá para a poupança (rendimento bruto = 6.8, que é 85% de 8%); IR = 1,36; rendimento líquido (descontado o IR, único custo do CDB) = 5,44%. A poupança renderia 5,6% (70% de 8%). O mesmo raciocínio serve se o investimento for num fundo que cobra 1,5% ou mais de taxa de administração (nesse caso, desconta-se da rentabilidade o valor do IR e da taxa).

Cuidado com performance passada. Os fundos podem ter apresentado ganhos com a queda dos juros, pois tivemos fechamento das taxas pré e pós fixadas, que provocam impactos positivos nas carteiras. Continue selecionando investimentos atento aos custos. O patamar de teto de 1% de taxa de administração (ou mínimo de rendimento de 90% do CDI no caso de investimentos em CDBs, por exemplo), é um bom parâmetro. Para investimentos de muito longo prazo, minha forte recomendação é Tesouro Direto. Pesquise e verá que o sistema é simples e muito vantajoso.

* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.

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Envie outras perguntas sobre aposentadoria para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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Resposta de Fernando Meibak*:

As taxas de administração de produtos de investimento (fundos e previdência) são em geral elevadas para o público comum. Essa indústria cresceu num ambiente de juros altos, onde o peso das taxas era mais diluído. Com a queda dos juros, o impacto da taxa de administração ficou muito relevante. A natureza da conta é relativamente simples:

Um exemplo de um investimento bruto com o parâmetro de 100% da taxa básica de juros (que é de 8% atualmente):

Assim, você investidor teria de rendimento 80% da taxa básica, depois do IR. Veja a conta esmiuçada:

O redutor da poupança é 30% da taxa básica. Ou seja, se a poupança rende 70% da taxa básica e um investimento em renda fixa rende 80% da taxa básica depois do IR (mas ainda sem descontar a taxa de administração), seu custo de investimento para continuar com vantagem em relação à poupança pode ser de no máximo essa diferença de 10%, numa conta simples.

Significa que se você investir em um CDB que renda, antes de IR, 85% da taxa do CDI por um ano, por exemplo, você perderá para a poupança (rendimento bruto = 6.8, que é 85% de 8%); IR = 1,36; rendimento líquido (descontado o IR, único custo do CDB) = 5,44%. A poupança renderia 5,6% (70% de 8%). O mesmo raciocínio serve se o investimento for num fundo que cobra 1,5% ou mais de taxa de administração (nesse caso, desconta-se da rentabilidade o valor do IR e da taxa).

Cuidado com performance passada. Os fundos podem ter apresentado ganhos com a queda dos juros, pois tivemos fechamento das taxas pré e pós fixadas, que provocam impactos positivos nas carteiras. Continue selecionando investimentos atento aos custos. O patamar de teto de 1% de taxa de administração (ou mínimo de rendimento de 90% do CDI no caso de investimentos em CDBs, por exemplo), é um bom parâmetro. Para investimentos de muito longo prazo, minha forte recomendação é Tesouro Direto. Pesquise e verá que o sistema é simples e muito vantajoso.

* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.

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