Clientes HSBC correm riscos com a possível venda do banco?
Especialista responde se os correntistas do HSBC correm risco de ter prejuízos, caso o banco seja incorporado por outra instituição
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2015 às 09h34.
Dúvida do internauta: Com a iminente venda da operação doHSBC no Brasil, os correntistas deste banco devem tomar alguma ação? Possuo quantias consideráveis aplicadas em determinados investimentos, assim como em previdência privada e estou com dúvidas se devo ou não abrir conta em outro banco e realizar a transferência.
Resposta de Beto Veiga*:
Primeiramente, vale ressaltar que ainda não há uma confirmação oficial de venda do banco. Ainda assim, se isso vier a acontecer, destaco que há determinada categoria de instituições financeiras que desfrutam de uma atenção maior do governo .
Em geral, no caso de um banco com essas dimensões (grande, se comparado aos pequenos e médios, embora pequeno, se comparado aos grandes), a premissa do parágrafo anterior está mantida. Veja que não estou sequer me referindo aos números propriamente ditos da instituição (balanço).
Pode não ser o caso desse banco especificamente, mas as vendas de unidades tendem a ser feitas na modalidade de participação, em que os “adquiridos” acabam por tornar-se sócios do “adquirente”, o que garante lucros maiores do que operar a própria instituição.
Esse tipo de “venda” reduz os custos do “vendedor”, que passa a ser incorporado pelo “comprador” e a empresa resultante, desde não haja superposição muito grande de clientes, acaba ganhando mais. O pagamento, é claro, se dá com a entrega de ações do adquirente.
No caso de aquisição, exceto algumas mudanças operacionais, que podem trazer um pequeno inconveniente no começo, todas as aplicações e depósitos são transferidos de maneira quase que transparente para os clientes.
Ademais, informo que, além da cobertura de até 250 mil reais do Fundo Garantidor de Crédito ( FGC ) para os depósitos em conta-corrente, poupança e títulos como CDB, LCI, LCA, etc. ( veja como funciona o FGC ), os fundos de investimentos têm patrimônio separado, isto é, não pertencem à contabilidade do banco, mas aos seus cotistas (no caso, os clientes).
Se ainda assim você ficar inseguro, lembro da existência da portabilidade, que se aplica também à sua previdência privada. Assim, você tem o direito de fazer a transferência dos recursos investidos na previdência a outro plano, se assim desejar.
*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".
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