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Citigroup absorve 49 bilhões de dólares em ativos sob risco

Medida tenta preservar instrumentos de empréstimos estruturados (SIVs) do banco, ameaçados de rebaixamento por agências de classificação de risco

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Três dias após anunciar o indiano Vikram Pandit como novo executivo-chefe, o Citigroup, dono do Citibank, informou ao mercado que precisará consolidar em seu balanço ativos de 49 bilhões de dólares originários de sete veículos de empréstimos estruturados (SIVs, em inglês) ligados ao grupo, em mais um lance de pressão sobre as contas de uma das maiores companhias financeiras dos Estados Unidos.

Os SIVs funcionam como instrumentos de emissão de títulos de curto prazo e a preços baixos para garantir aos bancos capital a ser investido em operações de prazo mais longo e ganhos maiores. Como informa o periódico nova-iorquino Wall Street Journal (WSJ), a absorção dos ativos anunciada pelo Citi representa uma ajuda emergencial a esses veículos, caso eles não encontrem compradores para seus papéis.

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O anúncio foi classificado de "embaraçoso" pelo jornal britânico Financial Times, pelo fato de executivos do Citi terem negado por mais de uma vez a intenção de tomar medidas que exigissem a consolidação dessa dívida. No entanto, o banco preferiu dar retaguarda ao SIV depois de alertas recentes das classificadoras de risco Moody's e Standard&Poors de eventuais rebaixamentos nas suas avaliações de crédito quanto a esses empréstimos estruturados. Uma eventual perda de status poderia dificultar aos SIVs que continuassem a se sustentar pela emissão de títulos de curto prazo e notas de médio prazo - operações que ajudam os bancos a financiar operações de prazo mais longo.

A medida chamou atenção não apenas pelo volume de dinheiro injetado indiretamente pelo Citibank nos SIVs, mas também por dar margem a questionamentos sobre a necessidade do superfundo planejado pelo Citi, em parceria com seus concorrentes Bank of America e JP Morgan Chase. Anunciada em outubro deste ano, a ação foi divulgada como uma das principais atitudes dos bancos para injetar liquidez no mercado financeiro, em meio ao aperto de crédito decorrente da crise das hipotecas de alto risco, as subprimes. Líder americano em SIVs, o Citibank confirmou, porém, manter interesse no superfundo.

Embora os bancos não tenham a obrigação de dar suporte aos seus SIVs, outras instituições, como o HSBC já consolidaram em seus próprios balanços ativos dos veículos que administram. A medida é uma forma de preservar a credibilidade de seus empréstimos estruturados e de garantir o funcionamento do sistema financeiro como um todo, mas para os bancos que a realizam, pode agravar as perdas significativas já registradas há meses.

Além do Citibank, a gigante Merril Lynch anunciou recentemente a incorporação ao balanço do terceiro trimestre de 2007 de uma perda de 8,7 bilhões com títulos lastreados em hipotecas, seguida pelo banco suíço UBS, que na semana passada registrou baixa de 10 bilhões de dólares, devido a problemas com hipotecas de alto risco.

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