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Carros usados ficam 13% mais caros no primeiro semestre do ano

Variação acumulada dos modelos 0 km passa dos 4% no período

Carros “mais velhos” puxaram as altas de preços ao longo do semestre, acumulando variação de 15,01%, acima da média do segmento (EXAME/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 13 de julho de 2021 às 19h02.

Última atualização em 14 de julho de 2021 às 00h41.

Não são só os preços de carros 0 km que vêm aumentando consideravelmente por conta da desorganização da cadeia logística global, que atinge a indústria automotiva. Os carros usados também vêm registrando altas de valores.

Modelos com de quatro a dez anos de idade tiveram reajustes de 13,04% para o período no semestre. É o que aponta a Kelley Blue Book Brasil, empresa especializada na pesquisa de preços de veículos novos e usados, com base em dados mensais

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O levantamento aponta que, dentro do grupo dos usados, foram os carros “mais velhos” que puxaram as altas de preços ao longo do semestre, acumulando variação de 15,01%, acima da média do segmento.

Todos os anos modelos analisados, de 2011 a 2017, tiveram aumentos acima dos 10% no período.

Variação acumulada de preços de veículos usados (de quatro a dez anos de uso) do primeiro semestre de 2021

Ano modelo

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Total

Total -0,26% 2,09% 5,00% 2,04% 1,90% 2,27% 13,04%
20170,64%1,09%4,85%1,89%2,15%1,59%12,21%
20160,39%1,32%3,95%1,66%2,11%1,86%11,29%
2015-0,32%1,97%5,96%2,30%1,19%2,37%13,47%
20140,11%2,55%4,98%2,19%2,19%1,35%13,37%
2013-1,34%2,45%5,34%2,48%1,74%2,48%13,15%
2012-0,77%2,23%5,15%2,12%1,89%3,14%13,76%
2011-0,71%3,25%4,41%1,59%2,18%4,29%15,01%

Os números observados no segmento de seminovos, com até três anos de uso, reforçam o momento de valorização que os carros usados vêm passando em 2021.

Neste semestre, a variação acumulada dos quatro anos modelos enquadrados nesta categoria foi de 9,75%. O ano modelo 2018 foi o que obteve a maior média de reajuste, de 12,18%.

Variação acumulada de preços de veículos seminovos (até três anos de uso) do primeiro semestre de 2021

Ano modelo

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Total

Total 1,17% 1,00% 4,29% 1,26% 0,82% 1,21% 9,75%
20210,89%1,88%3,62%-0,03%-0,02%1,20%7,54%
20200,87%0,71%3,31%1,63%0,33%0,88%7,73%
20191,82%0,54%4,93%1,41%1,40%1,48%11,58%
20181,11%0,94%5,32%1,95%1,57%1,29%12,18%

O comportamento dos preços dos carros usados (incluídos os seminovos) no semestre esteve em linha com o momento aquecido do setor.

Segundo a Fenauto, federação dos revendedores, a média diária de vendas de veículos usados (incluindo motos e pesados) do período totalizou 59.037 transações, o que representa um aumento de 7,8% em relação às 54.768 do primeiro semestre de 2019, ano em que não havia crise sanitária no País.

Entre janeiro e junho deste ano, já foram comercializados mais de 5,4 milhões de automóveis e comerciais leve usados no Brasil.

Já no caso dos carros novos, os aumentos monitorados pela KBB mostram que a variação média do semestre foi de 4,28% no acumulado do ano.

Variação acumulada de preços de veículos novos do primeiro semestre de 2021

Ano modelo

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Total

Total - 0,84% 1,87% 0,22% 0,09% 0,61% 4,28%
20220,66%2,14%0,31%1,94%0,61%2,68%7,68%
20211,08%1,15%1,21%0,75%0,16%0,74%5,10%
20200,38%0,44%2,50%-0,33%0,00%0,00%2,99%
20190,52%0,93%2,03%0,00%0,00%0,00%3,48%

O resultado semestral da variação dos veículos 0 km aponta uma pressão maior dos preços de modelos ainda fabricados pelas montadoras, em comparação com o movimento dos carros novos de estoque.

Tal visão é corroborada pelo índice de aumento significativamente acima da média dos modelos 2022, passando dos 7,5% de acréscimo, o que demonstra como os custos de produção ainda impactam os carros novos no mercado.

Enquanto isso, modelos 2021, que foram sendo substituídos ao longo do semestre, e mais desatualizados, como os 2020 e 2019, tiveram seus preços sendo estabilizados durante os primeiros seis meses do ano.

A partir de junho, inclusive, a estagnação de preços acompanha o aparente arrefecimento de demanda dos carros novos (além dos conhecidos obstáculos que a produção vem enfrentando), apontada pela Fenabrave (associação das concessionárias), que registrou queda de 3,31% nas vendas no mês.

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