Capitalização da Petrobras: entenda a formação do preço das ações
Investidor de longo prazo não deve se retrair com preço inicial das ações da oferta pública
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
São Paulo - Os próximos dias vão revelar o real interesse do mercado em participar do maior processo de capitalização da história. De 13 a 22 de setembro, atuais e futuros acionistas da Petrobras, institucionais ou não, farão suas ofertas. Essa demanda será o termômetro para a formação dos preços das ações da oferta pública da estatal, que serão divulgados no dia 23.
Os preços das ações no momento da oferta pública, como alerta o próprio prospecto da Petrobras, será diferente de seu valor patrimonial contábil, que é o seu valor intrínseco. Isso porque os preços das novas ações dependerão da demanda do mercado no momento das reservas dos investidores, mas devem sofrer ajustes após o início das negociações.
Especialistas ouvidos pelo Portal EXAME não acreditam que os preços das ações da oferta pública sejam supervalorizados, mas creem que pelo menos a demanda dos atuais acionistas esteja garantida.
Se em IPOs as ações ofertadas costumam assistir a quedas vertiginosas após o início das negociações, o mesmo não costuma ocorrer com ofertas públicas de ações, como esta da Petrobras.
Existe um consenso entre os analistas de que os atuais acionistas da Petrobras devem acompanhar a capitalização para, pelo menos, manter sua posição. Isso inclui quem investe diretamente em ações e os cotistas dos Fundos Mútuos de Privatização, com recursos do FGTS.
De qualquer maneira, a participação no processo de capitalização da Petrobras é para investidores com visão de longo prazo. Nesse caso, pouco importa o valor inicial das ações que começam a ser negociadas no dia 24 de setembro ou uma eventual queda após o início das negociações.
Limites
Quem já for acionista deverá comprar, pelo menos, 34 ações para cada 100 papéis que possuir, a fim de manter sua posição. O mesmo vale para quem já investe com recursos do FGTS, desde que não seja ultrapassado o limite de 30% de seus recursos no fundo.
Investidores não institucionais individuais, acionistas ou não, deverão ainda determinar o valor que estão dispostos a pagar por essas ações da oferta inicial. Quem pretende investir indiretamente, por meio dos Fundos Mútuos de Privatização-FGTS ou de Fundos FIA-Petrobras especialmente constituídos para a ocasião não terão direito a estabelecer esse preço.
<hr> <p class="pagina"><strong>Formação do preço</strong><br><br>De 13 a 16 de setembro, os atuais acionistas individuais deverão fazer suas reservas; novos acionistas terão um prazo maior, de 13 a 22 de setembro. As ações remanescentes dessas duas ofertas serão destinadas à oferta institucional, feita aos investidores que planejam aplicar mais de 300.000 reais na operação.<br><br>São esses grandes investidores que participam do chamado procedimento de <em>bookbuilding</em>, uma espécie de leilão que determina a fixação do preço das ações da oferta inicial, sejam elas preferenciais, ordinárias ou ADS (<em>American Depositary Shares</em>, negociadas na Bolsa de Nova York).<br><br>Os investidores institucionais manifestam quanto pretendem investir e o volume de ações que desejam comprar. Essas informações são coletadas pelos bancos coordenadores da oferta pública junto aos fundos (exceto os FIA-Petrobras), fundos de pensão, seguradoras, investidores estrangeiros, entre outros grandes investidores.<br><br>Se não houver excesso de demanda superior em 1/3 da quantidade de ações inicialmente ofertadas, serão aceitos no procedimento de bookbuilding investidores institucionais chamados Pessoas Vinculadas ao processo de capitalização, até o limite máximo de 10% da oferta global.<br><br>São consideradas Pessoas Vinculadas investidores como os bancos coordenadores do processo e a própria União. Se essa participação for necessária, o que só irá ocorrer caso não haja excesso de demanda, pode haver distorções na formação dos preços das ações da oferta inicial, com possível supervalorização. Entretanto, especialistas consideram essa situação pouco provável.<br><br>Se, ao contrário, a demanda dos investidores institucionais for muito alta, será feito um rateio das ações, segundo critério dos coordenadores do processo de capitalização. Segundo o prospecto, esse critério leva em conta o objetivo de criar uma base diversificada de investidores.</p>
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