Minhas Finanças

Ativos da Rio Tinto vão beneficiar a Vale apenas no longo prazo, avaliam analistas

Avanço no mercado de potássio é o mais elogiado pelos especialistas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O negócio fechado com a Rio Tinto não trará impactos imediatos para a Vale, mas beneficiará a mineradora brasileira no longo prazo. Nesta sexta-feira (30/1), a Vale anunciou a compra, por 1,6 bilhão de dólares, de toda a operação de minério de ferro da Rio Tinto em Corumbá (MS), além de plantas de potássio da rival na Argentina e no Canadá. Para os analistas, embora o negócio seja relativamente pequeno para o porte da Vale, mostra um movimento estratégico da empresa. "O momento atual é de esperar as boas alternativas no mercado, e a Vale parece estar procurando isso, e crescendo via aquisições", afirma relatório da corretora Link.

Somente pelas operações de minério de ferro, a companhia vai desembolsar 750 milhões de dólares. Segundo a corretora Ativa, a cifra equivale a 227 dólares por tonelada, ou um prêmio de 13% sobre o múltiplo negociado pela Vale. Para chegar a esse valor, a Ativa considerou o plano de expansão da Rio Tinto para Corumbá, que prevê uma produção de 12,8 milhões de toneladas. Atualmente, sua capacidade é de 2,5 milhões de toneladas. No ano passado, a jazida produziu 2 milhões de toneladas de minério.

"Embora tais ativos tenham sido comprados por valores acima do esperado (dado o momento do ciclo econômico e a situação de aperto pela qual passa a Rio Tinto), a aquisição faz sentido do ponto de vista estratégico", afirma a Ativa. Já para a corretora Socopa, "o volume de minério produzido por Corumbá é relativamente pequeno, quando comparado com a produção consolidada da Vale". No ano passado, a mineradora gerou 301,7 milhões de toneladas. Quando anunciou a expansão da mina de Corumbá, a Rio Tinto estimou que seriam necessários investimentos de 2,15 bilhões de dólares.

O minério de Corumbá é considerado de elevada qualidade. O principal problema da planta, segundo as corretoras, é logístico. O escoamento da produção, hoje, é realizado por barcaças pela hidrovia do Rio Paraguai. Além de ser adequado para um pequeno volume de produção, isso torna o transporte sujeito a fatores imponderáveis, como a variação do nível do rio. A Rio Tinto já vinha negociando com a ALL a reforma da ferrovia que liga Corumbá ao Porto de Santos. "A Vale terá que seguir pelo mesmo caminho", diz a Link.

Potássio

Os analistas receberam bem a aquisição das minas de potássio da Rio Tinto na Argentina (projeto Rio Colorado) e no Canadá (projeto Regina). Por essas plantas, a Vale pagou 850 milhões de dólares. As operações ainda encontram-se na fase de exploração e desenvolvimento. A Argentina deve iniciar a produção comercial em três anos. No Canadá, o prazo estimado é de sete anos.

A planta argentina deve iniciar as atividades com uma capacidade produtiva de 2,4 milhões de toneladas por ano. A unidade pode ser expandida para 4,35 milhões toneladas anuais. As reservas estimadas são de 410 milhões de toneladas. Já a operação canadense pode fornecer até 2,8 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano.

Segundo a Link, o mercado mundial de potássio é promissor. O produto é uma das commodities que menos sofreram com a crise, dada sua demanda. O atual patamar de preço é de 700 dólares por tonelada. No pico, estava cotado a 900 dólares. A procura por potássio deve seguir em alta, diante da necessidade de produzir fertilizantes para ampliar a oferta de alimentos. Para a Link, a aquisição é "uma aposta da companhia que, se confirmando os níveis de produção esperado, pode-se tornar uma das líderes do segmento no mundo". A Vale já possui uma planta de potássio em Sergipe. O produto responde por 3,1% da receita de não-ferrosos da empresa.

Reflexo na bolsa

As corretoras não esperam fortes movimentações dos papéis da Vale devido ao acordo fechado nesta sexta. "A notícia não deverá trazer impactos significativos para os papéis da empresa", afirma a Socopa. "Essa aquisição não afetará, por enquanto, nossa recomendação", diz a Link. Já a Ativa classificou o negócio como "neutro" para as ações.

A Link projeta um preço-alvo de 39 reais para as ações preferenciais da Vale (VALE5, sem direito a voto) para dezembro. Na Bovespa, os investidores também não se animaram com a notícia. Por volta das 15h14, as ações VALE5 operavam em queda de 0,17%, cotadas a 28,45 reais por papel. Mais de 11.000 negócios já haviam sido fechados com essas ações. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador do pregão paulista, apresentava alta de 0,54%, a 39.851 pontos.

 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2757: ninguém acerta as seis dezenas

Como os seguros entram no jogo? Cobertura nas Olimpíadas 2024 vai de lesões até desastre climático

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2757; prêmio acumulado é de R$ 7,1 milhões

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2756; prêmio acumulado é de R$ 2,8 milhões

Mais na Exame