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Após reajuste, gasolina ainda pode subir 5% nas próximas semanas

Em fevereiro, o preço médio da gasolina comum no Brasil ficou acima de 5 reais; o valor mais alto em um ano

Rejuste da gasolina: preços acompanham o mercado internacional (André Lessa/Exame)

Karla Mamona

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 16h24.

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 18, mais um reajuste nos preços dos combustíveis . Segundo a estatal, a partir de amanhã, os preços médios nas refinarias serão de R$ 2,48 por litro para a gasolina e R$ 2,58 por litro para o diesel. Trata-se do quarto aumento do ano nos preços da gasolina e o terceiro no diesel.

Para ter uma ideia, em dezembro do ano passado, o litro da gasolina custava em média 1,84 real, enquanto o do diesel custava 2,02 reais. Os reajustes seguidos são explicados pelo preço do petróleo no mercado externo. Vale destacar que a Petrobras segue a política de preço de paridade internacional. De janeiro até agora, o petróleo já subiu cerca de 30%.

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“Uma série de fatores têm impactado no preço do petróleo, como a restrição da produção pela Opep e a queda de 40% da produção no Texas devido ao frio”, explica Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

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O economista fez um cálculo e afirma que considerando os preços internacionais ainda há espaço para que os preços continuem subindo. A estimativa é de um potencial de alta de cerca de 5%. O cálculo considera o preço internacional, o preço do barril em dólar e o da gasolina em reais, além dos impostos. “Este cálculo é para curtíssimo prazo, no máximo duas semanas já que o mercado é muito volátil.”

Impostos sobre os combustíveis

Em nota divulgada, a Petrobras afirma que os reajustes praticadostêm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. A companhia explica que o preço da gasolina e do diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras.

“Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.” Para ter uma ideia, na bomba de gasolina incidem impostos como PIS e Cofins, ICMS e Cide.

Disse ainda queas revisões de preços feitas podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. “Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis.”

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, acrescenta que além dos tributos, o reajuste acaba pesando porque incide em toda a cadeia do combustível e ele é repassado até chegar ao consumidor.

Acima de R$ 5

E os repassem foram feitos e chegaram nas bombas.Um levantamentorealizado pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas, apontou que o  preço médio da gasolina comum no Brasil registrou alta de 4,08% na primeira quinzena de fevereiro e ficou acima de 5 reais. É o valor mais alto em mais de um ano.

Pelos dados, nos primeiros quinze dias de fevereiro, o litro do combustível foi comercializado, em média,  R$ 5,04 reais. Em janeiro, o valor médio cobrado nos postos do País foi de 4,844 reais.  Esta é a oitava alta seguida registrada no preço da gasolina. De junho de 2020 até a primeira quinzena de fevereiro deste ano, o combustível ficou 21,7% mais caro.

São Paulo foi o estado com o menor valor médio da gasolina: o litro custou, em média, 4,63 reais nos postos paulistas na primeira quinzena deste mês. Já o Acre registrou o litro mais caro,  5,48 reais. A maior alta de preços na quinzena ocorreu no Amazonas (5,74%) e a menor, na Paraíba (2,7%). Todos os estados tiveram aumento no valor médio do litro do combustível.

EstadoMédia de Fevereiro (1ª Quinzena)Média JaneiroVariação (Valor)Variação Percentual
AC5,4815,2690,21164,02%
AL5,2425,0810,16113,17%
AM4,9204,6530,26735,74%
AP4,7454,5750,17033,72%
BA4,9904,7800,20964,39%
CE5,0934,8850,20754,25%
DF5,0594,8270,23254,82%
ES5,0564,8430,21314,40%
GO5,0304,8840,14592,99%
MA5,0394,8300,20834,31%
MG5,1364,9450,19163,88%
MS5,0264,8170,20964,35%
MT5,0634,8720,19053,91%
PA5,2145,0300,18373,65%
PB4,9034,7740,12912,70%
PE5,0454,8200,22504,67%
PI5,0764,8640,21204,36%
PR4,7224,5030,21924,87%
RJ5,3495,1520,19673,82%
RN5,1324,9550,17633,56%
RO5,1744,9470,22754,60%
RR4,7984,5990,19904,33%
RS4,9784,8170,16113,35%
SC4,6574,4610,19674,41%
SE5,0744,9100,16433,35%
SP4,6394,4610,17773,98%
TO5,1915,0000,19143,83%
Total Geral5,0424,8440,19774,08%

Entre as capitais, a cidade do Rio de Janeiro teve a gasolina mais cara nos postos de combustíveis do Brasil na primeira quinzena deste mês, 5,33 reais o litro, em média, seguida de perto pela capital do Acre, Rio Branco ( 5,31 reais o litro, em média).  Já em Curitiba, no Paraná, registrou o preço médio mais barato: R$ 4,59, acompanhada pela cidade de São Paulo, com R$ 4,63, em média, pelo litro de gasolina.

CapitalValor médio (R$)
Aracaju5,085
Belém5,207
Belo Horizonte4,996
Boa Vista4,832
Brasília5,054
Campo Grande4,980
Cuiabá4,801
Curitiba4,597
Florianópolis4,741
Fortaleza5,042
Goiânia4,897
João Pessoa4,817
Macapá4,779
Maceió5,152
Manaus4,854
Natal5,068
Palmas5,153
Porto Alegre4,888
Porto Velho5,037
Recife4,996
Rio Branco5,316
Rio de Janeiro5,335
Salvador4,913
São Luís4,986
São Paulo4,639
Teresina5,002
Vitória4,795
Geral5,011

 

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