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9 corretoras recomendam dividendos para junho

Telefônica/Vivo é a ação mais recomendada para o mês, presente em sete das nove carteiras


	Analistas sugerem ações da Telefônica/Vivo pela alta previsibilidade de resultados da empresa, que é líder no mercado de telefonia móvel
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

Analistas sugerem ações da Telefônica/Vivo pela alta previsibilidade de resultados da empresa, que é líder no mercado de telefonia móvel (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h23.

São Paulo – No mês de maio, a maior parte das carteiras de dividendos superou a performance do Ibovespa, que fechou o mês com queda de 4,30%. Mas, muitas delas tiveram altas tímidas ou desempenhos negativos. Ainda que as ações boas pagadoras de dividendos costumem se sobressair em cenários de crise, no último mês o pessimismo do mercado parece não ter poupado nem mesmo os ativos mais defensivos. 

Corretoras atribuem os fracos resultados das ações a fatores como: o aumento da taxa Selic; um PIB decepcionante; resultados corporativos do primeiro trimestre aquém das expectativas; e a volatilidade no mercado externo, em virtude da crise na Zona do Euro e da possibilidade de redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos por parte do banco central norte-americano, o FED.

Para o mês de junho, as perspectivas ainda não são favoráveis e as corretoras preferiram manter a cautela, modificando muito pouco suas carteiras, na maioria dos casos. 

A ação mais recomendada para o mês foi a Telefônica/Vivo, que aparece em sete das nove carteiras. A empresa é vista como um ativo de menor risco pelos analistas por ser líder no mercado de telefonia móvel, pelo seu pequeno nível de endividamento e pela baixa necessidade de reinvestimentos, o que garante uma certa previsibilidade sobre seus resultados. 

Ações de empresas do setor elétrico também foram bastante sugeridas pelas corretoras. Depois de alguns meses de forte receio sobre intervenções do governo, os analistas sinalizaram que enxergam menos riscos em algumas companhias do setor. 

As ações que pagam bons dividendos (lucros das companhias que são repassados aos acionistas) geralmente são de empresas líderes de mercado ou que atuam em segmentos com demanda estável. Por essas características, são papéis que não sofrem como aqueles mais influenciados pelo ambiente macroeconômico. Além disso, a geralmente baixa necessidade de reinvestimento no negócio faz com que essas empresas mais defensivas consigam repassar boa parte de seus lucros aos acionistas.

Essas empresas costumam se concentrar em setores de utilidade pública, como saneamento e energia (cuja demanda não se modifica diante de crises) e telefonia, bem como nos setores financeiro e de consumo inelástico, como fabricantes de bebidas alcoólicas e cigarros.

Veja a seguir as carteiras de dividendos recomendadas para junho, ou clique em uma das corretoras e vá direto à página da carteira buscada.

Ágora/Bradesco
Ativa

Citi Corretora
Omar Camargo

Planner
Rico/Octo Investimentos

Santander Investimentos
Um Investimentos

XP Investimentos


Ágora Corretora / Bradesco

Em maio, a carteira de dividendos da Ágora/Bradesco teve queda de 1,90%, acumulando alta de 3,0% no ano.

Papéis incluídos: Contax Units. Papéis retirados: Contax Preferenciais.

A expectativa de retorno médio via dividendos da carteira defensiva da Ágora para 2013 é de 5,30%. Em maio, o destaque de alta da carteira foram as ações da Cielo, que subiram impulsionadas pela divulgação de bons resultados da empresa referentes ao primeiro trimestre de 2013. Segundo a corretora, as ações units da Contax foram substituídas pelas ações preferenciais porque estas últimas têm maior liquidez. As ações preferenciais privilegiam a distribuição de dividendos, enquanto as ações ordinárias dão direito a voto nas assembleias de acionistas. E as ações units são um misto de ações ordinárias e preferenciais. 

Em maio, a Contax foi a maior queda da carteira, com uma desvalorização de 14,56%, puxada pela divulgação de resultados fracos do primeiro trimestre de 2013. Ainda assim, os analistas acreditam que a empresa, líder no mercado brasileiro de call center, deve retomar seu crescimento em 2013, revertendo o prejuízo. 

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado (dez/2013)
Ambev AMBV4 R$ 96,40 3,90%
BM&FBovespa BVMF3 R$ 16,00 4,90%
Cielo CIEL3 R$ 67,40 0,00%
Contax CTAX11 R$ 31,00 7,50%
Telefônica (Vivo) VIVT4 R$ 57,00 7,90%

Ativa

A carteira defensiva da Ativa teve desvalorização de 0,42% em maio. No ano, a carteira acumula alta de 5,15%.

Papéis incluídos: Bradesco e Tractebel. Papéis retirados: Cielo e Sabesp.

Sobre a inclusão da Tractebel, a corretora comenta que a companhia é a maior geradora de energia privada do país, contando com uma capacidade instalada equivalente a 7% do total nacional, com concessões vencendo apenas a partir de 2028. Os analistas também ressaltam que a empresa divulgou um sólido resultado no primeiro quadrimestre de 2013, além de possuir um fluxo de caixa relativamente estável e uma boa gestão, o que eleva sua atratividade em momentos de instabilidade.

Em relação ao Bradesco, os analistas destacam que o banco apresenta indicadores de inadimplência e retorno saudáveis, além de ter uma alta exposição ao segmento de seguros, o que confere à ação características mais defensivas. Além disso, a corretora também avalia que a recente mudança na trajetória da taxa Selic retira uma pressão significativa sobre os spreads do banco, o que pode possibilitar uma melhora na sua margem financeira de juros.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado (dez/2013)
Ambev AMBV4 ND ND
Bradesco BBDC4 ND ND
Equatorial EQTL3 ND ND
Telefônica (Vivo) VIVT4 ND ND
Tractebel  TBLE3  ND ND

Citi Corretora

A carteira Top Picks Dividendos apresentou leve alta de 0,40% em maio. Não foi divulgado o desempenho acumulado em 2013.

Não foram feitas alterações na carteira para junho.

Segundo o relatório, a Ambev tem forte geração de caixa e distribuição regular de dividendos, o que confere resiliência em condições extremas de mercado. A Tractebel apresenta geração de caixa saudável no médio prazo, balanço sólido e mostra sinais de avanços sobre questões de governança corporativa. A Ultrapar apresentou resultados recentes que superaram as projeções dos analistas e do mercado. E o risco de mudança nas margens das distribuidoras, que pode prejudicar a empresa, foi precificado de uma forma que a corretora considera exagerada.

A Telefônica tem dividend yield elevado, além de um fluxo de caixa forte e estável resultante da exposição ao segmento de telefonia fixa e de indicadores operacionais fortes, particularmente no mercado de telefonia móvel, no qual a empresa é líder de mercado. E a CCR passa por um momento favorável em termos de resultados, com alguns projetos novos ganhando tração. Além disso, segundo a corretora, tem excelentes perspectivas de crescimento, considerando o amplo portfólio de projetos de infraestrutura que vai a leilão nos próximos anos.

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado (dez/2013)
Ambev AMBV4 R$ 91,35 2,70%
CCR CCRO3 R$ 20,00 2,00%
Telefônica (Vivo) VIVT4 R$ 50,00* 7,50%
Tractebel TBLE3 R$ 34,20 6,20%
Ultrapar UGPA3 R$ 54,00 2,50%

(*) Último preço-alvo estabelecido. A cobertura desta ação foi descontinuada no início de março.

Omar Camargo

Em maio, a carteira de dividendos da Omar Camargo teve dividend yield de 0,62% e valorização de 1,73%, já com ajuste de proventos para os acionistas. No ano, o dividend yield é de 4,35% e a valorização é de 1,98% já com ajuste de proventos para os acionistas.

Não houve alterações na carteira de junho e não foram feitos comentários específicos sobre a manutenção da carteira, apenas sobre o desempenho do portfólio em maio. As ações da AES Tietê e do Banco do Brasil distribuíram proventos e registraram dividend yield de 2,72% e 0,39%, respectivamente. O Banco do Brasil anunciou em 31 de maio a distribuição de Juros sobre o Capital Próprio no valor de R$ 0,28 por ação e o papel ficará "ex" no dia 12 de junho, o que significa que já há uma nova garantia de distribuição para este mês.

À exceção das ações do Paraná Banco (-8,10%), a corretora afirma que todos os ativos superaram o Ibovespa em maio, com destaque para os ganhos da AES Tietê (+12,81%) e da Tractebel (+3,65%). 

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado (dez/13)
AES Tietê GETI4 ND ND
Banco do Brasil BBAS3 ND ND
Paraná Banco PRBC4 ND ND
Telefônica (Vivo) VIVT4 ND ND
Tractebel TBLE3 ND ND

Planner

A carteira de dividendos da Planner teve alta de 1,60% em maio e acumula ganho de 14,90% no ano.

Papéis incluídos: CCR Rodovias, Copasa, Duratex, Light e Souza Cruz. Papéis retirados: AES Tietê, Itaú Unibanco, MRV Engenharia, Taesa e TIM.

Segundo a corretora, nenhuma ação da carteira de maio foi mantida no portfólio porque todas ficaram "ex-proventos" durante o último mês (distribuíram proventos).  A CCR entra na carteira porque os analistas acreditam que a empresa continua apresentando um bom desempenho na sua operação, tem lucros crescentes e paga proventos regularmente. A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) deve ser impactada positivamente neste ano pela autorização do reajuste tarifário de 5,25%, a partir de maio. 

A Duratex entra na carteira diante da expectativa de distribuição de proventos nos próximos meses e em virtude do seu potencial de valorização. A Light faz parte da carteira, entre outros motivos, porque tem como política distribuir dividendos mínimos de 50% do seu lucro líquido ajustado. E a Souza Cruz foi incluída porque nos últimos anos pagou regularmente proventos em junho e agosto, o que pode ocorrer novamente. Além disso, a companhia é grande geradora de caixa e têm investimentos relativamente baixos, o que permite distribuir sempre acima de 90% do seu lucro líquido.

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado (dez/13)
CCR Rodovias CCRO3 R$ 22,30 3,4%
Copasa CSMG3 R$ 51,90 3,5%
Duratex DTEX3 R$ 16,00 1,7%
Light LIGT3 R$ 24,30 8,5%
Souza Cruz CRUZ3 R$ 32,30 4,0%

Rico/Octo Investimentos

Em maio, a Carteira Dividendos 8+ do Rico, home broker da Octo Investimentos, apresentou recuo de 3,65%. Em 2013, a alta é de 0,55%.

Não houve alteração da carteira para junho.

No relatório mensal, os analistas do Rico, comentam que em maio a carteira teve um desempenho muito adverso para um portfólio de cunho defensivo. Algumas das recomendações, como Grendene, Vale e Coelce, sofreram muito, mas eles enxergam que as quedas foram exageradas. Portanto, para junho, as ações serão mantidas. A corretora reitera que confia na qualidade dos ativos e destaca que a estratégia da carteira consiste em incluir empresas de caráter mais defensivo e boas pagadoras de dividendos, assim como companhias com bom histórico de crescimento e com sólidos resultados.

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
Banco do Brasil BBAS3 ND ND
BR Properties BRPR3 ND ND
Coelce COCE5 ND ND
Grendene GRND3 ND ND
Taesa TAEE11 ND ND
Telefônica (Vivo) VIVT4 ND ND
Tractebel TBLE3 ND ND
Vale VALE5 ND ND

Santander

No mês de maio, a carteira de dividendos do Santander registrou leve alta de 0,04% e no acumulado do ano apresenta queda de 0,20%. 

Papéis incluídos: CPFL Energia. Papéis retirados: Sabesp. 

Os analistas citam dois motivos para a inclusão da CPFL Energia na carteira. O primeiro diz respeito às recentes declarações do governo sobre um pacote de ajuda para as distribuidoras de energia, que sofreram perdas com a alta do preço da energia elétrica desde o final do ano passado. E o segundo é o alto dividend yield previsto para os próximos 12 meses, de mais de 6%. E a Sabesp sai da carteira porque a companhia tem 30% de sua dívida atrelada ao dólar, fator muito negativo no atual momento de depreciação do real em relação à moeda norte-americana. 

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado (dez/13)
Ultrapar UGPA4 R$ 62,00 2,61%
Qualicorp QUAL3 R$ 25,00 0,50%
CPFL Energia CPFE3 R$ 27,40 6,64%
Bradesco BBDC4 R$ 45,00 2,69%
Telefônica VIVT4 R$ 58,00 8,97%
BR Properties VRPR3 R$ 31,50 1,56%
Transmissão Paulista TRPL4 R$ 37,77 6,27%

Um Investimentos

A carteira de dividendos da Um Investimentos apresentou queda de 6,10% em maio. O desempenho no ano não foi divulgado.

As ações sugeridas para o mês de junho, são as mesmas de maio, mas os pesos foram modificados. Foram elevadas as participações da Cemig, Taesa e do Bradesco e foi reduzido o peso da Hering.

Segundo a corretora, a Cemig tem um perfil defensivo, possui alta previsibilidade de geração de caixa e se beneficia de reajustes tarifários anuais pela inflação. A Taesa, subsidiária da Cemig, também conta com as vantagens de atuar no setor de utilidade pública e, além disso, desfruta de contratos de concessão diferenciados, assinados entre 1999 e 2006, cujos vencimentos são previstos apenas para 2015. E o Bradesco, por sua vez, teve o peso elevado na carteira pois apresenta um variado leque de produtos, com forte exposição ao segmento de seguros (25% do market share), o que suaviza eventuais impactos de redução do spread bancário.

Ação Código Preço-alvo (dez/2013) Yield estimado
CCR CCRO3 R$ 23,50 ND
Cemig CMIG4 R$ 26,83 ND
Cielo CIEL3 R$ 67,50 ND
Grendene GRND3 R$ 25,00 ND
Hering HGTX3 R$ 50,00 ND

XP Investimentos

A Carteira XP Dividendos encerrou o mês de maio com leve queda de 0,70% e no ano acumula valorização de 11,50%.

Papéis retirados: Coelce.

As ações da Coelce foram retiradas da carteira porque os analistas não enxergam grande potencial de valorização para a empresa no curto prazo. Além disso, em abril a companhia fez uma distribuição alta de dividendos, de R$ 2,75 por ação, e considerando sua política de dividendos, os analistas avaliam que ela só pagará novos proventos em 2014. 

Eles destacam que no mês de maio a Taesa foi destaque absoluto da carteira, com uma alta de 5,6%, depois do ingresso de suas ações no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI). E os papéis da Cielo também tiveram uma boa performance, com alta de 3,6%, depois de afastados os receios sobre regulamentações do setor. 

Ação Código Preço-alvo Yield estimado
Banrisul BRSR6 ND ND
Cielo CIEL3 ND ND
Equatorial EQTL3 ND ND
Taesa TAEE11 ND ND
Telefônica (Vivo) VIVT4 ND ND

Entenda, com o vídeo a seguir, quando uma ação é boa pagadora de dividendos:

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