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5 dicas para investir em ações no longo prazo e não sofrer com as crises

O investidor na bolsa de valores fica mais tranquilo durante as turbulências se faz um planejamento adequado das suas aplicações

Barsi em seu escritório na sede do Corecon-SP, no centro de São Paulo (Germano Lüders/Exame)
DG

Denyse Godoy

Publicado em 27 de julho de 2020 às 23h53.

Última atualização em 31 de julho de 2020 às 15h44.

Quando dá os primeiros passos na bolsa de valores , o investidor logo é convidado pelo banco ou corretora que escolheu a preencher um questionário para identificar o seu perfil: conservador, moderado ou arrojado. Vários gostam de se ver como arrojados mas não conseguem dormir à noite em tempos de turbulência no mercado financeiro, como foi o primeiro semestre deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Em 2020, a trajetória de montanha-russa do Ibovespa , o principal índice acionário da bolsa B3 , tirou o sono de muitos dos dois milhões de brasileiros que começaram a aplicar em ações desde 2017: entre janeiro e março, despencou 47%, e desde então avançou 65%.

Se a bolsa é, segundo investidores famosos como o bilionário Warren Buffett , uma aplicação de longo prazo, de que maneira se deve enfrentar as crises sem sofrimento? Confira as dicas de Louise Barsi, filha do lendário mega investidor brasileiro Luiz Barsi , que saiu do zero para construir uma fortuna na bolsa. Junto com Felipe Ruiz e Fabio Baroni, Louise ensina a estratégia de Barsi para alcançar a independência financeira e viver de renda no curso Ações Garantem o Futuro.

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1 - Antes de pensar em investir, tenha uma reserva de emergência

Guarde o equivalente à soma de suas despesas em um período de três a seis meses em uma aplicação de baixo risco de renda fixa para o caso de alguma emergência. Sabendo que está coberto caso perca o emprego ou enfrente uma doença na família, o investidor não precisa se preocupar se as suas ações caírem demais em uma crise.

2 - Assegure-se de que não vai precisar do dinheiro aplicado em bolsa no curto prazo

Muitos investidores enganam a si mesmos ao começar o planejamento da aplicação em ações. Apesar de saber que a melhor estratégia é ter um horizonte de longo prazo, na verdade vão precisar do dinheiro usado para investir na bolsa em um prazo mais curto. É prejuízo na certa, porque, diante da necessidade de resgatar o dinheiro aplicado, o investidor pode vender suas ações a um preço mais baixo do que o de compra. Se as suas finanças lhe permitem esperar o devido tempo, o investidor consegue ter lucro.

3 - Invista apenas com o seu próprio dinheiro

Em momentos de euforia, como durante as semanas em que o Ibovespa começou a se recuperar do tombo provocado pela pandemia do novo coronavírus, muita gente quer entrar na bolsa sem ter dinheiro para isso e acaba pegando emprestado – de um parente, do cheque especial, da corretora (operando alavancado, como se diz no jargão do mercado). "A conta que se faz é: com a Selic a 2,5% ao ano, posso comprar ações de uma empresa que pague dividendos de 6% e, com a diferença, quito os juros do empréstimo. Porém, a bolsa é considerada um investimento em renda variável, e a renda variável varia para cima e também para baixo. Caso por algum motivo uma empresa deixe de gerar um bom rendimento, o investidor vai ter que arcar com os custos do empréstimo sozinho", diz Louise.

4 - Escolha ações de setores perenes

Empresas que prestam serviços essenciais – aqueles dos quais ninguém consegue escapar, como energia elétrica – são a escolha mais acertada. Muitas são concessionárias do governo e têm contratos de longo prazo, reajustados de tempos em tempos. Em uma crise, todas as companhias sofrem, mas há as que têm menos perdas.

5 - Conheça bem a empresa investida, seus administradores e sua estratégia

Até as empresas sólidas e lucrativas acompanham a queda da bolsa quando uma crise acontece. Por quê? Uma boa companhia não deveria escapar incólume? Primeiro: não, porque o mercado é irracional. Em tempos de pânico, a palavra de ordem é: venda primeiro, analise depois. Segundo: embora caia durante as crises, geralmente as companhias de qualidade perdem menos valor do que a média. "O ideal é sempre buscar empresas resilientes, que vão sofrer mas vão se recuperar rápido", diz Louise. Para identificar essas joias, o primeiro passo é descobrir, no balanço, qual é a situação financeira da companhia, se tem dinheiro em caixa ou uma dívida muito alta. Uma queda brusca na receita provocada por tragédias imprevisíveis como a pandemia da infecção respiratória covid-19 pode matar a empresa que não tem margem de manobra. Empresas bem administradas são aquelas que vislumbram rapidamente os potenciais problemas e se preparam para isso – as que têm um nome forte na praça conseguem inclusive garantir a disponibilidade de linhas de crédito nas crises para remediar a situação. Existem, ainda, as que aproveitam as crises parase reinventar, criar novos negócios, conhecer melhor o seu cliente. Essas são as que sempre vão conseguir navegar em mares revoltos. Observando o comportamento das companhias na atual crise já dá para escolher boas alternativas para colocar o dinheiro da aposentadoria.

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