4 dicas para sair do superendividamento, que atinge 17% dos brasileiros
Impossibilidade de indivíduos ou famílias pagarem dívidas as transforma em uma bola de neve
Marília Almeida
Publicado em 4 de maio de 2021 às 13h32.
Última atualização em 4 de maio de 2021 às 13h44.
17% dos brasileiros declaram se enquadrar na categoria "muito endividado ". Entre eles, 37% disseram ter ao menos uma dívida em atraso. Já 55% declaram estar "pouco endividado". É o que aponta uma pesquisa da associação de consumidores Proteste realizada entre fevereiro e março. O levantamento entrevistou 500 pessoas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
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O superendividamento, caracterizado pela impossibilidade de indivíduos ou famílias cumprirem com as dívidas existentes, que acabam se transformando em uma bola de neve, acontece com mais frequência em momentos de crise, como a desencadeada pela pandemia da Covid-19.
A gravidade do cenário é maior quando verificamos que o endividamento dos brasileiros já vinha crescendo antes de o estado de calamidade pública ser decretado no país. Isso porque não é somente em momentos de instabilidade econômica que o superendividamento acontece. Outros fatores podem contribuir, como:
• perda de emprego;
• adoecimento ou morte de um membro da família;
• divórcio;
• salários atrasados;
• consumo irresponsável.
A pesquisa da Proteste identificou que o cartão de crédito é o principal incentivador do superendividamento: 81% dos entrevistados declararam que o uso do cartão é responsável por grande parte de suas dívidas.
Veja abaixo as dicas da Proteste sobre como solucionar o problema:
Como se livrar do superendividamento?
Para os brasileiros que já acumulam parcelas em atraso, 4 dicas podem ajudar a sair do vermelho e ter uma vida financeira mais equilibrada.
Faça uma reserva de emergência
O acúmulo de dívidas pode acontecer por conta de imprevistos. Logo, ter uma reserva financeira é essencial para lidar com gastos inesperados ou passar um tempo sem salário fixo, por exemplo.
Pode parecer uma dica somente para quem deseja evitar o acúmulo de dívidas, mas a verdade é que os endividados também podem - e devem - reorganizar a vida financeira e identificar a possibilidade de criar um "caixa emergencial" .
Ele deve cobrir ao menos os gastos essenciais. É o caso do aluguel, das contas de água e energia elétrica, medicamentos, além da alimentação básica, por exemplo.
Realize um planejamento financeiro
A forma como você consome e os meios que usa para isso influenciam diretamente na saúde financeira.
Nos últimos anos, o e-commerce cresceu no país, o que exige cuidados por parte dos consumidores. Com o acesso a uma infinidade de produtos a apenas um clique, fica mais tentadora a vontade de fazer compras desnecessárias.
Identificar os gastos supérfluos e cortá-los é essencial para se livrar de mais dívidas, enquanto tenta regularizar as já existentes. Se você é um superendividado, repensar a forma como compra é tão importante quanto saber o que comprar.
Normalmente, cartões de crédito cobram taxas de juros muito altas e é por isso que são armadilhas para quem já está endividado. Se você tem problemas com o pagamento de suas parcelas, o recomendado é evitar utilizar outros cartões para pagá-las.
Quando tiver se livrado das suas atuais dívidas e se sentir confortável novamente para a utilização de um cartão, não caia em promessas. Pesquise e identifique os que trazem as melhores vantagens.
Renegocie dívidas
Uma alternativa para sair da lista de inadimplentes é negociar novamente a dívida. É importante reforçar que as instituições financeiras não são obrigadas a aceitar um novo acordo, mas esse caminho é bastante indicado. Afinal, as empresas sabem que essa pode ser a única forma de receber sua parte.
Além disso, o consumidor não é obrigado a aceitar propostas para quitação das contas. Muitas vezes, as renegociações podem fazer o oposto de ajudar os superendividados. É o que acontece, por exemplo, quando a dívida é parcelada com juros altos.
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O primeiro passo é entrar em contato com o banco ou estabelecimento e manter registradas todas as conversas. Isso inclui número de protocolo, transcrição das ligações e e-mails.
Muitas instituições financeiras oferecem acesso fácil e rápido à consulta de dívidas e às alternativas disponíveis para regularização. Procure por esses canais virtuais.
Outra alternativa é acompanhar campanhas focadas na renegociação de dívidas - seja de forma presencial ou online. São os chamados "feirões de renegociação" .
Acione um órgão de defesa do consumidor
Procure por órgãos de defesa do consumidor, que podem oferecer orientações jurídicas sobre diversas questões relacionadas ao superendividamento. Eles podem, por exemplo, funcionar como mediadores entre você e empresas em casos de renegociação.
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