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Venezuela reduz produção de petróleo e assusta credores

Produção de petróleo da Venezuela totalizou 2,59 milhões de barris por dia nos três primeiros meses do ano, 188.000 barris a menos que a média de 2015

Petróleo: nível de produção caiu em todas as regiões da Venezuela pela primeira vez desde 2008. (Thinckstock)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 14h28.

A queda da produção de petróleo da Venezuela , país que passa por dificuldades financeiras, está assustando os investidores em títulos de dívida.

A petroleira estatal viu suas notas, com valor de face de US$ 12,5 bilhões, registrarem uma queda de 2,6 por cento desde terça-feira, quando a IPD Latin America, uma consultoria do setor de energia, disse em um relatório que a produção de petróleo do país caiu em todas as regiões pela primeira vez desde 2008.

No mesmo dia, a agência de notícias Reuters informou que a Petróleos de Venezuela SA, ou PDVSA, precisou pagar sua dívida com alguns fornecedores, incluindo a General Electric, que tem sede em Fairfield, Connecticut, EUA, usando títulos com cláusula de cross default (vencimento cruzado) com suas dívidas.

As duas informações são os maiores sinais de piora das finanças e do desespero crescente da Venezuela, que lida com sua pior recessão em décadas e com o colapso dos preços do petróleo nos últimos dois anos.

No mês passado, a Schlumberger, maior provedora de serviços para campos de petróleo do mundo, disse que planejava reduzir as operações na Venezuela depois que a PDVSA acumulou mais de US$ 880 milhões em contas não pagas.

Outras empresas -- incluindo a Halliburton -- também disseram que a petroleira lhes deve dinheiro.

“É um choque de realidade”, disse Siobhan Morden, chefe de estratégia de renda fixa para a América Latina da Nomura Holdings. “Se eles afastarem os fornecedores e a produção tiver problemas, o processo de reconstrução da economia será muito mais difícil”.

A produção de petróleo da Venezuela totalizou 2,59 milhões de barris por dia nos três primeiros meses do ano, 188.000 barris a menos que a média de 2,78 milhões de 2015, disse a IPD em comunicado enviado por e-mail na terça-feira.

A PDVSA também está avaliando a emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos de dívida para pagar as provedoras de serviços, segundo a IPD.

A petroleira, que fechou um acordo com a GE por US$ 310 milhões, está discutindo um pacote de US$ 1,5 bilhão em títulos para liquidar dívidas com outras empresas, segundo a Reuters.

Representantes da PDVSA não responderam aos pedidos de comentário enviados por e-mail sobre os planos da empresa para a emissão de títulos e sobre sua dívida com os fornecedores.

Reservas internacionais

A PDVSA devia US$ 7 bilhões aos seus principais fornecedores em setembro, segundo um documento fornecido pelo deputado Antonio Barreto, membro da Comissão do Petróleo da Assembleia Nacional da Venezuela.

As reservas em moeda forte atingiram o menor patamar em 13 anos na semana passada, de US$ 12,6 bilhões. A Venezuela, cujos embarques de petróleo respondem por 95 por cento das receitas com exportações, e a PDVSA têm US$ 12,3 bilhões em pagamentos sobre seus títulos internacionais que vencem no ano que vem.

A conversão de dívidas em atraso em dívidas financeiras “mostra a severidade do comprometimento da liquidez da PDVSA”, disse Casey Reckman, analista do Credit Suisse em Nova York, em nota a clientes na quarta-feira.

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A queda da produção de petróleo da Venezuela , país que passa por dificuldades financeiras, está assustando os investidores em títulos de dívida.

A petroleira estatal viu suas notas, com valor de face de US$ 12,5 bilhões, registrarem uma queda de 2,6 por cento desde terça-feira, quando a IPD Latin America, uma consultoria do setor de energia, disse em um relatório que a produção de petróleo do país caiu em todas as regiões pela primeira vez desde 2008.

No mesmo dia, a agência de notícias Reuters informou que a Petróleos de Venezuela SA, ou PDVSA, precisou pagar sua dívida com alguns fornecedores, incluindo a General Electric, que tem sede em Fairfield, Connecticut, EUA, usando títulos com cláusula de cross default (vencimento cruzado) com suas dívidas.

As duas informações são os maiores sinais de piora das finanças e do desespero crescente da Venezuela, que lida com sua pior recessão em décadas e com o colapso dos preços do petróleo nos últimos dois anos.

No mês passado, a Schlumberger, maior provedora de serviços para campos de petróleo do mundo, disse que planejava reduzir as operações na Venezuela depois que a PDVSA acumulou mais de US$ 880 milhões em contas não pagas.

Outras empresas -- incluindo a Halliburton -- também disseram que a petroleira lhes deve dinheiro.

“É um choque de realidade”, disse Siobhan Morden, chefe de estratégia de renda fixa para a América Latina da Nomura Holdings. “Se eles afastarem os fornecedores e a produção tiver problemas, o processo de reconstrução da economia será muito mais difícil”.

A produção de petróleo da Venezuela totalizou 2,59 milhões de barris por dia nos três primeiros meses do ano, 188.000 barris a menos que a média de 2,78 milhões de 2015, disse a IPD em comunicado enviado por e-mail na terça-feira.

A PDVSA também está avaliando a emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos de dívida para pagar as provedoras de serviços, segundo a IPD.

A petroleira, que fechou um acordo com a GE por US$ 310 milhões, está discutindo um pacote de US$ 1,5 bilhão em títulos para liquidar dívidas com outras empresas, segundo a Reuters.

Representantes da PDVSA não responderam aos pedidos de comentário enviados por e-mail sobre os planos da empresa para a emissão de títulos e sobre sua dívida com os fornecedores.

Reservas internacionais

A PDVSA devia US$ 7 bilhões aos seus principais fornecedores em setembro, segundo um documento fornecido pelo deputado Antonio Barreto, membro da Comissão do Petróleo da Assembleia Nacional da Venezuela.

As reservas em moeda forte atingiram o menor patamar em 13 anos na semana passada, de US$ 12,6 bilhões. A Venezuela, cujos embarques de petróleo respondem por 95 por cento das receitas com exportações, e a PDVSA têm US$ 12,3 bilhões em pagamentos sobre seus títulos internacionais que vencem no ano que vem.

A conversão de dívidas em atraso em dívidas financeiras “mostra a severidade do comprometimento da liquidez da PDVSA”, disse Casey Reckman, analista do Credit Suisse em Nova York, em nota a clientes na quarta-feira.

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