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Tumulto na bolsa nos EUA faz Robinhood precisar de dinheiro emprestado

App financeiro popular tomou pelo menos centenas de milhões de dólares para compensar aumento de transações

Vlad Tenev, presidente da Robinhood: corretora restringiu as compras de certas ações para proteger sua posição financeira (Brendan McDermid/Reuters)

Vlad Tenev, presidente da Robinhood: corretora restringiu as compras de certas ações para proteger sua posição financeira (Brendan McDermid/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 20h40.

O aplicativo de negociação de instrumentos financeiros Robinhood Markets, popular entre os investidores que estiveram por trás das mais violentas oscilações do mercado acionário dos EUA este mês, acessou algumas linhas de crédito bancário para ter caixa suficiente para compensar transações, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

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De acordo com uma das fontes, a empresa tomou pelo menos muitas centenas de milhões de dólares, uma quantia significativa para um empreendimento que foi avaliado em cerca de US$ 12 bilhões uns meses atrás. Entre os bancos de relacionamento da Robinhood estão JPMorgan Chase e Goldman Sachs, segundo dados compilados pela Bloomberg. Representantes da Robinhood e desses bancos se recusaram a fazer comentários para a reportagem.

A movimentação nos bastidores para reforçar a situação financeira da Robinhood se soma a sinais de que o tumulto recente no mercado está pressionando a companhia, que atraiu inúmeros investidores de varejo durante a pandemia.

A firma está entre as corretoras que causaram indignação da clientela ao restringir a negociação de ações da GameStop e da AMC Entertainment Holdings na quinta-feira, após essas ações registrarem ganhos bem acima de 100% somente na quarta-feira. A Robinhood também comunicou que pode encerrar algumas posições dos usuários dentro de um esforço para reduzir os riscos das contas.

Embora os ganhos com papéis da GameStop e AMC tenham empolgado os clientes da Robinhood e castigado os investidores de Wall Street que apostavam contra essas ações, essas oscilações aumentaram a pressão financeira sobre a corretora. Enquanto os clientes compravam mais e mais ações e opções de compra, a Robinhood precisou aumentar a quantia depositada na câmara de compensação, que é parte fundamental da infraestrutura de mercado que gerencia os riscos no setor.

“Como corretora, temos muitas exigências financeiras, incluindo obrigações de capital líquido junto à Comissão de Valores Mobiliários e depósitos em câmara de compensação”, afirmou a Robinhood em um blog na quinta-feira. “Algumas dessas exigências flutuam com base na volatilidade dos mercados e podem ser substanciais no ambiente atual. Estes requisitos existem para proteger os investidores e os mercados e nós levamos a sério nossa responsabilidade de cumpri-los, inclusive por meio das medidas que tomamos hoje.”

O CEO Vlad Tenev informou que a Robinhood tomou crédito e restringiu as compras de certas ações por clientes para proteger sua posição financeira. “Cumprir nossas exigências financeiras e depósitos em câmara de compensação não é negociável”, disse Tenev à Bloomberg Television na quinta-feira. “Nós precisamos fazer isso.”

A extrema volatilidade “gerou risco substancial” para corretoras, resultando na necessidade de exigências mais rigorosas para essas firmas, declarou a Depositary Trust & Clearing Corp (DTCC).

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