Tesouro espera melhor condição para emitir em reais no exterior
Com conflitos nos países árabes - principalmente na Líbia - e a crise instaurada no Japão, volatilidade dos mercados afasta o Tesouro Nacional
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2011 às 12h09.
Brasília - A venda de títulos denominados em reais no exterior em 2011 depende da redução da instabilidade que vem marcando os mercados desde o início do ano, disse o subsecretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
O Tesouro tem dinheiro em caixa e não precisa emitir no exterior para se financiar, segundo Valle. Em janeiro, o Tesouro havia dito que pretendia vender mais papéis globais denominados em reais para aproveitar o baixo custo de financiamento e desenvolver a curva desse tipo de título.
“Preferimos esperar um pouco”, disse Valle, em entrevista por telefone ontem à noite, de Brasília. “O objetivo de emitir bônus no exterior é qualitativo, mas o mercado está muito volátil e não queremos prejudicar os detentores desse tipo de papel”.
Conflitos na Líbia e em países do Oriente Médio e o terremoto seguido de crise nuclear no Japão são os fatores externos que causam a volatilidade nos mercados, disse Valle. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse no dia 17 de março que as incertezas originadas com o terremoto no Japão e a instabilidade política no Oriente Médio são “fatos novos” que precisam ser levados em conta pelo Comitê de Política Monetária. O terremoto tem um efeito incerto nos preços das commodities, cadeia fornecedora e taxas de câmbio, disse Tombini.
Ciclo de aperto
No âmbito doméstico, a instabilidade decorre, principalmente, das especulações do mercado quanto à duração do ciclo de aperto monetário iniciado pelo BC em janeiro, disse Valle.
A última emissão de bônus global em reais do Tesouro foi em outubro, no valor de R$ 1 bilhão, a primeira oferta desse tipo em três anos. Desde 2005, foram vendidos R$ 11,3 bilhões em papeis globais em moeda local.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse em entrevista em 21 de janeiro que o governo poderia reabrir a oferta de títulos globais em reais já existentes, com vencimentos em 2016, 2022 e 2028, ou vender novos papéis com prazo de 10 e 30 anos.
O impacto das políticas do governo para frear a valorização do real sobre os títulos da dívida externa denominados na moeda brasileira é “marginal”, disse Valle.
O Plano Anual de Financiamento da dívida pública para 2011, divulgado em janeiro pelo Tesouro, informou que “o enfoque será mantido para o aumento de eficiência das curvas de juros em dólares e reais, aproveitando a elevada demanda por ativos brasileiros no mercado internacional para efetuar emissões qualitativas a baixos custos”.
O PAF 2011 comunicou ao mercado “o retorno das emissões do Global BRL, com o objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento da curva de títulos denominados em reais”.
Também foi definida pelo Tesouro a inclusão dos títulos BRL no Programa de Resgate Antecipado, com o objetivo de dar maior liquidez para esses títulos no mercado secundário.
Valle disse que o Tesouro não tem planos de emitir no exterior títulos ligados à variação da inflação brasileira ou em moedas que não sejam o real e o dólar.
“Não queremos abrir outros mercados para não reduzir a potência das nossas curvas prioritárias”, disse ele.
Brasília - A venda de títulos denominados em reais no exterior em 2011 depende da redução da instabilidade que vem marcando os mercados desde o início do ano, disse o subsecretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
O Tesouro tem dinheiro em caixa e não precisa emitir no exterior para se financiar, segundo Valle. Em janeiro, o Tesouro havia dito que pretendia vender mais papéis globais denominados em reais para aproveitar o baixo custo de financiamento e desenvolver a curva desse tipo de título.
“Preferimos esperar um pouco”, disse Valle, em entrevista por telefone ontem à noite, de Brasília. “O objetivo de emitir bônus no exterior é qualitativo, mas o mercado está muito volátil e não queremos prejudicar os detentores desse tipo de papel”.
Conflitos na Líbia e em países do Oriente Médio e o terremoto seguido de crise nuclear no Japão são os fatores externos que causam a volatilidade nos mercados, disse Valle. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse no dia 17 de março que as incertezas originadas com o terremoto no Japão e a instabilidade política no Oriente Médio são “fatos novos” que precisam ser levados em conta pelo Comitê de Política Monetária. O terremoto tem um efeito incerto nos preços das commodities, cadeia fornecedora e taxas de câmbio, disse Tombini.
Ciclo de aperto
No âmbito doméstico, a instabilidade decorre, principalmente, das especulações do mercado quanto à duração do ciclo de aperto monetário iniciado pelo BC em janeiro, disse Valle.
A última emissão de bônus global em reais do Tesouro foi em outubro, no valor de R$ 1 bilhão, a primeira oferta desse tipo em três anos. Desde 2005, foram vendidos R$ 11,3 bilhões em papeis globais em moeda local.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse em entrevista em 21 de janeiro que o governo poderia reabrir a oferta de títulos globais em reais já existentes, com vencimentos em 2016, 2022 e 2028, ou vender novos papéis com prazo de 10 e 30 anos.
O impacto das políticas do governo para frear a valorização do real sobre os títulos da dívida externa denominados na moeda brasileira é “marginal”, disse Valle.
O Plano Anual de Financiamento da dívida pública para 2011, divulgado em janeiro pelo Tesouro, informou que “o enfoque será mantido para o aumento de eficiência das curvas de juros em dólares e reais, aproveitando a elevada demanda por ativos brasileiros no mercado internacional para efetuar emissões qualitativas a baixos custos”.
O PAF 2011 comunicou ao mercado “o retorno das emissões do Global BRL, com o objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento da curva de títulos denominados em reais”.
Também foi definida pelo Tesouro a inclusão dos títulos BRL no Programa de Resgate Antecipado, com o objetivo de dar maior liquidez para esses títulos no mercado secundário.
Valle disse que o Tesouro não tem planos de emitir no exterior títulos ligados à variação da inflação brasileira ou em moedas que não sejam o real e o dólar.
“Não queremos abrir outros mercados para não reduzir a potência das nossas curvas prioritárias”, disse ele.