Mercados

Suzano fará oferta de ações para reforçar seu capital

A Suzano reafirmou, ainda, que continua avaliando a venda de ativos e buscando parceiros para seus projetos

Suzano ganha com aumento de preços internacionais (GERMANO LUDERS)

Suzano ganha com aumento de preços internacionais (GERMANO LUDERS)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 21h23.

São Paulo - A Suzano Papel e Celulose fará uma oferta de novas ações com a qual pretende obter ao menos 1,5 bilhão de reais para reforçar o caixa e sua estrutura de capital, seguindo movimento similar de sua rival Fibria.

A empresa também anunciou em fato relevante nesta terça-feira a contratação de uma linha de crédito de 2 bilhões de reais com o Banco BTG Pactual. O dinheiro poderá ser liberado em duas tranches e estará disponível para saques até março de 2014.

A Suzano reafirmou, ainda, que continua avaliando a venda de ativos e buscando parceiros para seus projetos.

No final de abril, a Fibria completou uma oferta subsequente de novas ações e levantou perto de 1,5 bilhão de reais, e analistas já anteviam que a Suzano poderia fazer o mesmo.

Suzano e Fibria vêm enfrentando pesado endividamento por razões distintas. A primeira para executar um plano agressivo de crescimento da capacidade produtiva e a segunda por passivos herdados da fusão entre Aracruz e VCP, que a originou.

Além disso, no front operacional ambas tiveram o peso do real valorizado sobre suas receitas nos últimos trimestres, já que quase toda a venda de celulose destina-se ao mercado externo.


A Suzano emitirá ações ordinárias e preferenciais classe A e B, com possibilidade de colocação de um lote suplementar de preferenciais classe A se houver demanda, segundo o prospecto enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A única das três ações com liquidez na bolsa paulista é a preferencial classe A e seu preço foi usado como referência para balizar os valores da ordinária e da preferencial classe B que aparecem no documento.

Os acionistas da Suzano poderão participar do aumento de capital de modo a manterem sua atual fatia no capital da empresa, como exigem as regras da CVM.

A Suzano Holding, controladora da produtora de papel e celulose, já manifestou "sua intenção de subscrever todas as ações" a que tem direito e eventuais sobras de papéis de acionistas que não aderirem à operação, de acordo com fato relevante.

Cronograma

A reserva de ações na oferta da Suzano vai de 18 a 26 de junho, segundo cronograma tentativo da operação. A precificação deve ocorrer em 27 de junho.

"A companhia utilizará os recursos provenientes dessa oferta para fortalecer sua posição de caixa e, consequentemente, otimizar sua estrutura de capital na intenção de reduzir seus custos financeiros, e alongar os prazos ou, se favorável, pré-pagar dívidas contratadas, permitindo, ainda, a obtenção de novas linhas de financiamento", segundo a Suzano.

A Suzano terminou março com dívida bruta de 9,3 bilhões de reais, alta de 33,2 por cento em 12 meses.

O endividamento líquido no encerramento do trimestre era de 5,7 bilhões de reais, alta de 11,2 por cento sobre um ano antes. A alavancagem medida pela relação entre dívida e geração de caixa estava em 4,8 vezes.

O lucro da empresa de janeiro a março caiu pela metade, para 71,8 milhões de reais, prejudicado pela despesa financeira, entre outros fatores.

O BTG Pactual será o coordenador-líder da operação.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMadeiraMercado financeiroOfertas de açõesPapel e Celulosesuzano

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol