Surpresa no céu: viagem corporativa reage e reforça resultado da Gol
Companhia ampliou a oferta em Congonhas em 30% no fim de março para atender à retomada da demanda de voos de negócios
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2022 às 21h23.
Última atualização em 28 de abril de 2022 às 21h29.
Na tese da reabertura da economia, havia uma quase certeza entre analistas e executivos do setor aéreo e de turismo: as viagens corporativas demorariam a se aproximar dos patamares pré-pandemia. Afinal, para as empresas, por que gastar milhares de reais -- ou milhões em muitos casos -- para enviar executivos para reuniões que podem acontecer de forma virtual com a mesma eficácia, mas com menos desgaste para o profissional e menor gasto para a companhia?
Os dados do primeiro trimestre de 2022 da Gol Linhas Aéreas (GOLL4) mostraram que essa profecia pode não se concretizar. A retomada da demanda no segmento de negócios foi um dos destaques do balanço, com avanço de 63% em março na comparação com o mesmo mês de 2019, o período de comparação livre dos efeitos da pandemia.
Essa retomada das viagens corporativas, por sua vez, alavancou em mais de 60% a comercialização de passagens na mesma comparação, segundo os números divulgados nesta quinta-feira, dia 28 de abril.
"Clientes corporativos retornando aos céus e demanda por viagens de lazer graças ao enfraquecimento de casos de Covid levaram as vendas brutas para R$ 4,2 bilhões [ no primeiro trimestre ], 22% mais alto do que os níveis pré-pandemia [ primeiro trimestre de 2019 ], destacaram os analistas Thomaz Tenyi, CFA, Renan Tiburcio, CFA, e José Maria Silva, da equipe de Fixed Income Research do BTG Pactual, em relatório sobre o resultado.
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Essa retomada foi igualmente destacada pela Gol nos comentários sobre o trimestre. "A companhia cresceu sua capacidade em 14,7% relativamente ao quarto trimestre de 2021, com a retomada mais robusta nos principais aeroportos brasileiros, como o de Congonhas, significativo polo de passageiros corporativos, que são essenciais para o fortalecimento de rentabilidade."
"A partir de 27 de março, começaram a vigorar mudanças importantes na malha da Gol, desenhada para possibilitar a retomada vigorosa do segmento corporativo. A companhia incrementou a oferta em cerca de 30% no aeroporto de Congonhas e em 100% no de Curitiba", apontou a Gol.
As ações da Gol encerraram o pregão como um dos destaques do Ibovespa, com alta de 3,61%, negociadas a R$ 15,22.