SPX aposta na queda da bolsa e recomenda fugir do consumo
Em relatório enviado a clientes, a gestora carioca SPX Capital afirma que iniciou “uma posição vendida em Índice Bovespa”
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 10h58.
São Paulo - Em relatório enviado a clientes, a gestora carioca SPX Capital afirma que iniciou “uma posição vendida em Índice Bovespa ”, o que significa uma aposta na queda de preço da principal carteira teórica da bolsa brasileira.
Para iniciar essa posição, o investidor vende papéis que não possui em carteira, geralmente alugando-os de outro investidor que os tenha. A ideia é vender os papéis no mercado para, após a queda, recomprá-los por um preço menor, e devolvê-los ao dono original. A diferença entre os valores de venda e de recompra resulta no lucro da operação. Por isso, quem assume uma posição vendida está apostando na queda de preço da ação (ou índice) em questão.
Segundo o relatório da SPX, a gestora começou o ano comprando ações. “A bolsa brasileira acompanhou o desempenho dos outros mercados no começo de janeiro, com o adiamento de uma contração fiscal nos Estados Unidos.”
Em seguida, os gestores explicam que aproveitaram o momento para zerar suas posições em ações, assumindo, em seguida, a posição vendida. “Ao longo de janeiro, tivemos vários sinais de deterioração macro e microeconômica.” No fim do mês, segundo o relatório, o Índice Bovespa já estava muito descolado de outras bolsas de países emergentes.
Aversão específica
Esse descolamento, na visão da SPX, vem de uma visão negativa dos investidores, não com os emergentes em geral, mas com o Brasil, especificamente. Os gestores citam o excesso de intervenção do governo nas empresas estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, como um dos principais fatores a afugentar os investidores.
Na opinião da gestora, o governo tem “escolhido os vencedores”, em vez de garantir a estabilidade das regras do jogo, permitindo uma competição justa entre as empresas. Além disso, a atual dificuldade de comunicação entre o Banco Central (BC) e o Ministério da Fazenda, no que diz respeito ao câmbio, à taxa de juros e à inflação, também ajuda a intensificar o clima de instabilidade.
No relatório, os gestores questionam a promessa atual de juros baixos, em contraste com a necessidade de subir a taxa no futuro, para combater uma alta generalizada dos preços. Sobre o câmbio, a SPX deixa no ar a dúvida. “Qual a taxa de câmbio no médio prazo? A boa para a competitividade dos exportadores, ou aquela compatível com a estabilidade de preços?”
Setor de consumo
Para os gestores da SPX, o setor de consumo doméstico é um dos mais propensos a ter uma queda generalizada de preços na bolsa. “Acreditamos que as ações de consumo doméstico têm um potencial de correção ou de desempenho relativo negativo”, diz o relatório, afirmando que as empresas do setor estão sobrevalorizadas.
Nos últimos meses, de acordo com a gestora, o preço dos papéis de empresas de consumo voltadas para o mercado doméstico subiu bastante, “embutindo expectativas de crescimento robustas à frente, o que acreditamos que esteja mais difícil de acontecer”.
Essa correção de preços poderá vir, segundo diz o relatório, “por um movimento de quaisquer dos três vetores que mantêm o Brasil na atual encruzilhada”. A primeira possibilidade “é o crescimento permanecer baixo, seja pela conjuntura desfavorável ou porque o crescimento potencial da economia brasileira parece ser menor do que o acreditado antes”.
A segunda é a inflação permanecer elevada ou acelerar, o que irá corroer ainda mais a renda do consumidor. “A terceira possibilidade é uma reversão da política monetária, que o BC tentará evitar até o último minuto”, diz o relatório.
São Paulo - Em relatório enviado a clientes, a gestora carioca SPX Capital afirma que iniciou “uma posição vendida em Índice Bovespa ”, o que significa uma aposta na queda de preço da principal carteira teórica da bolsa brasileira.
Para iniciar essa posição, o investidor vende papéis que não possui em carteira, geralmente alugando-os de outro investidor que os tenha. A ideia é vender os papéis no mercado para, após a queda, recomprá-los por um preço menor, e devolvê-los ao dono original. A diferença entre os valores de venda e de recompra resulta no lucro da operação. Por isso, quem assume uma posição vendida está apostando na queda de preço da ação (ou índice) em questão.
Segundo o relatório da SPX, a gestora começou o ano comprando ações. “A bolsa brasileira acompanhou o desempenho dos outros mercados no começo de janeiro, com o adiamento de uma contração fiscal nos Estados Unidos.”
Em seguida, os gestores explicam que aproveitaram o momento para zerar suas posições em ações, assumindo, em seguida, a posição vendida. “Ao longo de janeiro, tivemos vários sinais de deterioração macro e microeconômica.” No fim do mês, segundo o relatório, o Índice Bovespa já estava muito descolado de outras bolsas de países emergentes.
Aversão específica
Esse descolamento, na visão da SPX, vem de uma visão negativa dos investidores, não com os emergentes em geral, mas com o Brasil, especificamente. Os gestores citam o excesso de intervenção do governo nas empresas estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, como um dos principais fatores a afugentar os investidores.
Na opinião da gestora, o governo tem “escolhido os vencedores”, em vez de garantir a estabilidade das regras do jogo, permitindo uma competição justa entre as empresas. Além disso, a atual dificuldade de comunicação entre o Banco Central (BC) e o Ministério da Fazenda, no que diz respeito ao câmbio, à taxa de juros e à inflação, também ajuda a intensificar o clima de instabilidade.
No relatório, os gestores questionam a promessa atual de juros baixos, em contraste com a necessidade de subir a taxa no futuro, para combater uma alta generalizada dos preços. Sobre o câmbio, a SPX deixa no ar a dúvida. “Qual a taxa de câmbio no médio prazo? A boa para a competitividade dos exportadores, ou aquela compatível com a estabilidade de preços?”
Setor de consumo
Para os gestores da SPX, o setor de consumo doméstico é um dos mais propensos a ter uma queda generalizada de preços na bolsa. “Acreditamos que as ações de consumo doméstico têm um potencial de correção ou de desempenho relativo negativo”, diz o relatório, afirmando que as empresas do setor estão sobrevalorizadas.
Nos últimos meses, de acordo com a gestora, o preço dos papéis de empresas de consumo voltadas para o mercado doméstico subiu bastante, “embutindo expectativas de crescimento robustas à frente, o que acreditamos que esteja mais difícil de acontecer”.
Essa correção de preços poderá vir, segundo diz o relatório, “por um movimento de quaisquer dos três vetores que mantêm o Brasil na atual encruzilhada”. A primeira possibilidade “é o crescimento permanecer baixo, seja pela conjuntura desfavorável ou porque o crescimento potencial da economia brasileira parece ser menor do que o acreditado antes”.
A segunda é a inflação permanecer elevada ou acelerar, o que irá corroer ainda mais a renda do consumidor. “A terceira possibilidade é uma reversão da política monetária, que o BC tentará evitar até o último minuto”, diz o relatório.