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Soja atinge maior preço em 14 meses no mercado brasileiro

Indicador Esalq/BM&FBovespa atingiu 77,25 reais por saca de 60 kg, maior nível desde 24 de setembro de 2012

Plantação de soja: preços no mercado internacional subiram com força nos últimos dias, impulsionados pela firme demanda (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 17h25.

São paulo - Os preços da soja no mercado físico atingiram o maior nível desde setembro do ano passado, em um momento de demanda internacional aquecida e pouca disponibilidade no Brasil, mostram dados compilados pelo Cepea, órgão de pesquisa da Universidade de São Paulo.

O indicador Esalq/BM&FBovespa atingiu 77,25 reais por saca de 60 kg na quarta-feira, maior nível desde 24 de setembro de 2012.

O indicador é um importante referencial para o mercado físico brasileiro, registrando as cotações do produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá.

"As negociações seguem lentas, visto que já não há grande volume de soja disponível para ser comercializada. Os valores ofertados aumentam dia após dia, porém, apenas lotes pequenos, em termos regionais, são negociados no mercado spot", disse o Cepea nesta quinta-feira, em boletim semanal.

Os preços no mercado internacional subiram com força nos últimos dias, impulsionados pela firme demanda pelo grão dos Estados Unidos e por dados divulgados pelo Departamento de Agricultura, indicando aumento na produção norte-americana abaixo do esperado por agentes, lembrou o Cepea.

O primeiro contrato da soja em Chicago subiu cerca de 5 por cento nos últimos sete dias, fechando a quarta-feira na máxima de seis semanas.

A alta vem sendo atribuída por operadores a um grande interesse chinês, com negócios de quase 250 mil toneladas tendo sido relatados nos últimos dias, de soja dos EUA para a China.

A colheita nos EUA está na fase final, enquanto no Brasil os produtores realizam o plantio da nova safra.

"A gente está no pico da entressafra no Brasil, após uma safra que foi comercializada muito rápido", lembrou a analista da AgRural, Daniele Siqueira.


Próxima Safra

Enquanto produtores já se desfizeram de praticamente toda a soja da safra antiga, ainda há muito grão da nova safra para ser vendido, especialmente na comparação com os negócios antecipados vistos em 2012.

A venda adiantada da safra 2013/14 do Brasil fechou outubro em 34 por cento.

Ao final de outubro de 2012, por outro lado, 58 por cento da safra a ser colhida já estavam negociados, segundo levantamento da AgRural.

"Está todo mundo focado no plantio. Os preços não evoluíram e o pessoal está esperando", disse Daniele.

A memória dos produtores ainda está nas cotações recordes registradas um ano atrás e também em preços melhores vistos no início de setembro, o que esfria o ânimo de venda, diz ela.

Enquanto no começo de setembro uma saca de soja com entrega em fevereiro/março de 2014 era negociada a 60 reais em Rio Verde (GO), atualmente os negócios saem entre 51 e 52 reais, segundo levantamento da AgRural.

"É um preço bom, mas para quem vendeu por 60, não estimula", disse a analista.

Uma hipótese para a reação de preços e de comercialização, seria a ocorrência de problemas climáticos na safra da América do Sul, que está sendo plantada, disse ela, lembrando que o maior risco climático para as lavouras ocorre entre dezembro e janeiro.

Segundo a Somar Meteorologia, a safra brasileira deverá ocorrer sem a influência de fenômenos como o El Niño ou a La Niña, que alteram os regimes de chuvas no país.

Quando o clima está "sob efeito de uma neutralidade", há grande variabilidade do regime de chuvas, dependendo da região.

"De forma geral, a perspectiva é que nessa safra a produção de soja bata um novo recorde, apesar de poderem ocorrer pequenas quebras no Brasil, devido tanto ao déficit quanto ao excedente hídrico", disse a Somar, em relatório.‮ (Reportagem de Gustavo Bonato)

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São paulo - Os preços da soja no mercado físico atingiram o maior nível desde setembro do ano passado, em um momento de demanda internacional aquecida e pouca disponibilidade no Brasil, mostram dados compilados pelo Cepea, órgão de pesquisa da Universidade de São Paulo.

O indicador Esalq/BM&FBovespa atingiu 77,25 reais por saca de 60 kg na quarta-feira, maior nível desde 24 de setembro de 2012.

O indicador é um importante referencial para o mercado físico brasileiro, registrando as cotações do produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá.

"As negociações seguem lentas, visto que já não há grande volume de soja disponível para ser comercializada. Os valores ofertados aumentam dia após dia, porém, apenas lotes pequenos, em termos regionais, são negociados no mercado spot", disse o Cepea nesta quinta-feira, em boletim semanal.

Os preços no mercado internacional subiram com força nos últimos dias, impulsionados pela firme demanda pelo grão dos Estados Unidos e por dados divulgados pelo Departamento de Agricultura, indicando aumento na produção norte-americana abaixo do esperado por agentes, lembrou o Cepea.

O primeiro contrato da soja em Chicago subiu cerca de 5 por cento nos últimos sete dias, fechando a quarta-feira na máxima de seis semanas.

A alta vem sendo atribuída por operadores a um grande interesse chinês, com negócios de quase 250 mil toneladas tendo sido relatados nos últimos dias, de soja dos EUA para a China.

A colheita nos EUA está na fase final, enquanto no Brasil os produtores realizam o plantio da nova safra.

"A gente está no pico da entressafra no Brasil, após uma safra que foi comercializada muito rápido", lembrou a analista da AgRural, Daniele Siqueira.


Próxima Safra

Enquanto produtores já se desfizeram de praticamente toda a soja da safra antiga, ainda há muito grão da nova safra para ser vendido, especialmente na comparação com os negócios antecipados vistos em 2012.

A venda adiantada da safra 2013/14 do Brasil fechou outubro em 34 por cento.

Ao final de outubro de 2012, por outro lado, 58 por cento da safra a ser colhida já estavam negociados, segundo levantamento da AgRural.

"Está todo mundo focado no plantio. Os preços não evoluíram e o pessoal está esperando", disse Daniele.

A memória dos produtores ainda está nas cotações recordes registradas um ano atrás e também em preços melhores vistos no início de setembro, o que esfria o ânimo de venda, diz ela.

Enquanto no começo de setembro uma saca de soja com entrega em fevereiro/março de 2014 era negociada a 60 reais em Rio Verde (GO), atualmente os negócios saem entre 51 e 52 reais, segundo levantamento da AgRural.

"É um preço bom, mas para quem vendeu por 60, não estimula", disse a analista.

Uma hipótese para a reação de preços e de comercialização, seria a ocorrência de problemas climáticos na safra da América do Sul, que está sendo plantada, disse ela, lembrando que o maior risco climático para as lavouras ocorre entre dezembro e janeiro.

Segundo a Somar Meteorologia, a safra brasileira deverá ocorrer sem a influência de fenômenos como o El Niño ou a La Niña, que alteram os regimes de chuvas no país.

Quando o clima está "sob efeito de uma neutralidade", há grande variabilidade do regime de chuvas, dependendo da região.

"De forma geral, a perspectiva é que nessa safra a produção de soja bata um novo recorde, apesar de poderem ocorrer pequenas quebras no Brasil, devido tanto ao déficit quanto ao excedente hídrico", disse a Somar, em relatório.‮ (Reportagem de Gustavo Bonato)

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