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Sequoia vê mercado adverso e precifica ação 10% abaixo de piso em IPO

Maior empresa independente de logística movimenta cerca de 1 bilhão de reais com oferta inicial e vai marcar a 19ª estreia neste ano na B3

Centro de distribuição da Sequoia Logística em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo (Sequoia/Divulgação)

Centro de distribuição da Sequoia Logística em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo (Sequoia/Divulgação)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 19h15.

A temporada de IPOs na bolsa brasileira continua em marcha, apesar das condições adversas do mercado nas últimas semanas. A Sequoia Logística levantou cerca de 1 bilhão de reais com sua oferta pública inicial, precificando a ação a 12,40 reais, ou cerca de 10% abaixo do piso da faixa indicativa de preços (que se estendia de 14,25 reais a 17,75 reais), segundo uma fonte a par da operação e a agência Reuters.

É a 19ª empresa a abrir o capital na B3 neste ano, incluindo a oferta inicial de BDRs da mineradora canadense Aura Minerals. Trata-se do melhor ano em número de IPOs desde 2007. A estreia no pregão da bolsa, no segmento Novo Mercado, será na quarta, 7.

A piora das condições de mercado, em parte por causa do aumento do risco fiscal do país e em parte pela proximidade das eleições presidenciais americanas, começou a colocar em xeque algumas das ofertas iniciais previstas. Foi o caso do IPO previsto da Compass, a empresa de energia e gás da Cosan. Outras operações saíram com preços abaixo da faixa indicativa, a exemplo da Sequoia.

Maior operadora independente de logística do país, com 16% de participação de mercado, a Sequoia como se apresenta como uma alternativa aos Correios, mas que oferece o serviço completo de logística "porta a porta" para empresas de e-commerce. Isso inclui o estratégico — e rentável — segmento de fulfillment, que é a gestão de armazenagem de produtos que serão despachados para o consumidor.

Foram 30 milhões de entregas no ano passado, com um crescimento médio anual das receitas brutas de 35% entre 2017 e 2019. 

O principal acionista é a empresa americana de private equity Warburg Pincus, que ingressou na Sequoia em 2014. Ela tinha 70% das ações antes da oferta, que pode reduzir sua fatia para algo próximo a 20% a depender da venda de lote suplementar ou de ações adicionais. A companhia foi co-fundada em 2010 por um dos executivos com mais experiência em logística para e-commerce no país, Armando Marchesan Neto: é o presidente e dividia o controle junto com a Warburg Pincus e a gestora FRAM Capital.

 

 

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