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S&P rebaixa OGX por atrasos na produção e aumento nos custos

Segundo a agência, a petroleira de Eike Batista irá permanecer bastante alavancada até 2015


	Produção dos poços em operação da OGX têm ficado aquém das estimativas
 (Divulgação)

Produção dos poços em operação da OGX têm ficado aquém das estimativas (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2013 às 20h33.

São Paulo – O nível de produção de petróleo abaixo do esperado e o aumento nos custos levaram a Standard and Poor’s a rebaixar a nota de crédito da OGX (OGXP3) nesta quarta-feira. A agência de classificação de risco argumenta que esse cenário deve contribuir para que as suas métricas de crédito fracas nos próximos dois anos.

A nota de crédito foi cortada nesta quarta-feira de B para B-. A perspectiva é negativa, o que significa que uma nova ação sobre a nota da empresa pode ser de um novo corte.

"Os ratings da OGX refletem a nossa visão de seu perfil de risco de negócios “vulnerável”, dadas as incertezas em relação a sua capacidade para atingir o nível de produção esperado para os próximos dois anos",  ressaltam as analistas Renata Lotfi e Fabiola Ortiz, que assinam o documento.

As incertezas sobre a produção nos poços em desenvolvimento são preocupação constante para os investidores e a queda das ações no ano já chega a 49% - o segundo pior desempenho do Ibovespa em 2013.

A S&P lembra que o nível de produção em cada um dos dois primeiros poços da empresa estabilizou-se em aproximadamente 5.000 barris por dia, bem abaixo das expectativas iniciais de 10.000. Além disso, o terceiro poço conseguiu apenas uma produção de 3.800 barris diários.

Dívida

Segundo a S&P, a OGX irá permanecer bastante alavancada até 2015, quando a dívida recuaria rapidamente como resultado do aumento da produção. Até lá, as analistas estimam que a empresa precisaria de fontes adicionais de caixa para manter os investimentos atuais.

Uma das opções seria a opção de venda (put) de até 1 bilhão de dólares a ser exercida contra o controlador Eike Batista. Outra alternativa seria a cessão parcial (farm-out) de alguns ativos. 

"Isso ocorre porque não esperamos que a produção de 2014 gere fluxos de caixa operacionais suficientes para continuar financiando investimentos e pagamentos de juros", afirmam Renata e Fabiola.

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